Admirável Mundo Novo

Livre arbítrio sempre foi considerado central para a liberdade do ser humano, exercido em seu processo de tomar decisões próprias.

Ao longo das primeiras 16 semanas de gestação, as “peças do quebra-cabeças cérebro” são dispostas e, a partir de então, o cérebro se desenvolverá com base nas experiências vividas, inclusive intrauterinas, classificando recompensas e ameaças, criando marcas somáticas, gerando hábitos e memórias. E assim é formada, atualizada e ampliada ao longo da vida nossa biblioteca de referências morais, conhecimentos, espiritualidade, empatia: base para a modulação de comportamento e tomada de decisão.

Hoje sabe-se que a influência dessa biblioteca é ainda maior e parte do processo cerebral que antecede uma decisão ocorre de modo inconsciente. Achamos que a decisão foi “nossa” mas, na verdade, a neurociência demonstra que o cérebro, de modo autônomo, já havia tomado ou sugerido a decisão.

Agora pense neste sistema, que já sofre influência inconsciente natural, sendo aditivado por.... algoritmos! cada vez mais desenvolvidos considerando estudos de neurociência, psicologia, comportamento.... capazes de acessar nossas bibliotecas antes mesmo que nós... capazes de afetar nossa decisão...

Se ainda não assistiu, assista a /o dilema das redes_

Deixo aberta a pergunta-reflexão: existe livre-arbítrio?

Ahhh, admirável mundo novo!

(Se não leu, leia. Em papel. by Aldous Huxley)