Abordagem direta, gentil e efetiva
Vizcaya Museum Miami by Luiz Wille

Abordagem direta, gentil e efetiva

Comportamento Organizacional - Relações na Alta Gestão

Conheci empresários, conselheiros, gestores, técnicos de alto nível em empresas nacionais e estrangeiras; aqueles com quem realmente aprendi o lado positivo da gestão foram sem dúvida os que não tinham que provar nada a ninguém, apenas eram o que eram, "simple like that".

Existem os personagens fabricados, gestores durões, rápidos, incansáveis, ou aparentemente "by the book", mas ninguém consegue permanecer imerso em um mundo inconsistente, a pessoa é uma só, em casa, no trabalho, nas relações, não existe ética só no trabalho ou gentileza profissional, e sempre as máscaras acabam pálidas.

Profissionais que por educação de berço são naturalmente gentis, são os mais efetivos pois conseguem colaborar, cobrar, liderar, incentivar, e dizer não quando necessário sem perder a credibilidade, pois seus pares e subordinados sabem da verdadeira natureza de seus perfis.

Estou falando aqui de pessoas cuja formação técnica em suas áreas é de alto nível, e superando a questão da competência técnica, vem a questão da competência em realizar através de si e das equipes de trabalho. Todos nós lembramos das pessoas que foram extremamente eficazes e enriqueceram nossas experiências profissionais, não lembramos das medianas e temos pesadelos com os profissionais patológicos, cuja atividade principal é destruir valores e deixar terra arrasada como se fosse uma espécie de "presidenta".

Assim, na alta gestão buscamos relações de confiança técnica e de confiança comportamental, pessoas a quem daríamos uma procuração, emprestaríamos o carro ou até dinheiro. Na maioria das vezes isto não é possível nem dentro da própria família, mas se você não pode confiar em outro diretor ou conselheiro de uma empresa em que você participa, algo está muito errado, muito mesmo!

As relações não são eternas, são bonitas enquanto duram, parafraseando o poeta; devemos estar atentos aos sinais de mudança, às não conformidades, e não acreditar em histórias da carochinha, o velho ditado de quando a esmola é demais até o santo desconfia é uma lição de prudência; mas não podemos partir do princípio oposto. Nas empresas o equilíbrio da individualidade, da privacidade e do trabalho em equipe deve preponderar, sair desta linha significa com devida licença poética, promiscuidade.

Já vi de tudo, desde pedir verba orçamentaria emprestada de outro departamento, aprovação cruzada de despesas, fabricação de indicadores (KPI's) através de artifícios metodológicos, orçamentos auto compensados e sempre cumpridos; enfim, abordagens pouco éticas ainda que não houvesse prejuízo aparente imediato, mas uma semeadura de desconfiança e de esvaziamento de finalidade.

Resumindo, o(a) profissional que todos gostariam de ter ao seu lado é aquele (a) que lembra do que tratou com você, que não tem versões diferentes para cada interlocutor, que não complica, que chega na hora nas reuniões e sai na hora prevista, que analisa com antecipação as questões em que contribui ou opina, que se abstém de participar se não conhece o tema ou tem conflito de interesses, que não carece de demonstrar que conhece mais ou tem maior qualificação, que responde individual e coletivamente pelos atos e consequências tomados, que sabe dizer não na hora certa, que sabe escolher equipe, que reflete e pensa por si próprio, que cumpre prazos e alcança resultados. Simples!

by Luiz A.C.Wille




Gustavo José Sardagna

Cloud Advisor at Acronis | Cybersecurity | Cloud Backup

7 a

Muito bom!

Orlando Merluzzi

Conselheiro de Administração | Consultor | Anfitrião no Pensamento Corporativo®

7 a

Excelente texto, Wille.

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