Além dos summits com especialistas em IA

Sempre busquei manter-me distante de eventos de tecnologia e inovação que trazem de forma velada o cunho político. E recentemente, tenho sido cada vez mais seletivo ao participar de tais eventos, especialmente devido ao crescente número de especialistas em IA (Inteligência Artificial) que surgiram, em grande parte, mas que até então, eram especialistas em metaverso.

Sinto falta de discussões práticas e profundas com demonstrações reais de aplicação de métodos comprovados. Os casos de sucesso e de fracasso apresentados sem limites impostos pelo ego me permite ser sempre muito criterioso ao escolher as pautas que busco nestes eventos. 

O fato é que este filtro pessoal tem possibilitado me atualizar bebendo de fontes mais diversas mantendo-me firme ao meu propósito de compartilhar meu aprendizado ao longo destes anos de forma prática e não somente com belos slides como uma muleta.

O CONPARH (Congresso Paranaense de Recursos Humanos) foi uma grata surpresa que tive oportunidade de ver concretizada de forma oposta aos abundantes summits e aos repetecos dos participantes do SXSW para a audiência que não consumiu o conteúdo na fonte.

Este evento promovido pela Associação Brasileira de Recursos Humanos no Paraná ( ABRH-PR ) e que teve como tema: "Pessoas, Empresas e Planeta: isso é comigo" me deu três grandes oportunidades de interação a convite dos organizadores.

A primeira delas foi de mediar o Fórum de CEOs e Heads de RH, que aconteceu na noite anterior à abertura do CONPARH, abrindo um espaço de debate crucial sobre o futuro do trabalho e o impacto das tecnologias emergentes em nossas carreiras.

Reunimos um grupo de cerca de 80 líderes que se dividiram em grupos e, durante quase 2 horas, fizemos algumas dinâmicas práticas de como resolver problemas reais e atuais com ferramentas que para muitos parecem ser de ficção científica. 

Foi uma ótima troca com profissionais de diversas áreas e que proporcionou uma experiência única de pré-aquecimento para o evento principal.

Como segunda oportunidade de interação, tivemos um painel de abertura para um público atento de quase 1000 pessoas na FIEP (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) com o tema: "Pessoas, Empresas e Planeta em harmonia: um legado possível." 

Com a mediação de Andréa Barcellos Gauté e a participação de Gladys Mariotto - Ph.D. e Breno Oliveira , discutimos a responsabilidade das empresas em direcionar o uso das tecnologias emergentes para criar um futuro sustentável, ético e inclusivo, distante das métricas tradicionais de ESG (Environmental, Social and Governance). Na ocasião, comentei sobre a tendência de organizações que querem construir culturas fortes e são defensoras do modelo de trabalho presencial, em contrário a muitas organizações que funcionam no modelo remoto, colocando meu ponto de vista do quanto a cultura é necessária para o desenvolvimento de cada profissional na posição que ele ocupa.

No meu segundo painel, ao lado de Sabina Deweik e com moderação de Daviane Chemin , trocamos experiências e falamos sobre as competências que devemos ter sempre em desenvolvimento, mesmo no cenário hipotético de que a inteligência artificial tome conta de todas as tarefas operacionais de nosso dia a dia. Falei também de como as chamadas Organizações Exponenciais se destacam das demais com atributos como o PTM (Propósito Transformador Massivo).

O evento foi recheado de contatos com colegas de diversas áreas, possibilitando a oportunidade de termos visões de setores diferentes que compartilham dos mesmos desafios na gestão de pessoas e na construção de legado. Fica o convite para continuarmos trocando insights sobre os aprendizados do evento e colocarmos em prática o que foi de mais importante para cada participante.

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