Ah! O mundo corporativo - Parte 2 - Carreira
Meus Amigos,
No meu post anterior eu disse que iria escrever sobre os diversos temas relativos ao mundo corporativo a cada duas semanas e gostaria de criar um canal de debates com comentários e sugestões. A reação foi tão positiva que resolvi acelerar e escrever esse novo post para não perder o momentum.
O assunto de hoje é Carreira, com "c" maiúsculo mesmo. Escolhi esse tema pela relevância porque a carreira é o maior ativo que nós profissionais podemos ter. Obviamente não tenho nenhuma pretensão de esgotar um assunto tão amplo mas quero dividir com todos a minha experiência com relação à forma como a minha carreira se desenvolveu e como eu a tenho gerenciado em todos esses anos.
Antes de mais nada quero dizer que estou satisfeito com a evolução da minha carreira. Chegar ao nível de diretor de uma das maiores empresas do mundo era mais do que eu planejava no início. Agora, eu lutei e trabalhei (e continuo trabalhando) para isso.
Eu não tive uma carreira linear, aquela que o profissional começa numa empresa e vai subindo até chegar aos níveis mais altos. Já vi muitos casos assim e admiro. Hoje em dia isso é cada vez mais raro. No meu caso passei por várias empresas e não me arrependo de nenhuma dessas mudanças.
A minha carreira tampouco foi daquelas meteóricas. Eu fui mudando de patamar aos poucos. Às vezes me parecia uma eternidade...mas nunca perdi o foco do que eu queria. Eu vi outros colegas que subiram muito mais rápido. Alguns se sustentaram e continuaram crescendo outros estagnaram ou até tiveram uma inflexão nas suas trajetórias.
A verdade é que de uma forma ou de outra nós todos vamos ter que fazer escolhas nas nossas vidas profissionais e talvez em muitos casos, nós não vamos estar preparados para fazer essas escolhas mas temos que faze-las. Todos nós vamos passar por situações nas quais temos que optar entre um ou outro caminho. Seja para definir a área em que vamos trabalhar ou uma mudança de empresa ou de cidade ou mesmo de país.
No meu caso todas essas situações ocorreram e eu decidi baseado nos elementos que estavam disponíveis em cada uma delas. Tomei as decisões certas? Eu acho que sim na maioria dos casos mas às vezes eu me pego pensando que outros rumos a minha vida poderia ter tomado se tivesse feito uma opção diferente.
O que eu costumo dizer é que a minha carreira foi desenvolvida "às cotoveladas". É como imaginar uma pessoa tentando abrir espaço em uma multidão usando os cotovelos. Eu fui abrindo espaço. O que eu sempre fiz foi estabelecer metas pessoais para cada etapa. Ou seja, tentar definir qual seria o meu próximo passo e entender o que eu teria que fazer para chegar lá. Eu continuo fazendo isso. Quando você começa numa função, seja recém formado ou experiente, você tem que aprender o básico para poder produzir e gerar resultados. Passado algum tempo você aprendeu, se desenvolveu e começa a se sentir confortável. Essa é a hora de definir o seu próximo passo e trabalhar para chegar lá. Esse é um grande risco para as nossas carreiras e algo contra o qual eu sempre lutei: zona de conforto. Eu vou escrever mais sobre "Zona de Conforto" em outro post. Eu já vi grandes profissionais que se acomodaram e pararam de buscar algo mais. O resultado disso é que você fica estagnado, e esse é o menor dos males, ou até pode perder o seu emprego com impactos para sua carreira e sua vida pessoal.
Enfim, estabeleça as suas metas profissionais, se planeje e busque sempre. Isso não quer dizer que tudo é fácil e ocorre sem percalços. São muitos os obstáculos. Um dos principais é a falta de motivação. Isso vai ocorrer com você também e tem que ser combatido. É complicado. Eu me lembro de uma reunião há muitos anos com o headhunter, um senhor com grande experiência e sabedoria que me dedicou parte do seu tempo e me ensinou muito. Eu dizia para ele que estava desmotivado porque não via perspectiva para mim onde eu estava. O que ele me disse foi algo muito simples mas verdadeiro: ele disse que eu devia encontrar motivação para fazer o meu trabalho, atingir o topo da performance e me desenvolver que em algum momento a empresa teria que encontrar uma posição melhor para mim ou eu sairia para outra empresa. Essa era a recompensa. Foi exatamente o que aconteceu depois de uns dois anos. Recebi uma boa proposta e mudei de emprego.
Bom, essa é a minha experiência. Pensar que quando eu era criança no final dos anos 60 em Santos eu queria ser jogador de futebol...Tinha muita vontade e pouco talento. Ainda bem. Gostaria de receber os seus comentários. Essa troca é muito rica e importante.
Um abraço
Director at Clavi Avaliações Ambientais
8 aParabéns pelas colocações. Agora nem sempre os profissionais podem definir com clareza suas metas. Explico: a pessoa pode não ter clareza quanto ao caminho que quer seguir e também, muitas vezes, a vida corporativa pode levar para um local completamente diferente do programado. Como fazer se isso acontecer? POde ser o tema de uns de seus posts.
#bethechange@StarHub
8 aYou wanted to be a soccer player? :) Lack of motivation is always a killer for me! Looking forward to your article on "Comfort Zone".
CHRO/ Diretor de RH / Gerente Sr de RH / Consultora de RH
8 aJoão, importantes suas colocações. Qualquer que seja a área de atuação, fica claro que construir uma carreira não é fácil, mas é muito recompensador. A gente precisa entender que nem sempre as coisas vão acontecer como, quando e onde planejamos. As decisões muitas vezes são difíceis. E quantas vezes a gente se pergunta o famoso "e se"? O melhor que se pode fazer é buscar ser a melhor versão de si próprio e trabalhar muito. Sorte tem pouca participação nessa equação. Hoje, num momento completamente diferente da minha carreira eu olho para trás e me orgulho do caminho que trilhei. Com certeza poderia ser diferente, mas não sei se poderia ser melhor!! Continua difícil, mas vai ser muito recompensador quando der certo!!! Rumo a uma nova carreira!!!