O Papel dos Conselhos no Planejamento Estratégico, na Gestão de Riscos e na Tomada de Decisão das empresas
Quem estuda ou trabalha com gestão conhece bem a importância do planejamento estratégico na evolução de uma empresa. Elaborar e executar um bom plano estratégico é responsabilidade da direção executiva. E o conselho? Qual o seu papel na construção da estratégia de um negócio?
Nos últimos tempos, criamos siglas para tentar definir o mundo em que vivemos e uma delas é BANI, ou seja, frágil (Brittle), ansioso (Anxious), não linear (Non-Linear) e incompreensível (Incomprehensible). Sendo assim, para crescer neste contexto, é preciso ter conhecimento, coragem e sabedoria para enfrentar as grandes transformações.
O conhecimento nos permite entender com o que estamos lidando, a coragem é o que permite avançar (mesmo tendo inúmeras incertezas pela frente) e a sabedoria nos faz entender o porquê dessas grandes transformações. E é justamente na sabedoria que se encontra a atuação dos conselhos.
Com sabedoria, o conselho atua na criação do futuro propondo desafios visando o longo prazo e com um olhar atento aos resultados. Resultados de curto prazo que não se sustentam no longo prazo não levam a empresa a lugar nenhum e a análise crítica de planos, ações feitas pelo conselho, contribuem de fato para o objetivo da organização.
Um conselheiro precisa observar se as 6 competências-chave estão sendo contempladas e atingidas pelo planejamento estratégico elaborado pela gestão, são elas: a Excelência Operacional e Corporativa, a Capacidade de Comercialização de Produtos e Serviços, Marketing e Comunicação (Interna e Externa), Gestão de Pessoas (Liderança) – atração e retenção, Relacionamento com o Cliente e o Mercado e, Inovação e Tecnologia.
Todas essas competências precisam estar presentes no Planejamento Estratégico de forma simples e direta, cabendo na realidade de cada organização e sendo mensuradas através de poucos e fundamentais indicadores. Segundo o professor Diogenes Carvalho Lima , “o som da estratégia não é um livro de páginas amarelas caindo, é uma folha de sulfite caindo”.
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Um plano estratégico bem-feito contempla a gestão dos riscos que envolvem o negócio e seu contexto global (afinal, o que acontece no mundo, em algum momento vai refletir diretamente no negócio).
A análise riscos estratégicos, deve levar em consideração a probabilidade do risco se tornar realidade e o impacto que pode ser gerado na empresa. Um exemplo clássico dos últimos tempos e que ilustra bem essa relação probabilidade x impacto é a pandemia causada pela COVID-19. A probabilidade de acontecer era pequena, mas o impacto enorme. Quando aconteceu, o mundo todo foi surpreendido.
Os conselheiros precisam de uma visão sistêmica não só da empresa, mas do panorama geral do que acontece ao redor e pode impactar a organização em algum momento. Conhecer os riscos, mapeá-los e ter um plano para enfrentá-los faz com que as empresas se recuperem dos danos de forma mais rápida e eficiente.
Para se ter uma ideia de alguns riscos de governança, posso citar: riscos financeiros (fluxo de caixa, situação fiscal e tributária...), riscos regulatórios (no Brasil, podemos ser surpreendidos com uma nova regulação a qualquer momento), riscos operacionais, riscos estratégicos e riscos cibernéticos.
Ter um amplo conhecimento do contexto da empresa e ter os riscos mapeados fazem com que o conselheiro seja um agente fundamental para a execução do plano estratégico da empresa, mesmo não tendo o papel de execução.