2018, um ano de validação.
Há exatos 7 meses eu tomei a decisão profissional mais difícil da minha vida: deixar a Keep Learning School, empresa que eu ajudei a fundar e me mantive totalmente focado por quase 4 anos, para retomar a minha carreira artística.
Quando essa vontade conversou comigo pela primeira vez, eu confesso que não dei muita trela. Eu sempre amei fazer comédia, mas também amo o mundo dos negócios. Amo entender cada vez mais sobre todos os mercados possíveis e imagináveis, amo vender, criar, comunicar...
Mas ao invés de deixar essa ideia pra lá, eu resolvi pensar um pouco mais.
Depois de alguns meses de muita agonia (não compartilhei isso com quase ninguém), cheguei a conclusão de que palestras, mentorias e workshops também alimentam o meu desejo de estar no palco e de alguma forma me mantém muito próximo do mundo dos negócios. Logo, se eu estruturasse junto com a carreira de comediante, uma carreira de especialista, meus dois desejos seriam atendidos.
Muita gente me perguntava como a gente conseguiu na Keep resultados tão expressivos em tão pouco tempo. Eu sentia que tinha como compartilhar tudo isso e gerar bastante valor pra uma galera.
E foi assim que eu tomei a coragem que faltava pra recomeçar.
Fim? Não. Começo.
Na minha cabeça, eu precisava escrever duas coisas diferentes: conteúdos (mkt e vendas) e humor (standup).
Corri pra estruturar a parte de conteúdo porque eu sabia que isso ia ter uma demanda maior inicialmente. Eu não sabia se o conhecimento que eu tinha colocado em prática na Keep geraria resultado para outros negócios, outros mercados.
Por isso, busquei desafios grandes. O primeiro deles: uma mentoria de marketing e vendas para o Colab, uma plataforma que conecta o cidadão à gestão pública e que tem como cliente ideal uma prefeitura. Criar um funil de vendas pra vender pra prefeitura, na minha opinião, era um desafio tão louco que se eu conseguisse gerar resultado pra eles, conseguiria pra qualquer outro negócio. Tem gente que acha doido criar funil pra B2B, imagina B2GOV... E deu certo!
Eles pularam de 3 pra 10 clientes em menos de 1 ano.
Estruturei então os conteúdos da palestra e do workshop e já nas primeiras experiências senti que tava bacana. Óbvio que sempre tem uma coisinha ou outra pra ajustar, mas eu testei este conteúdo em lugares que se tivesse alguma coisa "capenga" eu teria ficado sabendo... rsrs
Na real, percebi que muita gente já tinha visto uma ou outra coisa do conteúdo que eu mostro, mas a imensa maioria não tinha tido o entendimento daquilo ainda. Eu me senti uma espécie de tradutor dessa loucura que virou o marketing hoje em dia, cheio de termos complicados, siglas doidas e conceitos que se misturam toda hora.
Legal, parte 1 (conteúdo) validada! Partiu validar a parte 2 (comédia)...
Comecei a frequentar loucamente as noites de teste de piadas que rolam em SP com um único objetivo: testar premissas.
Explico: toda piada nasce de uma premissa, uma ideia central. Algo do tipo “já reparou que...” ou “esses dias eu tava pensando...”.
Acontece que a premissa nem sempre é engraçada. Às vezes a graça tá na forma que você vai apresentar ela, o que a gente chama de ponto de vista.
Mas, mesmo não tendo tanta graça, dá pra sentir quando uma premissa “tem potencial”. E foi isso que eu fiz. Eu não tava preocupado em ser o mais engraçado da noite, mas sim em sair de lá com o máximo de premissas testadas e sentir de quais delas a plateia tinha ficado com vontade de ouvir mais.
Já que a fase era de validação, vamos já aproveitar e testar mais uma hipótese: será que rola juntar tudo em um único balaio? Já que eu amo o mundo corporativo, será que rola fazer stand-up sobre isso? Comédia corporativa sempre teve, mas será que eu consigo levar isso pros palcos de stand-up? Bares, teatros...
Os primeiros testes não foram tão animadores quanto os das palestras e workshop. Alguns colegas humoristas falavam comigo no final dos shows me perguntando se aquilo não estava muito sério. A teoria era de que as pessoas que vão assistir um show de comédia no bar, muitas vezes querem justamente esquecer do trabalho. Eu tava ferrando esse plano.
Mas eu segui tentando...
Assim como o Colab, o desafio de falar do mundo corporativo no bar era subir a barra do teste. Se funcionar no bar, imagina em um evento corporativo - era o que eu pensava.
De Julho pra cá, foram umas 40 apresentações e uma média geral beeeem abaixo do normal. E pode parecer clichê, mas foi fazendo os piores shows da minha vida que eu vivi a temporada de maior evolução da minha carreira.
Mas aos poucos eu fui pegando a manha...
Essa semana que passou, fiz 3 shows no RS (Farroupilha, Canoas e Novo Hamburgo) e volto pra casa com o sentimento de que finalmente tô começando a acertar.
Isso me fez pensar que mais uma tese foi validada: SIM, é possível falar de coisas difíceis (tipo se a gente deve ou não tentar ser feliz no trabalho) no bar!
Isso me deixa muito contente porque me mostra duas coisas:
1 - Fazer coisas que te desafiam muito te fazem evoluir muito mais. Se você estiver vivendo uma fase meio que de marasmo, cria umas coisas malucas pra te desafiar, vai valer a pena!
2 - Depois de mais ou menos 15 anos no Brasil, o stand-up comedy está virando uma coisa cotidiana. As pessoas estão finalmente entendendo que dá pra rir de tudo. Isso é incrível!
Agora, se você chegou até aqui, deixa eu te pedir a sua opinião...
Se alguém te dissesse que existe um show de comédia que trata exclusivamente dos dilemas do mundo corporativo, do dia a dia das empresas, da nossa relação com o trabalho... vc iria?
Se sim, quais assuntos na sua opinião não poderiam faltar nesse show?
Dependendo dos comentários, vem uma coisa muito louca aí em 2019 <3
| Advogada
6 aEstimulante...Parabéns
Editor de Vídeo / Analista de Suporte no Space Today
6 aExcelente relato, Bruno. Te acompanho desde a Keep. Respondendo às suas perguntas, sim, eu iria em um show desse. E os assuntos que não poderiam faltar são tipos de chefes, de funcionários e de clientes e festa da empresa (principalmente as de fim de ano). Abração!
Mentor de Negócios Digitais e Palestras | Gerente CS e CX | Copywriter | O melhor vendedor é o sucesso do cliente | @matheusmendoncapro
6 aShow demais Bruno, história motivadora! Ainda mais para mim que estou em uma fase parecida.. Agora, vamos atender seu pedido. Sim eu iria em um show desse estilo. Aliás, por algumas vezes tentei ir em algum show, mas não consegui. No momento, penso que piadas de estagiários e funcionários malas não podem faltar. Grande abraço Bruno!!
Especialista
6 aMuito boa estou nessa vibe tbm! Vc é fera Brunão!