2018, um ano transgênico
Esse ano foi "bombado" por mutações para lá de artificiais no mundo político, cultura e econômico, por isso eu digo que foi um ano transgênico, que seguindo a definição do dicionário trata-se de organismo geneticamente modificado, cujo o avanço da engenharia genética viabilizou a alteração do DNA de alguns seres com o intuito de alterar características que seriam inviáveis de serem produzidas pela natureza.
A eleição de Jair Bolsonaro trata-se da mutação mais exemplar, não ocorreria em um cenário normal de temperatura e pressão, ela foi viabilizada pela incrível artificialidade da eleição de Dilma e da candidatura do poste Fernando Haddad criados pelo manipulador e populista maior, Lula. Como resultado estamos com uma direita com poderes incríveis e que será responsável por uma série de mudanças, se serão positivas o tempo dirá. E como efeito colateral menor, Lula segue preso com sintomas claros de doença politicamente contagiosa com consequente afastamento de aliados políticos relevantes.
O judiciário brasileiro degenerou totalmente, não existe coesão na Suprema Corte, que de suprema e de corte de justiça tem quase nada. Decisões monocráticas dos juízes têm criado um forte sentimento de insegurança e impopularidade. Deixaram de interpretar e guardar a constituição para legislar criando situações absurdas, como o aumento salarial dos juízes, o fatiamento do impeachment e a recente decisão de libertar presos condenados em segunda instância, isso para ficar nos exemplos mais recentes. Efeito de anos de indicações "tóxicas" com as de Lewandowski, Tofoli e Marco Aurélio Mello (esse último da era Collor).
Sobre o legislativo, nossa criatura mais bizarra, fruto da mente inconsequente de nossos legisladores, cabe perguntar de onde vem tanta astúcia para a roubalheira, só pode ser transgênica. Esse ano assistimos aos mais absurdos escândalos, da simples compra de votos através de singela troca de favores ao apartamento do Gedel com 50 milhões de reais. A Polícia Federal está exausta de tanto prender político, como se diz no interior: “Cada cavocada é uma minhoca”, a cada investigação se encontra levas de políticos envolvidos em falcatruas, com farta distribuição entre os partidos, bancadas, raças e religiões.
Em tempos de total transformação, o ano de 2018 para a cultura foi bem “Safadão” para ficar no mais básico. A investigação da distribuição de recursos pela Lei Rouanet não deixa dúvida que o país foi totalmente afetado por algum tipo de mutação. Nem vou entrar no mérito dos novos ícones de nossa cultura como Pablo Vitar, Jojo Todinho, Anita. Aqui não faço qualquer juízo de valor, me limito a observar que são exóticos e ultrapassam alguns limites que somente organismos geneticamente modificados poderiam conseguir. Enfim, a cultura popular e contemporânea geralmente choca quando estão no princípio e são pouco compreendidas.
Na economia convivemos com o fenomenal déficit público fruto de um estado que draga recursos da sociedade para um establishment doentio, inverteu-se a lógica de servir ao povo e passou-se a servir-se do povo, mais parece uma monarquia absolutista em final de ciclo, corporações (como juízes) buscam descaradamente manter privilégios de maneria sínica como nunca se viu. Mas ainda assim, como por uma mutação, a economia apresenta sinais positivos: inflação baixa, bolsa de valores se valorizando, taxa de juros em níveis baixíssimos para os padrões nacionais e geração de emprego começando a melhorar. Como explicar isso? Quem viveu os anos 80 pode entender, a economia brasileira é complexa e diversa e sobrevive apesar dos governos, e quanto mais paralisados eles (governos) estão, melhor para a economia.
Em síntese, acredito que 2018 ficará na história por esses tantos fatos e personagens esdrúxulas que que não foram suficientes para apagar o otimismo e alegria do povo brasileiro, continuamos acreditando que dias melhores virão. Só uma mutação genética no DNA desse povo explica tanta resiliência. Espero que essa mutação seja o remédio para os anos que virão, e assim termino o ano otimista, quem (so) viver verá.
Em tempo: a única coisa normal em 2018 foi o décimo título nacional do Palmeiras.
Saudações alviverdes.
Head de Finanças | Gerente Financeiro | Controller | Gerente de Controladoria | Gerente de FP&A | Consultoria Financeira
6 aBoa análise Francisco Malnarcic! Abraços!
Global Automation Manager IBM | Top Process Automation Voice | Generative AI | RPA & HyperAutomation | Transformação Digital & Inovação
6 aÓtimo artigo Francisco.