AÇÃO CONTRA O CLIMA - MERCADO DE CARBONO E EXPECTATIVAS
A principal preocupação em se tratando de meio ambiente (E) atualmente é a mudança climática, a mitigação de seus impactos e o trabalho mundial conjunto em, efetivamente, evitar o aumento da temperatura global.
Tempestades, enchentes, ciclones, furacões e ondas de calor são prenúncios do caminho que a humanidade está seguindo e de seu destino último - a insustentabilidade da VIDA.
Eventos climáticos, problemas de saúde mais frequentes e até mesmo mortes decorrentes de ondas de calor extremas são consequências e urgências da mudança climática e do aumento da temperatura da Terra.
A partir dessas urgências e em meio às discussões de como tratá-las, um acordo internacional é assinado em 1997 - o Protocolo de Kyoto, resultante da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima.
O principal objetivo e que vincula os signatários desse acordo é a redução das emissões de gases de efeito estufa, o que deu origem ao mercado de carbono regulado, impondo aos países a elaboração de leis que obriguem as empresas de seus territórios a tratar devidamente do tema.
MAS O QUE É MERCADO DE CARBONO?
É um sistema de compensação de emissão de carbono (gases de efeito estufa) na atmosfera. Basicamente, esse mercado funciona com a geração de créditos por meio de projetos de restauração e preservação ambiental e energia limpa pela parte vendedora e pela aquisição, pela parte mais poluidora e que precisa compensar suas emissões excessivas.
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No mercado regulado, uma das formas de precificação é pelo chamado "cap and trade" ou ETS - Emissions Trading System, modelo em que os setores econômicos possuem um limite de emissões (permissões). O agente que for mais eficiente em suas emissões, isto é, emitir menos que poderia, ou melhor, que seria aceitável, poderá comercializar esse 'crédito' com o agente que possa ter excedido as permissões e precisa compensar.
Além do mercado regulado, oriundo do Protocolo de Kyoto, do qual o Brasil não é signatário, existe o mercado de crédito de carbono voluntário, neste, qualquer ator social (pessoas, empresas, ONGs...) pode gerar ou comprar créditos de carbono.
A diferença substancial entre um e outro é o impulso que leva o mercado a tratar o tema.
Enquanto no mercado regulado há uma imposição legal de compensação pelos agentes, no mercado voluntário, os agentes buscam agregar valor reputacional às suas companhias, reforçar suas estratégias de sustentabilidade e de governança climática.
O sentimento positivo em relação aos preços futuros em diferentes sistemas se reflete nas respostas da pesquisa realizada pela PwC do Reino Unido com mais de 210 membros da Associação Internacional para o Comércio de Emissões.
Há expectativa de grandes aumentos em todos os sistemas pesquisados. O ETS da União Europeia e o do Reino Unido preveem preço médio de carbono mais alto que qualquer ETS, tanto para o período de 2022-25 como para o de 2026-30.
A demanda por créditos de carbono no mercado voluntário teve um crescimento relevante no ano passado. O valor de mercado total do mercado voluntário global de carbono ultrapassou US$ 1 bilhão pela primeira vez. O aumento dos compromissos estabelecidos por empresas com metas Net Zero foi apontado pelos entrevistados como um dos principais impulsionadores dessa procura.