O que é um crédito de carbono?
Como já falamos anteriormente, estamos passando por uma grave crise climática com potencial de ser muito mais devastadora do que todas as pandemias que já passamos até hoje. Para piorar, os efeitos dessa crise podem ser irreversíveis ou com custos até aqui imensuráveis.
Diversas discussões tem sido realizadas em todo mundo para que possamos anular essa crise ou, pelo menos, retardá-la. Atualmente, a meta é manter o aumento das temperaturas em até 1,5°C para diminuir esses efeitos, mas as pesquisas apontam que estamos cada vez mais distantes desse objetivo.
Para limitar o aquecimento global a 1,5 ° C, em linha com o Acordo de Paris, precisamos cortar os atuais níveis de emissão de gases de efeito estufa pela metade até 2030 e reduzi-los a “zero líquido” até 2050. A responsabilidade dessa diminuição de CO2 é de todas as organizações públicas e privadas, logicamente. Há então uma grande movimentação relacionada a políticas para que todos assumam as suas responsabilidades, não detalharei sobre essas políticas nessa postagem.
Ainda sobre as responsabilidades, Como deve se comportar os as organizações que não podem deixar de produzir o dióxido de carbono? Uma das respostas para esta questão são os créditos de carbono.
Então, o que são créditos de carbono e como funcionam?
Um empresa que não tem como reduzir sua emissão de carbono paga para que outra possa fazer isso por ela e compensar o que ela está emitindo. Se uma parte não consegue parar de emitir CO2, pode pedir a outra que emita menos, de modo que, mesmo que a primeira continue produzindo CO2, a quantidade total de carbono na atmosfera seja reduzida.
As empresas podem cumprir suas metas climáticas comprando créditos por suas emissões atuais. Ao pagar a outra para reduzir suas emissões ou capturar seu carbono, as empresas podem compensar sua pegada ambiental e até mesmo, nos casos mais ambiciosos, usar créditos de carbono para chegar ao status de carbono neutro.
Os créditos são geralmente negociados em unidades de 1 tonelada de CO2.
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Existem três tipos básicos de crédito de carbono:
Como participar do mercado de carbono?
Para participar deste mercado é necessário elaborar um Projeto de Créditos de Carbono, o qual é chamado de Project Design Document (PDD), ou seja, a concepção do projeto. Existem muitas metodologias que podem ser usadas para a elaboração dos Projetos de Créditos de Carbono, porém é recomendado que se utilize um método que já seja aprovado por órgãos reguladores, para que se possa, ao final do projeto, receber o certificado e poder comercializar os créditos.
Os principais passos para a elaboração do PDD são:
No RCE consta a quantidade de carbono reduzido ou sequestrado. A empresa ou pessoa após receber o certificado, pode oferecer os créditos para comercialização em diversas plataformas de negociação.
Até agora, não há uma maneira padronizada de negociar créditos de carbono e nenhuma maneira de verificar a atividade compensatória por trás deles. Há, inclusive, grandes discussões entorno desse assunto e várias acusações sobre alguns países terem aumentado as emissões apenas para serem pagos por cortá-las, há relatos de empresas que também agem da mesma forma.
Vários projetos têm sido elaborados e estão em discussão para padronizar essas medidas e minimizar os casos de corrupção. Podemos conversar um pouco mais sobre esses esforços em uma outra postagem.
Ficou alguma dúvida, deixe nos comentários.