O que aprendi quando mudei meu olhar!

O que aprendi quando mudei meu olhar!

A transição de carreira acontece muito antes do que a gente acha. E, por que eu digo isso? Porque ao longo do meu período de mais de dez anos na área de Recursos Humanos, pude vivenciar muitas alegrias, angústias e inquietações com a área, com as atividades, com as empresas. E, para mim, a busca por significado sempre foi o principal objetivo em tudo que fiz.

Pois bem. Se isto é um fato para mim, o início de tudo pode dar pistas de como vim parar aqui, certo? Como comentei no artigo passado, todo caminho leva a um novo aprendizado e, o meu ponto de partida deve ter sido em meados de 2019. Foi quando me propus a conhecer pessoas de outras áreas, de outras realidades, de outras abordagens, outras empresas e, nesse caminho, comecei a me sentir fora do RH que conhecia. 

Durante minha busca, também apostei no que achava ser o mais seguro: escutar, observar, aprender (Ou seria a síndrome do impostor agindo em mim?). Nas conversas, entendi que com uma nova postura teria oportunidades e, ao atravessar a barreira invisível do "você não precisa saber", conseguiria observar por uma outra lente... quão poderoso seria isso.

Participei de vários encontros, cursos e meetups de RH e sempre com aquela pulguinha atrás da orelha: "Será que vai fazer sentido ou é só mais um daqueles encontros de RH que todos reclamam como não fazem parte da estratégia, como não são percebidos, como os processos não são cumpridos..." Ah, mas isso cabe um belo parênteses: quanta evolução tivemos nesse meio do caminho! O que era, para mim, uma angústia, hoje já é condição para muitos que trabalham na área.

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Pensar "fora da caixa" e sair do processo, da regra e da política é um marco para a área de gente! Fácil, né? Sei… Duvido que você já não quis surtar quando vem uma nova ideia, um novo projeto ou algum pitaco quando você está resolvendo aquela papelada de RH que, se vc deixar passar, acabou tudo! Ou, se você é a pessoa que sugere e propõe, não ouviu: "Isso é besteira. Não vai dar certo. Foca na sua entrega"? 

Acredito muito que o contexto importa e, no meu caso, a constatação "Não quero mais fazer só processos de RH padrão", apesar de simples, trouxe um impacto significativo no que eu acreditava ser meu papel. No meu contexto organizacional, isso seria muito difícil (alguns diriam, impossível) já que a visão corporativa sempre foi a de a minha área não deveria perguntar e, sim, que eu deveria ser um soldado.

Segui incansável nessa busca, e passei, provavelmente, por um excesso de confiança (tendência a acharmos que temos mais competência do que realmente temos na prática), mas, que gerou excelentes resultados organizacionais e também me transformou na profissional que eu sou hoje!

De um projeto a outro, fui aprendendo que desenhar experiências, compartilhar erros e acertos e escutar, tornariam as ações mais significativas para aqueles pelos quais trabalhava. O risco - como tudo na vida - era que o esforço de fazer diferente e, ser o interlocutor, chamaria atenção... Mas, ao escutar de um cliente:

"Não sei quem desenhou este projeto, mas ela é corajosa"

era o feedback mais puro de quem - nunca na vida - imaginou que uma área como àquela se preocuparia, verdadeiramente, com ela. Naquele dia, soube que era o início do término do meu ciclo. Por quê? Porque aquilo era meu oxigênio. Era o que eu buscava! 

Hoje sei que o contexto sempre foi o que me moveu, e não o que me congelou. O desafio de não compactuar com o status quo corporativo me ampliou horizontes. Mas, como uma loba solitária, constatei que não há como dar certo. Não há como gerar mudança no outro mas há como mudar em cada um de nós. Talvez, não seja suficiente para mudar um sistema, mas quantas pessoas podemos impactar? Quantos sistemas podemos influenciar?

Sigo admirando o quanto podemos crescer quando olhamos por outras lentes. E, como diria Alvin Toffler:

"A mudança é o processo pelo qual o futuro invade nossas vidas".

E você, quantas vezes se sentiu assim? Como você pode tomar melhores decisões em um contexto complexo? Quais são as escolhas que farão com que a sua equipe, sua empresa, sua vida mude para melhor?

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Durante as próximas semanas, falarei um pouco mais sobre projetos com significado e sobre como os principais conceitos das Ciências Comportamentais e da Economia Comportamental nos ajudam a desenhar experiências incríveis.

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Paula Ávila é diretora de Planejamento e Gestão da InBehavior Lab, consultoria pioneira do mercado brasileiro de Economia Comportamental; gestora de equipes e projetos de design de experiências e employee experience, apaixonada pelo comportamento humano e de como pequenos "empurrãozinhos" fazem toda diferença para cada um dos contextos que vivemos.

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Flávia Ávila

Cientista Comportamental - Economia Comportamental | Ciências Comportamentais | Behavioral Design | Tomada de Decisão | Experiência do Consumidor/Cidadão - CEO InBehavior Lab, Professora, Palestrante e Mentora

4 a

Artigo perfeito e inspirador! Adorei os elos e referências! Demais!

Camila Castro

Gestão de projetos de comunicação | Marketing

4 a

Esse artigo caiu como uma luva pra mim, Paula! À medida que fui lendo visualizei diversas situações que tenho vivenciado ultimamente e tudo o que você disse serviu como incentivo para continuar tentando me reinventar e mudar o contexto. Esse processo de aprendizagem é difícil e complexo, mas quando algumas fichas começam a cair e a gente vislumbra outros horizontes, tudo começa a fazer sentido!

Kaio Serrate

Consultorias, treinamentos e palestras sobre liderança, criatividade e inovação I LinkedIn Top Voice

4 a

Você é uma super profissional. É um privilégio aprender com você e ver todo esse processo de amadurecimento de perto. Parabéns pelo artigo.

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