Precisamos insistir nas reformas
© Marcos Mesquita

Precisamos insistir nas reformas

Por Ricardo Natale, CEO do Experience Club

As diferenças de ideias e matizes entre esquerda, centro e direita são saudáveis e bem-vindas à democracia, mas é igualmente tranquilizador constatar que pode haver consenso em temas fundamentais da nossa economia. Nesta terça-feira, 07/08, diante de mais de 200 CEOs e nomes importantes do setor privado convidados para a Confraria de Economia realizada pelo Experience Club, ouvimos de três importantes assessores econômicos envolvidos nas eleições presidenciais o compromisso de seus candidatos em realizar as reformas que o país tanto precisa. Antes deles, em nossa palestra de abertura, o ex-ministro de Finanças do Chile e professor da Universidade de Columbia (NY), Andrés Velasco, deixou um recado claro: que o Brasil não caia mais uma vez na armadilha do populismo.

Para falar sobre as prioridades para a recuperação da economia no próximo mandato, trouxemos ao debate o coordenador da campanha de Geraldo Alckmin, Pérsio Arida, e Gustavo Franco representando João Amoêdo, candidato do Partido Novo. Dois ex-presidentes do Banco Central, ao lado do experiente economista e ex-secretário da Fazenda do Ceará, Mauro Benevides Filho, braço direito de Ciro Gomes (PDT) no campo econômico.

Provocados pelo moderador Marcos Troyjo, diretor do BRICLab da Universidade de Columbia (NY), os três convidados foram enfáticos da defesa de reformas estruturais nos 100 primeiros dias de seus respectivos governos, caso ganhem nas urnas. Em consenso, as reformas fiscal, tributária e da Previdência Social.

Com pensamento mais liberal, Arida e Franco bateram na tecla da abertura comercial, redução do Estado e privatizações. Benevides, supostamente mais à esquerda, também não poupou críticas ao rombo nas contas públicas e propôs um corte imediato de 10% no custeio, sem penalizar os investimentos públicos que, em suas contas, estão no mais baixo nível da história. Na agenda dos três, a conclusão da reforma previdenciária que não se concretizou no atual governo.

Mesmo em diferentes intensidades, as reformas estão na agenda das campanhas. Conforme lembrou Troyjo no fim do debate, há mais divergência na política do que na economia. E isso é ótima notícia. Os CEOs e empreendedores que são papel-chave no desenvolvimento do país, sabem da importância de reformas que levem eficiência à nossa economia, como a tributação mais justa e simplificada, Estado pró-mercado e amigável ao investimento privado, capaz de promover um sistema de educação que reduza desigualdades e ajude a tornar nosso país mais inovador, diverso e produtivo.

Grande referência do pensamento econômico no cenário latino-americano atual, Velasco traçou um panorama brilhante – e preocupante – do futuro do Brasil e da nossa região. A mensagem mais importante, porém, vem do passado. Nos últimos 50 anos, os maiores inimigos do crescimento brasileiro foram a falta de poupança interna a incapacidade de aumentar nossa produtividade. Basta crescer um pouco mais para que os problemas estruturais voltem a frear a economia. Somente com reformas, vontade política e empenho da sociedade civil – nós do meio empresarial incluídos – poderemos criar um novo horizonte de desenvolvimento para o Brasil.

Em setembro, retomaremos com força esse debate durante a realização do Fórum CEO Brasil 2018, na Bahia. Em três dias de atividade intensa, reuniremos 150 CEOs e lideranças empreendedoras para discutir o “Brasil do Futuro”. Palestras inspiradoras, modelos de negócios inovadores, troca de experiências e relacionamento darão o tom do encontro, que reforça o nosso compromisso com as reformas e o crescimento do país.

André Veiga Barbanti

Chairman & CEO Santo André Adm. Part.

6 a

Matéria muito densa, excelente!!

Carlos Eduardo Mazon

Sales Capture SR Manager na Accenture Brasil

6 a

Apoiadíssimo!

Luiz Henrique Mizukami

Gerente de Marketing na Dedalus com expertise em Marketing Digital e Business Development

6 a

De fato temos de insistir nas reformas. Seja qual o candidato, devemos cobrar as "promessas" de reformas estruturais nos 100 primeiros dias de governos. Reformas fiscal, tributária e da Previdência Social pedem passagem.

Milton Nascimento

Vice President Of Business Development | Profiter

6 a

Sem reformas, o mesmo de tudo, la atrás o FHC foi reeleito para o segundo mandato com a promessa de reformas, daí a grande lição, todos sabem que esta é uma promessa que angaria votos, porém, não precisa ser cumprida...até quando vamos engolir o sapo?

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