#1 🧠 Memória em Jogo: Como o Estresse Pode Estar Te Deixando para Trás

#1 🧠 Memória em Jogo: Como o Estresse Pode Estar Te Deixando para Trás

Descubra como nossos hábitos diários afetam nossa capacidade de lembrar e bora refletir sobre como manter a mente afiada!

“Você anda tão esquecido quanto eu?

Você sente que está esquecendo das coisas cada vez mais fácil? Está com dificuldades de lembrar de coisas simples, como a coisa importante que minha esposa me disse ontem, ou o combinado que havia feito para um rolê com um amigo da faculdade… não que esses exemplos sejam meus, kkkkrying.

Creio que todo mundo já tenha passado por algum período de sua vida, ou, talvez, esteja passando por isso nesse exato momento. Com isso, gostaria de aproveitar para te convidar para uma reflexão sobre nossos hábitos nessa vida doida de hoje em dia. Te juro que não vai ser papo de coach rsrsrs

Para contextualizar um pouco o motivo desse raciocínio, vou contar uma história sobre um garoto de 22 anos que estava na faculdade de biologia passando por vários estresses e perrengues até ele perceber que sua memória, que sempre foi ótima, começou a se deteriorar. Não conseguia mais se lembrar de datas, assuntos que havia estudado e estava com uma dificuldade gigante de explicar sobre o mundo da biologia que sempre achou maravilhoso. Como esse garoto, também conhecido como Euzinho, trabalhava como plantonista em cursinhos pré-vestibular, se sentia pior com essa situação a cada dia que se passava.

Por esses motivos (entre outros, que falarei mais adiante), decidi me dedicar para compreender um pouco mais sobre como nosso sistema nervoso, também conhecido como cérebro, funciona. E com isso, te trago a pergunta:

Como o estresse cotidiano impacta no seu desempenho e memória?

Assim, iniciei meus estudos em um laboratório da faculdade que estudei e fui me apaixonando cada vez mais pelo estudo. Porém, mesmo a Memória sendo um assunto bem comum e essencial para o cotidiano, esse tema é extremamente complexo no campo da neurociência. E se você parar para pensar, nós vivemos e somos quem somos devido à nossa memória. Uma vida sem ela implica uma vida sem aprendizagem, sem lembrar do que nos torna únicos, visto que somos quem somos por conta de nossas experiências prévias, olha só que raciocínio bonito.

Então vamos adentrar um pouco mais fundo nesse tema. Memória, em uma definição mais formal pode ser dada como:

“a nossa capacidade de adquirir, formar, armazenar e evocar (ou lembrar) conhecimentos ou informações”

Ok, temos a definição, mas as perguntas surgem, não é mesmo?

“Como isso funciona?”;
“Qual a importância de saber sobre isso?”

E é exatamente nesse ponto que gostaria de problematizar sobre o impacto de uma vida estressante na formação de novas memórias.

Caso você não tenha se identificado pelo meu exemplo pessoal do início, você já percebeu essas características em pessoas próximas?

Um aumento do esquecimento? Esquecimento de tarefas do trabalho, combinados com amigos, informações que lhe foram ditas e que simplesmente sumiram da nossa cabeça, apesar de terem grande importância. Isso claramente não se deve a um único fator, mas vamos refletir sobre o impacto que esses fatores têm na nossa capacidade de formação de memórias. O estresse cotidiano, seja por pressão no trabalho com prazos de entrega, de cuidados com saúde, noites bem dormidas, ou ainda conseguir um período de lazer mesmo com um dia de apenas 24h. Claramente impactarão em seu desempenho nas tarefas rotineiras.

Se isso não te chama a atenção no dia a dia, tenho péssimas notícias.

Como compreender a relação estresse-desempenho?

Para explicar esse fenômeno, muitos processos sobre a formação de memórias são necessários, mas é importante focar na Curva de Yerkes-Dodson (imagem abaixo), que representa uma curva de Gauss no qual o pico dessa curva indica o nível de estresse médio do organismo que gera o desempenho ideal da formação e evocação de memórias, enquanto tanto estresse de menos quando em excesso tornam o desempenho aquém do ideal.


O estresse para o organismo não é o estresse que passamos no carro durante o trânsito. De forma simples, ele é uma resposta com hormônios e neurotransmissores que regulam uma maneira de nos adaptar a uma situação diferente. Esses hormônios e neurotransmissores atuam diretamente sobre estruturas cerebrais envolvidas com a atenção, emoções e, consequentemente, na principal estrutura do processo de formação de novas memórias, o hipocampo.

Com isso, repito o convite para uma reflexão voltada à nossa vida cotidiana. Você sente-se estressado em grande parte do tempo? Sente que está com dificuldades de se lembrar de coisas óbvias e que já sabe faz tempo? Prestar atenção a esses pequenos sinais pode ser um ótimo alerta sobre a qualidade do momento que nos encontramos em nossa vida e trabalhar de forma a alterar ações que podem nos trazer um pouco mais de alívio ao estresse do dia a dia, como iniciar um hobbie novo, fazer mais atividades prazerosas, manuais, entre outras inúmeras possibilidades.

Ao trabalharmos com atividades como essas, acabamos por ativar regiões específicas do nosso cérebro que nos dão um sentimento de bem-estar e podem, com o passar do tempo, aumentar nossa motivação para realizar outras tarefas e aumentar a vontade de nos aventurar por novos desafios.

Refletir sobre nosso cotidiano e reduzir esse peso rotineiro com algo diferente, ou que possibilite uma distração prazerosa, com certeza nos auxiliará a manter os níveis de estresse ideais. Como demonstrado no gráfico, estando em níveis ideais o estresse passa a apoiar o melhor desempenho que poderíamos ter nos processos de formação e evocação de memórias, e ainda por cima conseguir trabalhar com esses conhecimentos e desenvolver novas ideias de aplicação com o que sabemos que sabemos.

Claro que não é de um dia para o outro que podemos reduzir e melhorar dos efeitos gerados pelo estresse excessivo, mas um pouco de conhecimento sobre como isso funciona e um convite para a reflexão sobre nossa rotina sempre ajudam. Então, da próxima vez que o estresse bater à sua porta, lembre-se: um pouco de pressão pode nos motivar, mas quando em excesso pode fazer nossa memória fugir e é hora de reavaliar AtentaMente nossos hábitos e encontrar o equilíbrio necessário para manter a mente afiada!


Lucas Lins

Mestre em Língua, Literatura e Cultura Japonesa | Arte-Educador | Professor de Língua Portuguesa | Tradutor

3 m

Iniciativa muito interessante! Parabéns!

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