Acesso ao capital de risco internacional
Private Equity Mira potencial no Brasil
País apresenta grande potencial no segmento de Tecnologia, amplo mercado interno e soluções inovadoras.
Diário do Comércio 14/05/2015 por Thaíne Belissa
O Brasil está na mira dos investidores de private equity, tipo de investimento a longo prazo normalmente destinado a empresas que estão em fase de consolidação dos negócios. Com grande potencial no setor de tecnologia, amplo mercado interno e soluções inovadoras, o País tem atraído cada vez mais capital. Nesse cenário ganha destaque os investimentos estrangeiros, que já superam os nacionais e trazem grande visibilidade para as empresas brasileiras.
De acordo com um estudo divulgado pela Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP) em parceria com a KPMG, a captação para investimentos no setor de private equity no Brasil chegou a R$ 36,8 bilhões em 2014, o que representa um crescimento de 35,4% em relação ao ano anterior. Para o vice-presidente da ABVCAP, Luiz Eugenio Figueiredo, o número comprova que o País é cada vez mais atrativo para o investimento a longo prazo.
"O capital disponível para investimento no Brasil está crescendo a taxas de dois dígitos há um bom tempo, o que mostra a relevância da nossa economia e nos dá perspectivas positivas no médio e longo prazo", diz. Ele lembra que nem o cenário de crise econômica previsto para este ano intimidou a atração do capital em 2014. Isso porque, segundo Figueiredo, situações de desaceleração também podem funcionar como atrativos de investimentos.
O vice-presidente acredita que a grandeza do mercado consumidor brasileiro e a existência de uma base consolidada de fundos e gestores no País também funcionam como atrativos do capital. Ele destaca que os setores de infraestrutura e de tecnologia estão entre os que têm mais potencial. "O Brasil tem muitos desafios de infraestrutura, então isso atrai investimentos para soluções nessa área. Já a tecnologia é um setor atrativo porque o País é muito sofisticado e tem grande competência nessa área", analisa.
O levantamento da ABVCAP também apontou que os investimentos estrangeiros representaram, em 2014, 55% do capital comprometido. Para o vice-presidente, o número é positivo porque revela um equilíbrio saudável de investimentos. "O equilíbrio é importante porque se algum cenário levar à diminuição dos investimentos estrangeiros, o País pode contar com uma base forte de fundos locais", afirma.
Contramão - O CEO da rede de fomento +Innovators, André Monteiro, acompanha de perto a relação entre investidores estrangeiros e empreendedores brasileiros. Ele afirma que o Brasil é um mercado muito atrativo para o capital externo e que nem a crise financeira está mudando esse cenário. "Independente da situação financeira do País, os fundos internacionais continuam vendo o Brasil como oportunidade para esse tipo de investimento a longo prazo", afirma.
Ele destaca que o País tem muitos problemas estruturais que precisam ser resolvidos, mas ele acredita que essa situação também torna o país um lugar propício para o surgimento de empresas que proponham soluções inovadoras. Além disso, ele chama a atenção para o consumo interno, que é forte e homogêneo, o que também atrai negócios e, conseqüentemente, investimentos.
"O País também é muito visado por ser um mercado teste: a cultura de consumo no Brasil é muito parecida com a dos norte-americanos, o que não acontece com países como China, Índia ou Rússia. Além disso, o Brasil é um mercado barato: como a moeda é desvalorizada em relação ao dólar, os investimentos acabam saindo mais vantajosos para os estrangeiros", completa.
Mercados bilionários são o alvo
Há muitos mercados no Brasil que chamam a atenção do capital estrangeiro, mas, segundo o CEO da rede de fomento +Innovators, André Monteiro, os investidores estão interessados em negócios que aumentem a produtividade de pessoas e empresas. Por outro lado, eles estão menos dispostos a apostar em empresas que tenham um mercado pequeno. Ainda de acordo com o CEO, para atrair o olhar estrangeiro, o negócio tem que estar em um mercado grande o suficiente e que movimente uma média de US$ 1 bilhão.
Outro diferencial que chama a atenção do investidor internacional é o perfil do empreendedor. Isso porque, segundo Monteiro, a proposta do negócio pode ser muito promissora, mas isso não servirá de nada se o dono da empresa não conseguir colocá-la em prática. "A empresa está apenas nascendo, então a análise é mesmo do empreendedor: o investidor precisa ter certeza que a pessoa consegue entregar aquele sonho", afirma.
O CEO lembra, ainda, que os investimentos internacionais normalmente são direcionados para empresas que atuam de forma global. Por isso, ele destaca a importância de os empreendedores se preocuparem desde a concepção do negócio, com a criação de uma solução que seja replicável no mundo inteiro.
Para Monteiro, a atração de capital estrangeiro tem grande importância, pois além de dar visibilidade ao negócio, possibilita que ele faça conexões a nível internacional. "Ter um grande investidor estrangeiro comprova a confiabilidade da empresa e torna mais fácil a atração de capital nacional. Além disso, esse tipo de investimento insere a empresa em uma rede global e potencializa o desenvolvimento do negócio", finaliza.
Diretor Financeiro na Ecoxpellets S.A.
7 aNa sua avaliação, porque o investidor nacional investe "pouco" em start-up's ????????
Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (SMDET)
9 aFranklin Ribeiro dê uma olhadinha.