10 mandamentos para fracassar nos negócios - Parte (2)
De: Donald R. Keough - Sextante, 2010
Na semana passada vimos os dois primeiros mandamentos para fracassar nos negócios, atuais e que exigem do gestor uma análise criteriosa de conduta e resultados.
Para relembrar, vejamos:
- Primeiro Mandamento “Pare de Correr Riscos”
- Segundo Mandamento “Seja inflexível”
Nesta semana estaremos avaliando outros quatro mandamentos para fracassar no negócios, ou seja, do terceirto ao sexto mandamentos e que podem auxiliar na gestão de carreira e da organização.
Terceiro Mandamento “Isole-se”
- A maneira como os líderes de uma empresa se relaciona com os colaboradores muito importa. O isolamento cria indiferença, gera boatos e, depois de um tempo, até provoca revolta.
- Descobrir a verdade ás vezes é difícil, porque é preciso enveredar por muitos níveis de gerência, e as pessoas podem se sentir tentadas a apresentar sua própria versão dos fatos.
“É um indivíduo raro aquele que deseja ouvir o que não quer ouvir” (Dick Cavett)
“Não considere fiéis aqueles que elogiam suas palavras e ações, e sim os que criticam gentilmente suas falhas” (Sócrates)
- Compensa ser paranoico, dar de imediato as más notícias ao alto escalão, de modo que a empresa possa agir rápido para evitar o desastre.
- A verdade é que qualquer avanço em uma organização te, por definição, que brotar do esforço em prol da solução de um problema.
“Uma mesa é um lugar perigoso para se ter uma visão do mundo” (John le Carré)
- Há uma grande diferença entre uma atmosfera de tensão criativa numa empresa e um clima de medo.
- Quando há uma plaquinha com um título importante pregada na porta da sua sala, o grande número dos que provavelmente discordariam de você diminui com incrível rapidez.
“Seja qual for sua atividade, cerque-se de gente inteligente que discuta com você”.
- Quando líderes se complementam e se equilibram, as falhas de alguém podem, em geral, ser compensadas pelas qualidades da outra pessoa.
- Caso só haja espaço para uma personalidade dominante, tenha cuidado, pois a empresa acaba se tornando o que essa pessoa é.
Quarto Mandamento “Acredite que é infalível”
- Reputação e imagem não têm preço.
- É preferível um bom nome a grandes riquezas.
- Ninguém é capaz de conhecer o suficiente de uma nação ou de uma situação de negócios com base num relatório lido no conforto da sua sala.
- Enfatizo com veemência esta verdade simples: de fato, compensa ver com os próprios olhos. E também vale mais a pena ouvir os colaboradores diretamente do que fazer isso por meio do denso filtro da burocracia.
- A melhor fonte de informação é o seu próprio pessoal, sua equipe local. As políticas e técnicas de gerenciamento que partem do alto como se fossem decretos estão fadadas ao desastre.
Quinto Mandamento “Jogue próximo à linha do pênalti”
“O sucesso é mais duradouro quando o conquistamos sem destruir nossos princípios” (Walter Cronkite”
- Ser capaz de merecer a confiança dos outros. Queria confiança por ser direto e honesto com todo mundo, por ser justo e por agir certo.
- O ambiente empresarial está padecendo de um mal, pequenas rachaduras na estrutura da ética vinham sendo ignoradas.
- A corrupção se espalhou, pois muitas pessoas começaram a dedicar uma absurda quantidade de tempo a agradar seus valiosos amigos que ajudam a construir o mercado: os analistas de mercado ou de Bolsa de Valores.
“Sua função não é dar boas notícias, e sim transmitir a verdade”
“Gestores se preocupam em fazer as coisas direito. Líderes se preocupam em fazer a coisa certa” (Anônimo)
- Princípio de Peter – num sistema hierárquico, todo funcionário tende a ser promovido até atingir seu nível de incompetência. A mania de se promover funcionários até que se tornem incompetentes.
- Nunca haverá leis suficientes para tornar os homens éticos.
“Não há outro futuro evolutivo para o homem senão em conjunto com todos os outros homens” (Padre jesuíta e paleontólogo Teilhard de Chardin)
“Uma consciência tranquila dorme em meio a trovoadas”
Sexto Mandamento “Não pare para pensar”
“O problema não é saber se as máquinas pensam, mas se os homens pensam” (Burrhus Frederic Skinner)
- Usar uma tecnologia apenas porque podemos não significa que devemos fazer isso. Quase sempre aumentamos a complexidade da vida sem que isso traga nenhuma vantagem evidente e em algumas vezes fica evidente as desvantagens.
- Já disseram que vivemos na era da informação. Não é verdade. Vivemos na era dos dados.
“Agora as pessoas nunca ficam sozinhas... Fazemos com que elas odeiem a solidão e organizamos suas vidas de modo que ficar só seja algo impossível” (Admirado mundo novo, Aldous Huxley, 1932).
- Adquirimos uma sobrecarga de percepção sensorial eletrônica ao mesmo tempo que nos privamos da percepção sensorial humana.
- Problemas ao vício de lidar com os dados não processados e não nos deixam pensar:
1º. A síndrome da caixa de entrada – o custo humano
- Tanto um indivíduo quanto um grupo de pessoas precisam pensar com sabedoria e seriedade a respeito da direção e dos objetivos que almejam. É fundamental ter uma visão do futuro. Sozinhos, os dados não nos levam até lá.
“Caso deseja vencer pense muito. Pensar é o melho9r investimento que você pode fazer na sua empresa, na sua carreira e na sua vida”.
“Há mais coisas a fazer na vida do que aumentar a velocidade com que ela passa” (Gandhi)
2º. Quando não são processados, os dados podem mascarar a realidade
“Não são as coisas que conhecemos que nos criam problemas. O fato é que as coisas que conhecemos não são o que parecem ser” (Mark Twain)
- Às vezes vemos o que queremos ver
3º. Não parar para pensar é uma grande tolice – e até mesmo perigoso
“Agir é fácil. Pensar é difícil”.
- Enaltecemos a razão, porém permanecemos reféns da emoção.
- Em um grupo, quando as pessoas ficam muito ansiosas por fazer alguma coisa, é quase impossível para elas raciocinar corretamente, e sua tendência é decidir com base no desejo coletivo.
Tenham uma boa leitura e uma semana de reflexão em suas organizações.