10 aprendizados para o RH ser o protagonista nas companhias
Foto: Marcos Mesquita / RH Week 2018

10 aprendizados para o RH ser o protagonista nas companhias

Por Ricardo Natale, diretor geral do Experience Club

Ter papel ativo na performance do negócio e o preparar as equipes para as mudanças do mercado são as maiores inseguranças enfrentadas hoje pelos recursos humanos

A Inteligência Artificial vai tomar cada vez mais o trabalho dos humanos, mas caberá a humanos cada vez mais preparados e engajados gerenciar o enorme potencial das novas tecnologias. O trabalho de cooperação entre pessoas e máquinas vai gerar conflitos e demandar equipes muito mais diversas, multidisciplinares e altamente motivadas para transformar esse atrito em soluções de negócios. A grande questão é saber que posição os recursos humanos poderão efetivamente ocupar nesse jogo.

Inspiração, engajamento e os desafios das novas tecnologias foram alguns dos temas de destaque do RH Week 2018, que o Experience Club trouxe à discussão para 120 diretores de RH e líderes em recursos humanos reunidos no Sofitel Jequitimar do Guarujá, nos dias 21 e 22 de maio.

Mais do que obter respostas, os profissionais presentes no fórum foram bombardeados por provocações sobre o desempenho do RH nesse momento de reconstrução das relações de liderança dentro das corporações.

César Souza, CEO do Empreenda, tocou na ferida: em conversa com 150 CEOs, ele descobriu que o RH chegava a ocupar a quinta posição na lista das equipes mais valorizadas para o comando da companhia, atrás do financeiro, comercial, logística e jurídico. “Chegou a hora de o RH assumir o seu protagonismo”, provocou o nosso palestrante.

Em dois dias de fórum, tivemos diversas apresentações inspiradoras, como os cases da VP de RH do Santander, Vanessa Lobato e do diretor de RH do McDonald’s, Marcelo Nóbrega. Ouvimos como o reitor da Saint Paul está conduzindo a transformação digital da escola de negócios e uma lição sobre propósito de CEO HSM, Guilherme Soárez.

Descobrimos ainda o que a experiência das startups pode agregar no RH de grandes empresas, num excelente debate entre os empreendedores Francisco Mello (Qulture.Rocks) e Luciano Meira (Joy Street), pilotado pelo especialista em negócios digitais Sandro Magaldi. Ouvimos também insights importantes na gestão de candidatos e bancos de talentos da americana Carmen Bryant, diretora global de Insights do Indeed.

APRENDIZADOS

Em meio a tantas discussões enriquecedoras, listo 10 insights que merecem ser compartilhados aqui:

1- O novo normal é o efêmero. A democracia está perdendo qualidade, mas nunca houve tanta democracia no mundo.

2- A probabilidade de alguém que se sente bem no ambiente de trabalho continuar na empresa é de 113%, mesmo em casos de oferta de salários maiores.

3- Dar o protagonismo às lideranças é fundamental para se implementar uma cultura de engajamento na organização.

4- Conheça seu colaborador: há três meses o McDonald’s aboliu o uso do boné dos funcionários, porque ele causava baixa autoestima e maus tratos de clientes.

5- Reforma Trabalhista: mais de 200 itens da legislação foram alterados. Vai levar algum tempo para que as empresas absorvam tanta informação.

6- Não confunda Massive Tranformative Purpose (MTP) com a missão da empresa. O MTP precisa oferecer algo prático para as pessoas que vai muito além do negócio em que você atua.

7- A Inteligência Artificial vai mudar radicalmente a forma como temos acesso à educação hoje.

8- Somos programados para ser amados e fazer parte de um grupo. As pessoas não querem ser só uma coleção de habilidades.

9- A diversidade é ser convidado para uma festa. Já a inclusão é ser convidado para dançar.

10- Não se pode obrigar que todos tenham o mesmo propósito na vida, mas se esse propósito é forte o bastante, os colaboradores vão querer fazer parte dele.

E foi no meio de um debate comandado por Sofia Esteves, CEO da Cia de Talentos, com os gestores de RH Ana Borghi (Netflix), Marco Custódio (Nestlé) e Juliano Marcílio (Bradesco Seguros) que tivemos um dos melhores insights do RH Week: a pesquisa ao vivo por smartphone com toda a plateia para saber quais eram as questões mais importantes para os recursos humanos das empresas.

Eis do resultado: Performance dos Negócios versus Modelos Inovadores e Preparação da Força de Trabalho para o Futuro, lideraram com 27% dos votos. Na sequência, tivemos Liderança (17%), Diversidade e Inclusão (10%) e Cultura e Organização (10%).

Como a enquete mostrou, a relação entre evoluir para novos modelos de negócio que surgem com o avanço da tecnologia, trazendo o engajamento e a colaboração dos melhores talentos são questões na linha de frente do RH. Por que, então, os recursos humanos não estão no topo da percepção dos CEOs das empresas?

Encerrando o fórum, nosso convidado internacional Jeff Howe não escondeu o otimismo em relação ao RH e deu uma pista para respondermos a essa pergunta. Para ele, os profissionais da área ocupam uma posição estratégica para liderar as potencialidades geradas pela união criativa entre homem e maquina nas empresas. Howe é pesquisador convidado do MIT Media LAB e coautor, junto com diretor do Lab, Joi Ito, do best-seller do momento no mundo dos negócios nos Estado Unidos, “Whiplash: How to Survive Our Faster Future”. Sua base de estudo é saber como as pessoas – e as empresas – estão conseguindo acompanhar a velocidade cada vez maior das mudanças provocadas pela tecnologia.Se conectarmos a provocação do consultor César Souza e a mensagem de Jeff Howe, o que podemos extrair desse debate é que o profissional de RH precisa chamar para si a responsabilidade pela transformação das empresas e fazer valer a sua missão estratégica na performance do negócio. São muitas variáveis e incertezas. Uma jornada cheia descobertas que está só começando.


Andre Verçosa Albuquerque

Diretor / Vice Presidente / Conselho de Administração

6 a

Ricardo, belo texto. Obrigado por compartilhar.

Wilson Lima

Fintech | BAAS | Insurtech | Human Resources | Marketing | Education

6 a

Bom artigo! mas de verdade ñ acredito que o RH deva buscar protagonismo, o papel de coadjuvante é fundamental em qualquer time, e se este papel de coadjuvante contemplar práticas de RH que gerem impactos positivos, no clima, engajamento e produtividade, os impactos já serão extraordinários.

Kely Gouveia

Inovação/ Negócios/ Comunicação/ Marketing/ Eventos/

6 a

Isabela Oliveira Não li, só indicando mesmo Rs

Suzan Gonçalves

Master Black Belt in Lean Six Sigma | Especialista de Processos | Cientista de Dados | Engenheira de Produção | Matemática

6 a
Stephanie Duarte Almeida

Gestão de Produto Educacional | Estratégia & Inovação

6 a

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