4️⃣ Planejamento Estratégico, Gestão de Riscos e Decisão

Como conselheiro, creio que um dos fatores mais difíceis sobre o cargo é entender que você não faz parte das operações. É como se estivesse num carro, olhando alguém guiar, mesmo sabendo para onde dirigir. Como conselheiro, você deve ajudar a direcionar a empresa, alinhando com o propósito da companhia nas decisões e tentando ao máximo proteger a empresa do futuro incerto.

Com isso, preparação e planejamento são fatores cruciais para o sucesso da empresa, em que o conselho tem grande participação. Porém, planejamento é somente uma parte da moeda, o outro lado é a execução. Não adianta focar todas as energias em um somente e não prestar atenção no outro, independente do lado.

Foi mais ou menos com esse tom que Diogenes começou sua apresentação, usando a seguinte frase de um filme do Al Pacino: “Olhe, mas não toque. Toque, mas não prove”, se referindo ao papel importante do conselheiro de ajudar a companhia a seguir o rumo adequado, mas sem estar no controle do volante.

Planejamento Estratégico → Gestão de Riscos → Tomada de Decisão

O mundo é BANI e o antídoto é VUCA

BANI = brittle (frágil), anxious (ansioso), non-linear (não-linear) e imcomprehensible (incompreensível)

VUCA = vision (visão), understanding (entendimento), clarity (clareza) e agility (agilidade)

Entendimento, planejamento, sabendo para onde ir e tendo velocidade de adaptação são alguns dos fatores importantes para os conselheiros e consequentemente as empresas de modo geral.

Conhecimento e Sabedoria

São diferentes. Você sabe que tomate é uma fruto, mas não colocamos tomate em salada de frutas pois sabemos que não ficará muito bom. Uma parte é ter a informação, a outra é saber o que fazer com ela.

Mais do que isso, precisamos também ter experiência e coragem para enfrentar grandes transformações, caso contrário conhecimento e sabedoria não te levarão a lugar algum. Será uma pessoa inteligente, com nenhuma conquista.

Diogenes também fez uma analogia com o carro, dizendo que se juntar todos os espelhos e vidros, de modo geral, temos cerca de 30% da visão para trás e 70% olhando para frente. Ele comparou isso com as empresas, que devem olhar para o passado, para aprender com os erros, mas que é no futuro que elas deveriam focar, olhando para os próximos passos.

Como criar um planejamento estratégico

Criar o Planejamento Estratégico com a diretoria, levando em consideração esses três tipos de estratégia:

Competências Estratégicas Chave

• Excelência operacional e corporativa
• Capacidade de comercialização de produtos e serviços
• Marketing e comunicação (interna e externa)
• Gestão de pessoas (liderança) + retenção e atração de talentos
• Relacionamento com clientes
• Inovação e tecnologia

Guia para o Planejamento Estratégico

É possível pensar de modo macro que os planejamentos estratégicos são criados em cima de três pilares:

1. Diagnóstico → ouvir, entender, decifra
2. Planejamento → organizar, construir, criar
3. Implantação → testar, lançar, ajustar

Algumas perguntas foram inspiradas por um modelo usado pela KraftHeinz para entender melhor fatores que influenciarão diretamente no negócios nos próximos anos. Não vou colocar todas as perguntas para não estender muito, mas algumas delas são:

• Quais as prioridades: quais as categorias ou regiões que devem ser foco para expansão, manutenção ou parar de investir? Quais categorias ou regiões deveríamos criar?
• Como deveríamos priorizar a inovação? Quais as tendências de consumo e como estamos endereçando cada uma delas em nosso portfólio de produtos?
• Como aumentamos o volume de vendas sem precisar aumentar na mesma proporção o número de vendedores?

Planejamento x Execução

As 4 Disciplinas da Execução, do livro de Chris McChesney:

• Foque no Crucialmente Importante;
• Atue nas Medidas de Direção;
• Mantenha um Placar Envolvente;
• Crie uma Cadência de Responsabilidade.

Gestão de Riscos

Sem dúvidas, um dos principais trabalhos do conselho e dos sócios da empresa é a antecipação e preparação para futuros riscos que a empresa irá enfrentar.

Quais são os principais riscos para a Governança e Prudência?

• Financeiros

Para a grande maioria dos entrevistados: fluxo de caixa, contabilidade, situação fiscal e tributária formam o topo da lista das principais categorias de riscos empresariais. Com menções igualmente expressivas aparecem crédito, juros nacionais, câmbio e juros internacionais.

• Regulatórios

A complexidade do sistema regulatório brasileiro e o atendimento às múltiplas regras trabalhistas surgiram com força na pesquisa, demonstrando que o emaranhado legal afasta o foco do negócio.

• Operacionais

Problemas na otimização contínua de custos, na melhoria da eficiência e da rentabilidade e no alinhamento à estratégia empresarial, com desvios para fraudes, condutas antiéticas e baixa aderência a regras.

• Estratégicos

Danos à reputação de seus r epresentantes, com reflexo direto na imagem das próprias companhias, apareceram como preocupação em mais de 75 % das respostas.

• Cibernéticos

A proliferação dos hackers, a baixa taxa de segurança nas comunicações eletrônicas e as panes a que os sistemas estão sujeitos.

Tomada de Decisão

É fundamental que os Administradores e Conselheiros estejam preparados para encarar desafios e imprevistos. A OpinionBox e a Locaweb entrevistaram 545 administradores para entender o processo de tomada de decisão. De acordo com a pesquisa, os principais erros cometidos por CEOs durante uma crise são:

1. Demora na tomada de decisão/atitude
2. Agir com emoção
3. Centralização da decisão
4. Aversão ao risco e condução conservadora extrema
5. Deslocamento da realidade (otimismo ou pessimismo em excesso)

Nem sempre a primeira decisão é a melhor escolha. Para se tomar a melhor decisão é necessário ter informações e conhecimentos para saber o que fazer com elas, e depois ter atitude para decidir. Como conselheiros, para contribuir para a melhor tomada de decisão, precisamos saber:

• o que é valor para os acionistas?
• quais são e como estão os indicadores de desempenhos (KPIs)?

Como descobrir o que gera Valor aos acionistas

• Quais são os maiores desafios da empresa?
• Quais são as maiores demandas dos nossos clientes?
• Quais os fatores que aceleram e freiam o nosso crescimento?
• Qual grau de expectativa sobre o resultado para ano X?
• Cite alguns projetos que queira ver implatado
• Cite outras considerações

E em relação aos indicadores, use metas inteligentes, com KPIs inteligentes. Sempre use a meta SMART como base:

• Specific (específico)
• Mensurable (mensurável)
• Achievable (alcançável)
• Relevant (relevante)
• Timed (temporal)

Menos é Mais

Para finalizar, Diogenes deu uma última dica. Que os sócios e conselheiros devem olhar poucos KPIs, os mais importantes para sua empresa.“ Podem existir centenas de indicadores na empresa, mas foque em poucos de cada vez. Equipes maduras escolhem entre 10 e 15 KPIs para acompanhar. E para finalizar, perguntas importantes para priorização: o que a empresa considera chave e como irei medir os KPIs?

Espero que esse artigo tenha lhe gerado valor e que você tenha aprendido um pouco mais sobre planejamento estratégico. Não deixe de seguir para mais artigos sobre negócios e atualizações minhas. Até a próxima!