O dia que o Humano não será mais um Recurso e o departamento poderá mudar de nome.
Com o passar dos tempos fui aprendendo a entender e respeitar o departamento que tratava de Gente. Em minha visão fazia parte do Departamento de Pessoal “DP”. Era importante, localizado estrategicamente em local de difícil acesso, em finais de corredor ao lado “DP”. Era o setor responsável por eventos sociais e resolução de alguns problemas de empregados como: marcação de consulta médica, justificativas de ausências, e por ai vai.
Um departamento em mudanças constantes.
Sua importância foi aumentando e separou-se do "DP". Em algumas empresas deslocou-se para uma sala à frente dos escritórios do administrativo. O acesso passava a ser mais fácil. Eu pensava, então: por ser tão importante o “Colaborador” que estava à frente do setor deveria ter uma mesa no meio do setor fabril para acompanhar a dinâmica comportamental e, assim, assumir toda essa responsabilidade como o trabalhador. Logicamente, estava errado! Essa responsabilidade é do Gestor da área.
Agora, tudo esta mudando outra vez: desde a dinâmica nas empresas com o aumento na demanda por consumo de produtos industrializados até nas funções do empregado através das figuras do Colaborador x Contribuidor.
Colaborador x Contribuidor
Até então o empregado era um componente, “colaborava” para o processo. Só sua Mão de Obra era importante, era um Recurso Humano.
O Humano tido como maquina, com ações repetitivas, programadas e ensinadas por alguém. O humano como se fosse um robô, mas que felizmente, não é!
A colaboração, por si só, torna-se limitante, pois, expõe o processo a comportamentos e variáveis como: humor, descontentamento, sabotagem por estresse, etc. Características do comportamento humano.
Com a necessidade de aumento da produtividade torna-se muito importante o emprego de maquinas, recursos de automação com aplicações de manipuladores, esteiras e mecanismos mecatrônicos fazendo muitos pensarem que o humano perde importância. Mas, ao contrario, a importância do Humano é realçada e aumenta nas empresas. O Humano sai da condição de “Colaborador” para ser o principal “Contribuidor” nos resultados da empresa. Sua capacidade de raciocínio, seus sentidos e percepções do meio ambiente, o faz único e diferenciado, sendo a Vantagem Competitiva Adaptativa de uma Empresa.
Novo posicionamento do Departamento que trata de Gente
Estamos em meio a uma Revolução Industrial intensa e acelerada, portanto, em minha opinião, o Departamento que trata de Gente deve estar posicionado ao lado da presidência, participando e contribuindo para as ações estratégicas, buscando alternativas para que o gestor possa coordenar as equipes nesta direção.
Tirando o empregado da condição de colaborador e posicionando-o como contribuidor o Gestor de setor deixa de atuar no tarefa, (como), e passa a coordenar o empregado, (quem).
Assim o departamento que trata de gente passa a ter grande importância na ligação do externo com o interno. Sua visão estratégica adequará os recursos (treinamentos, dinâmicas, escolas, medicina do trabalho, consultorias, etc.) para o suporte nas ações do novo principal contribuidor, o Humano.
O empregado, a partir de agora, deixa de ser Ativo e Recurso mais importante da empresa para tornar-se Contribuidor que, através de seus resultados, passa a ser "merecedor" desta importância.
Agora, só me fica uma dúvida: se o Humano não é mais um recurso, como chamaríamos este importante departamento que trata de gente a partir de agora?
Inspire-se, informe- se e torne-se indispensável!
Cada vez mais me convenço de que talvez a maior disparidade entre a realidade e as percepções gerenciais seja um menosprezo pelo potencial dos seres humanos para contribuir para a eficácia organizacional. Esse potencial não existe apenas para um maior dispêndio de esforço, mas para o exercício da engenhosidade, da criatividade na solução de problemas, da aceitação de responsabilidade, da liderança e do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e capacidade de julgamento. - Douglas McGregor, The Professional Manager
Acredito piamente que a capacidade de auto-realização, tão obvia na criança, permanece no adulto, embora possa ser latente (oculto) em razão de limitações ambientais. Vejo um autentico potencial para uma relação entre auto-realização e as metas organizacionais. O planejamento estratégico que leva em consideração essa suposta característica humana pode levar a uma organização mais eficaz em termos puramente econômicos.- Douglas McGregor, The Professional Manager
Senior Process Analyst and Lead CNC Programming
8 aMais um excelente artigo. Abraço...
Administração e coordenação de recursos humanos
10 aMuito bom texto Luiz. Mas a visão errônea de DP x RH ainda continuam nas empresas , inclusive em algumas multinacionais , onde infelizmente , os gestões/diretores de negócios não veem assim. Continuam errando porque lhes falta uma das principais das competências , de ver o ser humano como um todo e que ele tem necessidades , mas que uma vez, ele se sentir realizado , valorizado, acreditado, é este mesmo ser humano que dará valor ao negócio , encontrará formas e maneiras para dar lucro, implementará, valorizará ... Complexo mas acredite, é bem assim. Precisamos ter mais dirigentes 100 anos na frente, mais ousados, corajosos. Caso contrário , ainda será o velho do de sempre é tão confundido . Grande abraço e saudades
General Manager ITW Automotive Brazil
10 aMuito bom Luiz e esta tem de ser realmente a visão do novo "RH", acima de tudo atuar como um parceiro do negócio. Abraço