3 fatos recentes sobre inovação

Venho hoje novamente falar sobre o tema inovação. Nas últimas semanas tive acesso a 3 conteúdos a esse respeito, e quero tentar tirar algumas conclusões sobre este tema nesta postagem.

Por estar participando numa empresa no programa Conecta Startup Brasil, tivemos a satisfação de ouvir Ricardo Yogui, que abordou a Cultura de Inovação. Dentro de sua apresentação foram abordados os temas VUCA, Transformação Digital (TD), formação de times squads, projeto de inovação versus processo de produção e Technology Readiness Level (TRL). Mas o que achei mais oportuno em sua apresentação foi quando ele recomendou que as empresas adotem a cultura da inovação não nos momentos de crise ou declínio, quando existem dificuldades extras na gestão, mas sim nos momentos de estabilidade ou expansão dos negócios, quando os processos de gestão estão estáveis. Queria aproveitar e propor uma reflexão. Creio que não exista uma empresa sequer na face da Terra que não possua um gestor financeiro. Isso parece razoável? Ou os empresários / gestores principais deveriam demitir os financeiros de suas empresas e só contratá-los nos momentos de crise? Já pensou se fosse assim? Seria razoável? Qual destas 2 situações você implementa em seus negócios? Então a pergunta que eu faço é a seguinte: porque com inovação não é assim, pelo menos na maioria das empresas? Fico sempre com a impressão (tomara que eu esteja errado!) de que acham que inovação é pra salvar a empresa quando esta sai da zona de conforto.

Outro conteúdo divulgado recentemente foi o ranking conhecido como Global Innovation Index (GII), que é organizado pela escola de negócios Insead da França, pela Universidade Cornell e pela OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual). Desde 2016 a Suíça é o país número 1 do mundo, seguido de perto pelos Estados Unidos. Alemanha e França tem se mantido constante, junto com Israel. Quando comparado com os países BRICS, a Rússia tem se mantido constante em torno da posição 45 e o Brasil se mantido na posição 62. É de chamar a atenção, no entanto, da ascensão tanto da China quanto da Índia. Porque o Brasil não faz avanços significativos? Onde está a dificuldade? Como podemos reverter isso? Na América do Sul é possível notar uma tendência de queda do Chile e uma pequena oscilação da Argentina. Pelo menos foi uma impressão que tive, ao olhar o gráfico.

O último conteúdo foi a divulgação feita pela revista da FAPESP, no início do ano, sobre a geografia da inovação. O objetivo deste estudo foi criar uma nova metodologia para avaliar a consistência dos sistemas estaduais de ciência e tecnologia, por meio da utilização de oito indicadores. Estes são:

1. Recursos Humanos em C&T;
2. Excelência do sistema de pesquisa;
3. Dispêndio público estadual em C&T;
4. Dispêndio empresarial em atividades inovativas;
5. Inovadores;
6. Ativos de propriedade intelectual;
7. Ocupações em Ciência, Tecnologia e Inovação; e
8. Exportações intensivas em tecnologia.

Diante dos dados obtidos, os estados foram agrupados como líderes, seguidores, moderados e modestos. Olhem o mapa que está na imagem que acompanha esta publicação. Alguma surpresa? Quero fazer uma menção honrosa aqui ao estado do Amazonas, que está muito bem posicionado em função da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Diante do acima exposto, pode-se ver que o tema inovação está começando a ser valorizado pelo ecossistema brasileiro de ciência e tecnologia, mas ainda com um grau de apatia do ponto de vista de adoção de políticas tanto públicas quanto de gestão nas empresas privadas. Convido a todos a participarem mais deste debate, para que possamos aprender as virtudes destas novas ferramentas de gestão: TD, inovação, TRL, etc.