Além do SISU: como a orientação profissional pode auxiliar na escolha feliz por uma carreira
Por Brunella Tristão Simonelli

Além do SISU: como a orientação profissional pode auxiliar na escolha feliz por uma carreira

A previsão é que o resultado do SISU (Sistema de Seleção Unificada) seja divulgado em 30 de janeiro. Com ele os candidatos que fizeram o ENEM têm acesso às vagas das universidades e institutos públicos brasileiros, além de poderem usar suas notas para a matrícula em instituições privadas.

Durante o período de inscrição é comum os participantes fazerem alterações em suas escolhas, comparando a nota do ENEM e as notas de corte das universidades. Surgem, então, três opções: manterem a escolha inicial (curso e universidade); manterem o curso de preferência, considerando outras instituições; ou, mudarem o curso escolhido e manterem a instituição que consideram mais acessível e viável à sua realidade.

O processo é lógico, entretanto, não deve ser desconsiderado o fato de uma escolha profissional envolver muitos outros fatores imprescindíveis para a identificação e realização com a formação acadêmica.

É necessário desenvolver o autoconhecimento, a independência para a escolha e o conhecimento da realidade profissional, visando alinhar habilidades e interesses e aproveitar as maiores oportunidades do mercado de trabalho.

Muitas vezes a escolha precisa envolver a família, já que ainda temos muitas situações em que os pais fazem opções para os jovens, com base naquilo que consideram ideal, seja pela tradição familiar, pelo status social que almejam, pelo que quiseram para suas próprias vidas e não realizaram ou pelas características que percebem em seus filhos.

Nesse sentido, o processo de Orientação Profissional (OP) pode ser indispensável e decisivo. Com ele é possível avaliar habilidades, características de personalidade, interesses profissionais e necessidades motivacionais, inclusive, quantificando-os. Analisar esse mapeamento, que inclui gráficos e tabelas, traz maior segurança para a escolha ou para a reorientação de qualquer planejamento prévio, sem falar, que ainda considera a realidade do mercado de trabalho e o plano de desenvolvimento individual. Afinal, ninguém precisa estar pronto, mas, engajado com o alinhamento de suas características, afinidades, escolhas e mercado, sim.

No caso dos jovens, o ideal é que a OP seja realizada na segunda metade do Ensino Médio, quando os estudantes já tiverem passado por um período de discussões e questionamentos sobre o assunto, até mesmo dentro da temática do Projeto de Vida, que é conduzido dentro de sua formação. Para aqueles que já estão na graduação ou já têm uma profissão, a recomendação é que seja feita tão logo se perceba mais dúvidas e frustrações, do que realização profissional em si.

Se nenhuma escolha precisa ser definitiva, principalmente, quando traz insatisfação para o estudante ou profissional, participar do processo de OP pode evitar muito desperdício de energia, de tempo e de dinheiro.

A complexidade e a competitividade do mercado de trabalho, a transformação das profissões com a utilização da tecnologia, sobretudo, da Inteligência Artificial, o panorama de dúvidas, incertezas e inseguranças das pessoas, sem falar nas questões do âmbito da saúde mental, têm feito da OP um processo cada vez mais necessário e decisivo. Ninguém precisa passar por isso sozinho se há acompanhamento técnico, profissional e especializado disponível. E assim vamos percebendo que passar uma vida respondendo “o que você vai ser quando crescer?” não ajuda em muita coisa.

 

brunella@talentorh.net

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