ACORDA BRASIL
Carta de desagrado de um cidadão.
Rodnei Barbosa - 03/01/2018
Estamos em um momento político muito delicado, principalmente quando nos referimos a credibilidade de nossos governantes eleitos, e de seus prepostos nomeados, isto em todos os poderes, alguns em estado mais crítico, mas nenhum escapa. No legislativo a situação é caótica, para não dizer hilária. Os senhores deputados e senadores não estão preocupados com o país, e sim com seus próprios interesses, e principalmente como manterem-se no poder, direta ou indiretamente. O objetivo aqui é sangrar os cofres públicos, conseguir independência financeira para se perpetuar no poder. A atividade corrupta de deputados e senadores, não generalizando, produz um efeito desastroso no judiciário, e encontram um campo fértil no executivo, propiciando ainda mais corrupção.
O pior de tudo é que os infelizes foram eleitos, não importa se em um sistema ineficiente ou não, mas sempre teremos uma brecha para que isto aconteça. Este processo vai garantir que isto sempre ocorra, mudarão somente os interlocutores, mas os princípios e os objetivos desta classe política serão mantidos em benefício desta confraria corrupta.
Os piores são aqueles que não aparecem na linha de frente, por exemplo PMDB. Este partido ficou décadas sugando o sistema, principalmente o PT, que pensou que era esperto, mas somente alimentavam este parasita. Convenhamos se merecem.
O PSDB, partido, que confesso, votei várias vezes decepciona e não se mostra diferente dos outros. Não temos para onde correr. Ficamos desejando que uma ação acabe com isso, puna exemplarmente estas pessoas, as quais não classifico como cidadãos. A esperança seria o judiciário, mas que está aparelhado, impedido de agir sobriamente e independentemente. Não dá para admitir que os ministros ali colocados tenham dúvidas na interpretação da lei. Inadmissível.
O conjunto destas situações traz o grupo militar, onde alguns de seus integrantes defendem uma intervenção para corrigir este cenário. Não sei se isto é bom ou não, mas muitas vezes eu acho que só através da força vamos conseguir acabar com este ciclo vicioso e conseguir recomeçar.
Quando analisamos este cenário, que expus de forma simplificada, confesso que tentei me abster de doutrinas de esquerda, direita ou de centro e o que mais for possível. Identifico que o início do problema está na eleição destes indivíduos, no sistema que os protege e os torna intocáveis, por leis que eles mesmos elaboram.
Não vamos ser ingênuos aceitando que esta classe irá mudar as regras, contra eles mesmos, para dizer que o Brasil está se tornando um novo país. É impossível. Cito alguns exemplos para pensarmos e analisarmos.
O primeiro deles é a reforma da previdência. Evidente que precisamos de tempos em tempos analisar e reformular o processo. Variáveis como aumento da idade da população, PIB,
crescimento, podem desequilibrar o sistema, normalmente com déficts. Mas seria lógico e, principalmente, mais honesto que esta proposta trouxesse em seus primeiros artigos a aplicação de teto de benefícios, ou seja, o maior benefício seria o que a constituição define, que senão me engano, é o salario de um ministro do supremo, e cujo teto deveria ser uma exceção. O INSS devia listar os beneficiários que estão acima deste teto, considerando o beneficio final, sem separar penduricalhos, sejam eles municipais, estaduais e federais. A soma de tudo deve compor o teto. Somente com esta medida iremos diminuir em quantos pontos percentuais o déficit do sistema? Eu não vi nenhum candidato levantar esta bandeira, tão clara e evidente. Enquanto isso cidadãos morrem e penam no sistema de saúde pública. É lamentável.
Podemos citar como um segundo ponto, muito importante, a reforma política. Quando o eleitor vota em um candidato, ele vota nas ideias que este cidadão apresentou durante a campanha, ou vota na simpatia da pessoa. Ocorre que devido à quantidade de votos deste candidato ele leva outros que sequer apareceram na campanha. Esta é uma artimanha para colocar no poder pessoas que não foram designadas por nós eleitores. Não sabemos de suas origens, pensamentos, ideias, escrúpulos. Somos reféns destes desconhecidos. O pior é que sabemos o que eles farão nestes mandatos, para o qual não foram eleitos. Serão os laranjas, testas de ferro de partidos mal intencionados, que venderão e negociarão seus votos no congresso, atendendo os objetivos dos partidos, para se perpetuarem no poder.
Podemos citar em terceiro lugar o STF, tribunal constituído para tratar de assuntos constitucionais. Porque seus ministros são indicados pelo Presidente? E porque os mandatos não têm prazo definido? Que corte é esta que não tem freios e acaba sendo depositório de processos contra políticos?
Meus amigos, estamos em uma armadilha, que não tem como escapar, senão admitir que somos apenas uma cabeça deste rebanho, cujo único papel é votar de tempos em tempos para legitimar todo este sistema pernóstico, injusto. Sim legitimar, pois como iremos falar que o sistema é injusto e não democrático, se foi “ eleito pelo povo”?. Eu li em um texto de um filosofo contemporâneo brasileiro, “se já paramos para pensar que a única coisa que funciona neste pais é o processo eleitoral”? Pensem!!!
‘DO POVO, PARA O POVO E PELO POVO??”
Não quero confundir, nem mesmo ser rotulado como um idealista de esquerda, nem de direita, muito menos de centro, que na minha cabeça é pior que os dois primeiros.
Acredito na liberdade, em um sistema liberal, onde seu povo possa empreender, evoluir, estudar e definir os caminhos de seu país. Onde a lei estabelecida seja cumprida, onde a lei e a
ordem garantam a segurança de homens, mulheres e crianças. Onde a liberdade individual de cada um seja mantida, respeito às minorias e a garantia dos direitos da maioria. Temos que garantir que a meritocracia prevaleça sobre as indicações espúrias, escusas. O cidadão deve ser o que é pelo seu esforço, dedicação às suas causas individuais, coletivas e sociais. Quero acreditar que somos capazes de romper esta armadilha política, através da sociedade e deste mesmo sistema eleitoral.
Muito bem, eu manifestei meus pontos de vista, critiquei sistemas, processos, com respeito e dentro de minhas capacidades. Mas e a solução? Ou serei mais um que sabe somente criticar, berrar e no final chorar e aceitar a situação? Evidente que não, não faz parte de meu modo de ser. Toda situação pode ser alterada, principalmente quando vemos sua falência. Primeiro precisamos entender as causas e os efeitos. Eu tenho isto bem claro na minha mente. Voto em um candidato, que apresentou ideias, que parte eu aceitei, e considerei que, no conjunto seriam as melhores. Este Candidato tem agora 4 anos para governar, salvo raríssimas exceções, ele muda tudo que disse durante seu mandato. Nomeia secretários com ficha suja, que não são especialistas na área, e neste momento começa o processo que conhecemos tão bem, tal qual hoje. Esta é a origem de todos os males.
Pois bem, este é o ponto de partida, o início de todo o errado, mas pode ser o principio de todo o certo também. Minha ideia é um sistema de “voto declarado e revogável”. Se eu votei neste governante, que eu também possa demiti-lo. Quero ter o direito de ir a qualquer cartório eleitoral, me identificar como eleitor, identificar meu voto e revoga-lo. Quando a quantidade de votos revogados alterarem o resultado da eleição, imediatamente o politico eleito é afastado, destituído integralmente do cargo e seus benefícios. Assume um suplente, também eleito anteriormente, e convoca-se uma nova eleição para aquele cargo, pelo tempo complementar, e não para um novo mandato.
Este é um esboço de uma ideia, tem muito que melhorar, e farei isto em novas publicações. Mas o principal é que não teremos políticos sentindo-se intocáveis. Seus eleitores poderão destituí-lo a qualquer momento, basta ele não cumprir ou agir conforme ele se posicionou no momento da eleição.
Esta ação não impedirá que processos sigam no STF ou em CPIs, mas a destituição do político