08 de março - Dia Internacional da Mulher

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O dia 08 de março é lembrado como o Dia Internacional da Mulher.

Apesar de ser um dia para comemorar as conquistas das mulheres na sociedade, na busca pela igualdade de gênero, e pela equiparação de direitos trabalhistas, não podemos deixar de lembrar que o dia não foi criado a partir de um fato trágico, mas sim em decorrência de vários anos de luta pela equiparação de direitos, que se iniciaram no fim do século XIX.

Em 1910 realizou-se na Dinamarca o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas. Durante o Congresso, a jornalista e política feminista alemã Clara Zetkin, que era comprometida com a luta em defesa dos direitos trabalhistas da mulher, propôs a criação de um dia internacional da mulher, para ser lembrado anualmente como uma manifestação pelo direito ao voto, igualdade entre os gêneros e o socialismo.

No entanto, foi apenas no dia 08 de março de 1917, durante a I Guerra Mundial, que a data foi estabelecida, quando aproximadamente 90 mil mulheres trabalhadoras russas entraram em greve contra o Czar Nicolau II, buscando melhores condições de trabalho no país.

Essa manifestação, de maioria feminina, ficou conhecida historicamente como Pão e Paz e o dia 08 de março passou a ser lembrado, através dos anos, como o dia das mulheres.

Todavia, a data ainda não havia sido oficializada.

Com o passar dos anos, a data foi se tornando tradicional, e o dia 08 de março passou a ser lembrado popularmente como o Dia Internacional da Mulher.

Contudo, a data foi oficializada apenas em 1975 pela Organização das Nações Unidas, tornando-se um dia para lembrar das desigualdades e discriminações de gênero em todo o mundo.

E é com base nessa luta pela igualdade de gêneros que neste dia 08 de março devemos lembrar de todas as mulheres, não apenas as brancas, heteros e cis, mas das mulheres trans, que além de enfrentarem todo o preconceito sofrido pelas mulheres cis, ainda precisam lutar pelo simples direito de ser mulher diante de uma sociedade machista.

Segundo dados da ANTRA, no ano de 2021 pelo menos 140 pessoas trans foram assassinadas no Brasil, tornando-o o país que mais mata pessoas trans no mundo, sem que haja nenhuma ação do Estado para mudar essa realidade.

Apesar de muito se falar em sororidade, percebe-se uma barreira imposta muitas vezes por algumas mulheres cis, na tão errada crença de que são mais mulheres por se resumirem a órgãos e hormônios, e acreditam estarem na liberdade de impedir o acesso de mulheres trans a espaços que são delas por direito, como banheiros públicos e o correto uso do pronome, por exemplo.

Gênero não se resume a características biológicas. Não é um útero, órgão sexual ou hormônios que fazem uma mulher. Gênero é mais complexo do que isso, trata-se de identidade, personalidade, relações sociais e culturais que a pessoa tem na sociedade. Trata-se de como me identifico, como me vejo, como me sinto, como sou.

Então, vamos usar esse dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, para exaltar todas as mulheres. Especialmente aquelas que lutam por direitos de igualdade e equidade em uma sociedade machista, misógina e preconceituosa, que insiste em limitar a existência da mulher a um corpo. Somos muito mais do que isso.

“Não serei livre enquanto alguma mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas” (Audre Lorde).

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