5 coisas que aprendi em processos seletivos

5 coisas que aprendi em processos seletivos

Desde que me tornei gestora de uma equipe, eu consegui entender muitos outros aspectos que envolvem um processo seletivo. Todo o planejamento, trabalho duro e cuidado que é necessário para escolher a candidata ou candidato perfeito para a posição em vacância.

Ainda assim, sei muito bem qual é a sensação da espera pela resposta de um processo seletivo, um telefonema do RH da empresa que você deseja trabalhar e a recolocação tão desejada no mercado de trabalho.

Fazer um processo seletivo é extremamente trabalhoso e complexo. Eu aprendi isso na prática. Dias e dias construindo testes técnicos, recebendo, categorizando e separando inúmeros currículos em busca do profissional que melhor se encaixasse no perfil que eu procurava.

Poder ver os “dois lados da moeda” me fez aprender 5 coisas importantes que eu dividirei com vocês agora:

1.O “melhor” candidato nem sempre é o que você precisa.

Muitas vezes ficamos presos ao que vemos no currículo de um candidato, mas quando fazemos a entrevista o que parecia ouro, vira latão. Ou seja, o que o profissional apresentou em seu currículo não é o que ele é pessoalmente. Tirando o nervosismo e ansiedade do momento da entrevista, já recebi candidatos diante de mim que mentiram quando perguntados sobre alguma habilidade específica. Isso mesmo, mentiram. Fiz uma pergunta bem simples acerca da prática na área de marketing e ele afirmou que sabia executar exatamente o que eu havia perguntado. Para minha surpresa, o candidato em questão respondeu o que correspondia ao oposto da correta execução da função. Exatamente ali ele, que estava na frente perante seus concorrentes por possuir um currículo mais “robusto”, foi eliminado por querer impressionar e usar do artifício da mentira para tentar se destacar.

2. Prepare-se tanto para ser entrevistado quanto para entrevistar

Uma vez, quando estava concorrendo a um processo seletivo, fui chamada até a sede da empresa. Quando a entrevistadora chegou, me tratou com um nível de informalidade que achei estranho, dadas as circunstâncias: ela estava ali para me avaliar. Muitas vezes o entrevistador busca criar um ambiente menos tenso para os candidatos o que eu avalio como algo extremamente positivo, no entanto, o grau de informalidade da interação com a avaliadora estava um pouco acima do que eu julguei adequado.

A entrevistadora além de me chamar de “amiga”, não sabia o que de fato a função demandava, tendo mais de uma vez consultado outra funcionária - que já exercia (a mesma função que eu concorria) em outra unidade - via whatsapp durante minha “entrevista”.

Isso me ensinou duas coisas importantes: tão preparada deve ser a pessoa que será entrevistada quanto a entrevistadora. Além disso, manter um ambiente confortável para os candidatos não significa tratá-los como amigos.

3. Testes técnicos não são mais importantes que alinhamento de perfil.

Sempre que eu busco selecionar alguém para minha equipe, aplico um teste técnico que exige conhecimentos em SEO, linking building, apuração e outras habilidades que um profissional de marketing de conteúdo deve estar a par. No entanto, como no exemplo do candidato que mentiu, apesar de possuir um ótimo currículo e conhecimento técnico, ele não se alinhava com o perfil da minha equipe e com o tipo de profissional que eu busco ter no meu time, que prefere admitir que não sabe algo a mentir.

Isso me ensinou que alinhar o perfil do novo reforço de seu time com a equipe que já performa bem com você é tão importante quanto acúmulo de conhecimento técnico.

Técnica se aprende, mas o afinamento com o modo de operar e com os outros integrantes da equipe é como uma banda que descobre seu melhor jeito de tocar: colaborativamente e unida.

4. Entregue um feedback aos candidatos, isso também faz parte do processo seletivo.

Por já ter estado muitas vezes esperando em vão por retornos de seleções que jamais chegaram, entendo bem a importância de se dar um retorno aos candidatos das seleções que eu abro e sempre que possível, àquelas e àqueles que eu chamei para a entrevista, busco dar um retorno um pouco mais detalhado do porquê não terem sido selecionados para a vaga.

Fiz isso como uma maneira de fazer diferente do tipo de resposta automática que eu já cansei de receber em seleções e que fazem você se sentir apenas um currículo e não uma pessoa. Obviamente em empresas de maior porte, nem sempre é possível dar esse trato mais próximo aos candidatos. No entanto, para as etapas finais, sabemos que a peneira já foi suficientemente apertada para sabermos quais profissionais melhor se afinam com nossa proposta de trabalho, o que torna possível dar um feedback mais humano e detalhado.

Com as respostas de agradecimento que eu recebi todas as vezes que dei um retorno mais detalhado aos candidatos, tenho certeza de que estou no caminho certo.

5. Sempre tenha um plano B.

Nem sempre encontrar o candidato ideal é uma tarefa fácil. Isso quer dizer que sempre temos que ter uma carta na manga. Em uma seleção que tive que realizar, já havia escolhido a minha candidata, no entanto, no espaço de 2 semanas ela arrumou outro trabalho e desistiu da minha vaga. Tive que escolher outra pessoa, que pro meu azar (?) também já estava trabalhando. No entanto, fui sincera com a profissional, falei dos riscos (o processo não se encerrava com a minha escolha, ela ainda teria outra etapa no RH), mas falei também da minha vontade de tê-la em minha equipe e dos aprendizados e desafios que ela poderia conquistar trabalhando comigo.

Um 1 mês depois, ela já estava trabalhando em minha equipe e fazendo entregas tão boas quanto as demais integrantes do meu time.

Isso significa que às vezes o seu candidato ideal já está em outro lugar e você deve partir para o próximo candidato ideal.


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