10 truques que tem de saber para falar em público com millenialls
Qual é o segredo para captar a atenção de uma plateia de 200 jovens da Insta-Geração famintos de sono às 8:30h da manhã?
Na realidade, não há segredo milagroso e o título deste artigo é clickbait, mas já que leu até aqui, vou tentar fazer com que os 12 segundos gastos não sejam em vão e transmitir-lhe alguma informação útil. Não há segredo milagroso, mas há um conjunto de estímulos que vão fazer com que os insta-jovens despertem mais do que com a última fotografia em biquini publicada no Instagram da modelo favorita deles. Não é uma ciência exata e, provavelmente, este artigo vai ficar desatualizado assim que a próxima geração começar a romper com Lives por essas redes sociais fora. Depois de experimentar, de conquistar, de perder plateias de alunos para distrações que são impossíveis de controlar e de os voltar a conquistar com uma piada agressiva de humor negro, deixo aqui algumas técnicas que tenho vindo a testar ao longo destes últimos 40 mil alunos do 12º ano com quem me fui cruzando:
- Engagement. Preparar o auditório, abrir cortinas, ligar o máximo de luzes possíveis a um ritmo alucinante é indispensável para que primeira impressão destes trituradores de dados móveis não seja a de um orador debruçado sobre o computador ainda a tentar descobrir como se ajusta o projetor. Receber os alunos com um sorriso largo no rosto enquanto os cumprimentamos é algo que lhes vai transmitir alguma segurança. Lembre-se que comportamento gera comportamento.
- Todos os presentes sentados antes do pontapé de saída. O pior começo que um orador pode ter é lançar a sessão, tentar criar conexão com o público enquanto os mais atrasados competem com ele por atenção e popularidade enquanto entram na sala. É impossível captar mais atenção do que alguém que lhes é familiar e que ainda por cima gosta de receber aquele feedback instantâneo e um cumprimento dos amigos a quem busca aprovação quando desafia o professor.
- Apresente-se antes de começar a cuspir informação. Diga qual o propósito da sua presença e o que é que o publico pode esperar de si. Mas atenção, não vale a pena enumerar as sete Pós-Graduações e um Doutoramento na Suíça. Isso só vai construir um muro entre si e a audiência.
- Cada público tem o seu ritmo. É impossível usar o mesmo guião para falar com os alunos de uma Secundária no centro de Lisboa e com o 12ºB da Escola de Portalegre. A geração é a mesma e até podem seguir as mesmas contas no Instagram, mas nestes casos o melhor é adaptar-se à realidade local ou escolher exemplos globais.
- Ser mas não tentar ser. É importante ter um discurso jovem, mas se não é jovem, não o tente ser. Os farejadores de falta de genuinidade vão ficar automaticamente alerta e isso pode virar-se contra o orador. Expressões como "bué fixe", "curtir" ou "ya" são desaconselhadas se não as utiliza numa base diária.
- Story-Telling. Falar sobre o assunto que nos levou àquele auditório é o nosso objetivo, mas contar histórias que cativam e exemplos em que o nosso público se revê é algo que valida aquilo que acabámos de dizer. Imprima personalidade na história, entoação no tom e mudanças no volume. Imagine que está no palco do Coliseu e que a peça de teatro é sua. Representar também é importante.
- Referências que ativam a atenção. Uma boa referência ao último assunto que inundou o feed do Instagram no dia anterior ou à discoteca com a qual o público-alvo se identifica é a melhor arma para ir entrando aos poucos no círculo de confiança dos alunos. Referências inseridas na altura certa vão fazer com que o Modo-Babão seja desativado e nos aproximemos cada vez mais do tão pretendido Modo-Esponja. Portanto, comece a ver as séries que eles estão a ver, a falar com os alunos de forma realmente interessada e a seguir meia dúzia de youtubers do momento para perceber o que se diz.
- Sentir o público. Observa sistematicamente alguém a falar? Alguns alunos teimam em olhar para o telemóvel em vez de olhar para si? É normal, a curva de atenção já deixou de ser curva e passou para uma reta vertical há muito tempo. É altura de parar de cuspir informação e largar uma bomba de humor. Se humor não é o seu forte, pode sempre pegar num aspeto que o torne desconfortável naquele momento e virá-lo a seu favor. Às vezes a melhor forma de contornar o elefante na sala é tirar uma selfie com ele.
- Problemas técnicos? Chame o Especialista-em-projetores-colunas-e-outros-devices. Há sempre aquele aluno na sala que é conhecido por ajudar o professor em situações dramáticas que envolvam qualquer tipo de tecnologia. Basta chamar por ele e o público encarregar-se-á de lhe indicar quem é esse génio que vai salvar a sua apresentação.
- Paixão. Pode ler todos os livros de auto-ajuda da série "Como falar em público para Totós" e tornar-se o mestre da teoria em 30 dias. Ainda assim, nenhuma enciclopédia do mundo é suficiente se não aplicar paixão nesta arte de falar em público com jovens de 17 anos. Se não gosta de o fazer, pode tentar ultrapassar esse desafio, mas o importante não é ler este artigo, mas sim procurar algo que lhe dê realmente prazer em fazer.
Não se esqueça que esta é a geração do instantâneo. É a geração que quer ver likes a pingar ao segundo assim que carrega uma fotografia nas redes sociais. É a geração que está habituada a não ter de esperar pela série favorita na televisão e pode saltar logo para o último episódio para descobrir que a sua personagem favorita morre no fim. É a geração que tem a informação na ponta dos dedos e que sabe que o importante é saber chegar até ela em vez de a decorar toda.
Isto é um aviso de perigo daqueles amarelos que aparecem na parte de trás de um camião carregado de combustível: É bom que consiga ter respostas na ponta da língua e que saiba que a linha que segura a atenção entre os alunos e o orador é mais fina que um noodle de arroz. Portanto, dê-lhe lume para não o comer frio. Mas não em excesso, porque ninguém gosta de massa carbonizada.
Storyteller | Copywriter
7 agostei muito vou usar!
Fundador do Diário De Um Ambicioso
7 aDá para ver que já tens uns Km em cima eheh No outro dia estava a falar com um colega meu sobre ti. Ainda no início da inspiring future foste à escola onde ele andava (não me lembro do nome) e estavas a explicar como se fazia o processo de algo. Ele disse-me que se quis armar em engraçado e mandou para o ar: "Ah, então e se nós tivermos um acidente e batermos com a cabeça? Nesse caso vamo-nos esquecer disso". Nesta altura a malta começou a rir-se imenso. Mas pelo que ele me disse conseguiste agarrar a situação muito bem! Pelo que compreendi conseguiste colocar a maioria do auditório a gravar os tais passos que se tinham de fazer e no fim da gravação esses "cameramen" ainda enviaram o vídeo para o "face" desse meu amigo. Uma versão diferente de "dominar o Elefante da sala" mas igualmente eficaz. A ver se um dia destes nos cruzamos. :)
👨🏻💻 Marketing Manager | L’Oréal ||💡Founder | Marketing Tuga || 🏆Young Lions Portugal | Marketing 2023
7 aMuito interessante o artigo 👏🏻👏🏻
Managing Director at Fusion Consulting Portugal
7 aMuito bom
@ Syensqo || Marketing | Management
7 aAndré! Parabéns !!! Muito Bom Artigo!!