#75: 2024 na música, saúde e internet 🟢👢🥼
Se 2024 fosse um disco de vinil, o lado A seria brat e o lado B country. Quer entender essa playlist, o mercado de medicina no país e fenômenos do YouTube e muito mais? Dê o play na nossa newsletter!
Tom de verde e botas de couro: o que marcou a música em 2024
O ano ainda não acabou, mas lançar um disco em dezembro pode ser um péssimo marketing. As escolhas de melhores álbuns do ano já estão por todo lado desde novembro e a retrospectiva do Spotify pressiona uma corrida contra o tempo para lançar as "listagens definitivas".
Para se informar sobre esse cenário, o site Album of the Year se destaca por agregar dados da crítica especializada. Embora focado principalmente em publicações de língua inglesa, ainda assim oferece uma visão rica do panorama musical. Por lá, já é possível constatar o que todo mundo já sabe: brat, de Charli XCX, está mais que consolidado como o álbum de 2024.
Com 70 listas compiladas até o momento, brat soma 341 pontos, mais que o dobro do segundo colocado, que tem 154 (Romance - Fontaines D.C.). Só para comparar, em 2023, a diferença entre o primeiro e o segundo foi de 77 pontos. Como se isso não fosse suficiente, a versão remix do disco ainda cravou sua posição na lista, ocupando o 43º lugar. Carimba que é fenômeno!
Mas as listas também revelam outro vencedor: 2024 foi o ano do retorno do country. Em 2022, o gênero não teve sequer um representante no top 50. Este ano, seis álbuns figuram entre os melhores. O “efeito Cowboy Carter” é evidente, mas não explica tudo. O disco de Beyoncé está na quarta posição, mas é acompanhado por outros dois no top 10: Manning Fireworks, de MJ Lenderman, e Tigers Blood, de Waxahatchee.
Enquanto isso, o R&B perdeu força. Em 2023, o gênero emplacou 10 álbuns entre os melhores do ano, em 2024 foram apenas três.
Essas mudanças podem apontar para padrões e tendências em transformação no mercado musical. Mas, no fundo, as listas estão mais para uma oportunidade para se atualizar sobre o que marcou o ano do que para uma definição imutável de qualidade.
Vagas em alta, qualidade nem tanto: o impacto da expansão das faculdades de Medicina
A ideia de que passar no vestibular de Medicina é uma missão impossível, que exige anos de preparação, parece estar ficando no passado, especialmente, claro, quando se trata de universidades privadas. Em 2024, a oferta de vagas em faculdades de Medicina no Brasil deu um salto: foram abertas 6,3 mil novas vagas, um aumento de 18% em relação ao ano passado - muitas das quais estão driblando as avaliações do MEC com liminares judiciais.
A oferta excessiva e má distribuída - considerando que esses profissionais se concentram nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste - começa a apresentar seus efeitos colaterais: o barateamento das mensalidades e a consequente queda na qualidade da formação médica no Brasil.
Margareth Dalcolmo, pesquisadora e membro da Academia Nacional de Medicina, não poupou palavras: “É uma tragédia a formação de muitos médicos hoje no Brasil”. E o motivo para tanto pessimismo é claro: abrir vagas é fácil, mas garantir a qualidade de ensino é outra história. Faculdades de Medicina demandam estrutura de ponta, professores altamente capacitados e estágios supervisionados de verdade — e isso, convenhamos, não sai barato.
No Xwitter, usuários compartilham da percepção de que a coisa está piorando. A psiquiatra e pesquisadora Elisa Brietzke viralizou ao levantar a bandeira contra a “picaretagem” na medicina. Um único tweet onde ela lista sinais de “médicos picaretas” alcançou 5 milhões de visualizações, mostrando que o tema preocupa (e engaja). Seguem algumas das “red flags” citadas por Bretzke:
Anotou?
Pequenas descobertas e grandes ideias que fizeram 2024 brilhar
Que tal fechar 2024 com um compilado de destaques? Convidamos o time Bites para uma troca de descobertas incríveis! Nossa convidada de hoje é Polli Cavalcanti , uma das autoras desta newsetter. Pernambucana e especializada em tecnologia para negócios, é assessora estratégica e tem gosto em arrumar soluções. Curte ler sci-fi, adora gatos e tem sempre um show na agenda - e muitos outros para recomendar.
📚 Devorei Snow Crash em poucos dias. O sci-fi que batizou o metaverso é muito mais que um buzzword, é uma distopia multifacetada grandiosa.
📅 Este foi o ano que aprendi a andar de bike. Tento há anos, mas só aconteceu de verdade quando encontrei um professor no Superprof (e tem de tudo lá!)
🍦 Essa receita de gelato com apenas 4 ingredientes mudou minha vida. Tá com pressa? Então escolha o melhor: Canastra da Gelateria Damazônia.
🤖 Python ficou mais fácil com o Claude. Ele coda, documenta e explica muito bem, finalmente destrancando essa minha skill.
🤣 Acompanhei todos os absurdos da novelinha do Banana Cat, Happy Happy, Maxwell e família no Instagram.
🎮 Não aguarde até o ano que vem e nem gaste uma fortuna com lançamentos, divirta-se rejogando os clássicos de GTA.
👀 Aurora, Dazed, Gama, Núcleo e Rest of World foram os meus informativos favoritos deste ano.
😍 Substituí os ingredientes do já tradicional Macunaíma por cachaça de jambu e xarope de gengibre e ganhei um novo drink favorito.
✨ Getúlio Abelha foi o artista que mais vi nos palcos neste ano e posso garantir: ninguém brilha mais que ele. Cada show é imperdível.
📈 Transformar planilhas em histórias que até quem não curte números vai querer maratonar: esse é o trabalho do The Pudding. Sou fã!
🌎 Tempero, música, beleza, energia e calor, muito calor. Belém é um lugar para viver intensamente, mas também relaxar.
🎧 Nunca ouvi tanta música nova como neste ano e montei uma playlist com mais de 600 recomendações (até o momento).
Emilly Vick: saiba quem é a jovem que superou a CazéTV no YouTube em 2024
Quem pensa que só de Tiktok vivem os jovens mais conectados ignora um fato relevante: os canais no YouTube seguem vivíssimos e crescendo.
A plataforma de vídeos divulgou a lista dos 10 canais que mais ganharam inscritos no Brasil em 2024 e, neste ano, o futebolístico CazéTV, liderado por Casimiro, perdeu para Emily Rosa - que soma impressionantes 21,1 mihões de inscritos.
A influenciadora mineira, de apenas 19 anos, lidera um grupo de 5 youtubers, a "Família dos Rosas", uma espécie de Kardashians tupiniquim, mas com um humor adolescente pouco criativo que inclui muitas dancinhas, dublagens e, o tempero hipnótico da maioria dos influencers: a ostentação.
O top 10 do Youtube inclui também a irmã de Emily, Katlen, e seu namorado, o paulista Leozin, respectivamente em 5º e o 8º lugares.
DIRETO AO PONTO
• Proibição de celulares em escolas passa a valer em escolas de SP e é aprovada na Câmara Federal. Especialistas comemoram.
• Novidades do Whatsapp: lembretes de mensagens não visualizadas e indicador de quem está digitando em tempo real.
• TikTok está distribuindo 100 mil best-sellers de graça em São Paulo.
PARA SE DIVERTIR
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