8 de Março: Mais que o dia da mulher, o dia da igualdade

8 de Março: Mais que o dia da mulher, o dia da igualdade

Poema sobre a mulher

Mulher: mu.lher - muˈʎɛr, mamífero primata, fêmea, bípede, sociável, que, tal como o homem, se distingue de todos os outros animais pela faculdade da linguagem verbal e pelo superior desenvolvimento intelectual. ser humano do sexo feminino.”

Esta é a definição oficial de “mulher”. Não há nada mais certo e mais real que isto: Mulher. Ser Humano. Igualdade.

Apesar de os dicionários nos darem esta definição, ainda estamos distantes de conseguir a igualdade de género. Existem, todos os dias, obstáculos (culturais e legais) que nos deixam um bocadinho mais longe da meta.

Segundo a ONU Mulheres, “as mulheres continuam a ser desvalorizadas, algo que se traduz, entre outras coisas, nos seus salários: atualmente, as mulheres continuam a ganhar menos 23% que os homens. Mais graves ainda são os números relativos à violência sexual contra as mulheres: 1 em cada 3 mulheres já sofreu algum tipo de violência física ou sexual; e mais de 200 milhões de mulheres e raparigas foram vítimas da mutilação genital.”

igualdade de género

Porquê celebrar esta data?

“O Dia Internacional da Mulher celebra as conquistas das mulheres provenientes dos mais diversos contextos étnicos, culturais, socioeconómicos e políticos.”

Este é o dia em que devemos todos, enquanto partes integrantes e ativas de uma sociedade, refletir sobre a constante luta e progresso dos direitos humanos. Honrar a coragem e persistência feminina que ajudaram, e ajudam, a redefinir a história.

luta feminista

A tragédia que marcou o início da luta

No dia 8 de março de 1857, um grupo de mulheres que trabalhava na indústria têxtil, em Nova Iorque, organizou uma marcha para exigir melhores condições de trabalho, como horário laboral reduzido para 10 horas e direitos iguais para homens e mulheres.

Cinquenta e um ano depois, a 8 de março de 1908, um outro grupo de trabalhadoras em Nova Iorque decidiu escolher o mesmo dia para avançar com uma greve em que exigia o fim do trabalho infantil e o direito de votar.

O primeiro dia dedicado à luta destas trabalhadoras e aos seus direitos surgiu um ano depois para homenagear essa mesma greve.

protesto feminino

O povo português tem um ditado popular que diz que por vezes é necessário acontecer uma tragédia para as pessoas certas abrirem os olhos. A 25 de março de 1911, 146 mulheres dos 500 trabalhadores morreram num incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque. Mais tarde descobriram que as mulheres, algumas com 14 anos, estavam trancadas num nono andar, onde acabaram por morrer queimadas ou da queda, depois de se atirarem pelas janelas, na tentativa desesperada de se salvar.

O sucedido chocou não só os norte-americanos, mas o resto do mundo. Começaram então a formar-se movimentos feministas que rapidamente organizaram manifestações contra a falta de condições de trabalho das mulheres. Nos dias que se seguiram, aconteceram protestos de apoio e abaixo assinados exigiram condições de segurança no trabalho.

fábrica

Apesar de o dia 8 de março ter ficado marcado por uma tragédia, foi a luta por direitos iguais e a reivindicação por melhores condições de trabalho que levou a que as Nações Unidas elegesse a data como o Dia Internacional da Mulher, em 1975. No entanto, somente em 1979 é que foi aprovada a Convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres.


A nova luta feminista

A nova geração de feministas é cada vez mais composta por mulheres jovens, educadas na era digital e que cresceram com o conceito de que homens e mulheres eram iguais. Com a “chegada” ao “mundo real” da vida adulta e do trabalho, verificaram que existe muito mais por detrás, que a igualdade de género é (ainda) uma ilusão. Este foi o ponto de partida para os movimentos atuais surgirem. É hora de dar continuidade a todo o trabalho e luta que todas as mulheres tiveram até aos dias de hoje.

Protesto para igualdade de género



Baden-Powell, fundador do escutismo mundial, dizia para procurarmos deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos e, esta máxima deverá ser um ponto de partida para que nos inspiremos todos nas mulheres que lutaram para que pudéssemos estar todos aqui, para que pudéssemos viajar, votar e, sobretudo, VIVER.

Devemos todos lutar pelas causas em que acreditamos, desde que lutemos com garra e convicção de que a nossa palavra, a nossa luta, e a nossa persistência vão, um dia dar frutos.

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