#2: Erros do compliance: um desafio para evitar descrédito
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#2: Erros do compliance: um desafio para evitar descrédito

Muito comum encontrar sistemas de compliance que não funcionam. Os sistemas de integridade fazem parte de uma cultura que está em implementação e alguns caminhos não são fáceis. Há obstáculos que precisam ser transpostos para garantir a integridade.

O bom é que não há desistência do compliance. Dá tempo de corrigir os rumos para que possam ser trilhados caminhos de correção.

Os equívocos do compliance podem ser classificados em dois grupos: os subjetivos, que estão relacionados aos sujeitos envolvidos no programa do compliance; os objetivos, ou materiais, que revelam erros nos elementos do compliance nas fases de diagnóstico, implementação ou monitoramento do programa.

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Os problemas subjetivos têm relação direta com as chamadas soft skills do compliance officer: ter empatia e liderança refletida na manutenção de ambiente de trabalho saudável é convidativo à produtividade. Esse são só alguns exemplos dentre outras habilidades emocionais que precisam estar reunidas para um trabalho eficiente.

As soft skills se contrapõem ao perfil do controlador hierárquico, racional e verticalizado. Hierárquico, porque é cada vez mais comum a colaboração entre o chefe e o subordinado na construção de alternativas no ambiente de trabalho. Racional, porque cultivar habilidades emocionais despertam inovação no ambiente de trabalho. Verticalizado, porque o ambiente colaborativo permite que o chefe ou o empregado tomem iniciativas. As sugestões de alternativas para aprimorar processos de trabalho podem ser horizontais, não apenas verticais.

O compliance officer não pode assumir uma postura policial na organização. O sistema de integridade deve ser um instrumento para o aprimoramento dos objetivos gerais e específicos da organização. Quando o compliance officer é temido, visto com suspeição, ou é arredio na aproximação dos colaboradores, há indicativos de que algo pode dar errado.

Além do compliance officer, há resistências por parte da alta administração. A falta de sensibilidade da importância do compliance pode passar uma mensagem de desimportância para organização. O descrédito é um dos principais fatores humanos que ocasiona falhas no compliance. Conquistar a confiança é fundamental para manter a organização única, íntegra.

Equívocos materiais também são bem comuns. Os mais difíceis de corrigir estão relacionados ao treinamento ou capacitação equivocada. Transmitir convicções de integridade descasada da realidade das organizações também gera descrédito.

Os erros do compliance têm um impacto significativo na organização pelo caráter transversal do programa. Às vezes os erros de conduta, por exemplo, não se limitam a setores, mas se espalham como vírus e torna mais difícil remediar.

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Erros não são incorrigíveis. A propósito, o compliance não é um instrumento à prova de falhas: violações ocorrerão, certamente, e precisam ser corrigidas. Alguns fatores ajudam a evitar equívocos – senioridade e conhecimento técnico são alguns deles.

Não sei se você passou por alguns dos equívocos aqui apontados. Se for seu caso, tenha certeza de que existem soluções. Certificações e cursos competentes tratam dessas matérias exatamente para evitar que ocorram.

O mais importante é que nunca se desista na dificuldade. As organizações sérias não pactuam com o erro e suportam boas estratégias para contorná-lo. Nesse particular, a integridade é decisiva.

Arnaldo Q.

🎓MENTORING COMPLIANCE Anticorrupção&RESPONSABILIDADE Empresarial 📌LL.M. Direito Penal Econômico, UniCoimbra 📌Direito e Processo Penal, UniMackenzie 📌MBA Direito Corporativo e Compliance, Escola Paulista de Direito

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Excelente texto, Marcelo! Parabéns, sucesso.👏

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