Além da Hierarquia: Construindo Equipes Híbridas de Alto Desempenho
O cenário profissional contemporâneo encontra-se em meio a uma profunda transformação, impulsionada pela ascensão do trabalho remoto, pela crescente demanda por talentos altamente especializados e pela popularização da gig economy. Diante dessa nova realidade, surge o desafio de integrar eficazmente colaboradores internos e freelancers, criando uma força de trabalho híbrida coesa e produtiva. É nesse contexto que a abordagem "network-first" desponta como uma solução promissora, capaz de moldar o futuro do trabalho e impulsionar o sucesso das empresas.
Também comento como podemos contar o auxílio da Análise de Redes Organizacionais (ONA) nesse processo.
Este artigo, inspirado pelas ideias de Diane Gherson e Lynda Gratton , autoras do artigo "Highly Skilled Professionals Want Your Work But Not Your Job" publicado na Harvard Business Review, e de Francisco Marin Marin, autor de "Towards a Network-First Future of Work" publicado no LinkedIn, explora a estrutura "network-first" e como a aplicação da ONA pode ser fundamental para a gestão eficaz de equipes híbridas.
Repensando o Modelo Tradicional: A Limitação da Hierarquia
O modelo tradicional de trabalho, caracterizado por hierarquias rígidas, fluxos de informação controlados e tomada de decisão centralizada, se mostra cada vez mais inadequado para lidar com a complexidade e a velocidade do mundo atual. Como bem aponta Marin, "em um mundo cada vez mais complexo e incerto, as estruturas de trabalho hierárquicas tradicionais estão dando lugar a um modelo mais flexível e dinâmico: a abordagem network-first". (Marin, 2024)
Em um ambiente de negócios em constante mudança, as empresas precisam ser ágeis, inovadoras e adaptáveis para se manterem competitivas. No entanto, a rigidez da estrutura hierárquica tradicional muitas vezes impede a agilidade, inibe a criatividade e limita o potencial dos colaboradores.
A Ascensão da Estrutura "Network-First": Colaboração como Pilar
Em contraste com o modelo hierárquico, a abordagem "network-first" se baseia na colaboração, na comunicação aberta e na influência distribuída. A estrutura organizacional se assemelha a uma rede interconectada, onde os nós representam os colaboradores, internos e freelancers, e as conexões representam os fluxos de comunicação e trabalho.
As informações fluem livremente entre os membros da rede, rompendo silos organizacionais e promovendo a transparência. A tomada de decisão se torna mais ágil e eficiente, distribuída entre os membros da equipe com base em suas habilidades e expertise. É aqui que a Análise de Redes Organizacionais (ONA) se torna uma ferramenta poderosa.
ONA: Mapeando o Fluxo de Trabalho e Influência
A ONA permite visualizar e analisar as relações e fluxos de trabalho dentro de uma organização, indo além das estruturas hierárquicas formais e revelando a dinâmica real de colaboração. Através de ferramentas de visualização e métricas de rede, a ONA pode identificar:
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Benefícios da Abordagem "Network-First" para Equipes Híbridas
A estrutura "network-first", oferece uma série de vantagens para empresas que buscam integrar freelancers em sua força de trabalho e construir equipes híbridas de alto desempenho:
Implementando a Abordagem "Network-First"
A transição para uma abordagem "network-first" exige uma mudança de mentalidade e a implementação de novas práticas:
Exemplo Prático: A Gestão de Freelancers na Johnson & Johnson
A Johnson & Johnson, empresa citada por Gherson e Gratton (2024), oferece um exemplo prático de como a abordagem "network-first" pode ser aplicada na gestão de freelancers.
A empresa reconhece a importância de integrar esses profissionais à cultura organizacional, proporcionando a eles a mesma introdução detalhada sobre propósito, valores e crenças da empresa que oferece aos seus funcionários.
Outro ponto importante é a criação do papel de "sponsor" para freelancers. Diferente de um gerente tradicional, o sponsor atua como um mentor e facilitador, ajudando o freelancer a navegar pela empresa, conectando-o com as pessoas certas e garantindo que ele tenha acesso aos recursos necessários para o sucesso do projeto.
Se a empresa utilizasse a ONA para mapear as conexões entre seus funcionários e os freelancers poderia identificar os colaboradores internos que servem como "pontes" para os freelancers, facilitando sua integração e o compartilhamento de conhecimento.
O Futuro do Trabalho: Conectado, Flexível e Colaborativo
A combinação de freelancers, especialistas junto à força de trabalho das empresas é uma tendência irreversível. Sua gestão eficaz exige uma mudança de paradigma.
A abordagem "network-first", com o apoio da Análise de Redes Organizacionais (ONA), surge como a chave para superar os desafios inerentes a este novo modelo, transformando a complexidade da gestão híbrida em uma vantagem competitiva.
Ao cultivar uma cultura de confiança, comunicação aberta e colaboração, ao mesmo tempo em que utiliza ferramentas digitais para conectar e empoderar os indivíduos dentro da rede, as empresas podem desbloquear o verdadeiro potencial das pessoas, impulsionando a inovação, a agilidade e o crescimento sustentável.
CHRO / MEMBRO DE CONSELHO, apoiando empresas em transformação e crescimento, através de um pensamento estratégico (organização/cultura/liderança) com visões de curto e longo prazo para geração de resultado sustentável.
3 mExcelente artigo Miguel. Concordo plenamente com esta abordagem, muito mais moderna e flexível para lidar com os desafios e a complexidade atual. Abordagem centrada no ser humano, e não nos cargos e na hierarquia tradicional.
Founder & CEO at Cognitive Talent Solutions | Spearheading a Network-First Future of Work | Organizational Network Analysis | People Analytics | Decentralization
3 mObrigado por compartilhar, Miguel Nisembaum. No coração da abordagem centrada na hierarquia (hierarchy-first) o controle colaborativo, onde os indivíduos são direcionados a trabalhar em tarefas designadas, com colaboradores pré-definidos e dentro de horários estabelecidos. Essa estrutura enfatiza a tomada de decisão centralizada e a consistência. Em contraste, a abordagem centrada na rede (network-first) abraça a liberdade colaborativa, permitindo que os indivíduos trabalhem em tarefas que se alinham com seus interesses, com os colaboradores que preferem e em horários que melhor se adequam à sua disponibilidade. Esse modelo descentralizado promove a inovação, a adaptabilidade e a co-responsabilidade, criando um ambiente de trabalho mais flexível e dinâmico.
Gerente de Recursos Humanos
3 mElisa Prone
People Analytics | Analista de dados | Performance
3 mNão conhecia essa abordagem, achei muito interessante. Parabéns pelo artigo.
Professora | Mentora | Coach | Conselheira de carreira | Consultora | Ensino | Educação | Desenvolvimento Humano e Organizacional
3 mParabéns pelo artigo Miguel Nisembaum, um modelo inovador e necessário para que o trabalho seja mais fluído, engajador e eficaz.