Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro
Enquanto lia o artigo "O impacto da saúde física e mental na criatividade", de Flávio Reghini , comecei a pensar na minha própria história e como, talvez, essa jornada pode ser, a despeito das inevitáveis dores, divertida... mente.
O tema saúde mental tem sido o meu feijão com arroz nos últimos 6 anos, quando eu mesmo quase sucumbi depois de sofrer vários surtos. Pensava que a coisa era fisiológica, mas era, profunda e tristemente, e-mo-ci-o-nal.
Sim, eu quase fiz a besteira de desistir de viver.
Graças às pessoas próximas, que realmente se importavam, eu tive apoio e fui conduzido (a contragosto, naquele momento) aos cuidados de uma terapia.
Hoje, só falo disso!
Levanto e defendo a bandeira da saúde mental equilibrada como a coisa mais importante que um ser humano, realmente inteligente, poderia fazer por si, pelo mundo e pelo futuro que pretende experimentar.
Sem a menor modéstia, depois da terapia, a minha criatividade decolou rumo às estrelas; pois comecei a aceitar de forma amena e receptiva o feedback de todas as pessoas sobre o meu trabalho (quem me conhece há muito tempo, sabe como isso era difícil pra mim).
Agir, trabalhar e se comportar de forma colaborativa é humano e nos define como pessoas.
Agora, minhas melhores ideias são saladas de fruta, dessa mistura de tudo o que é possível combinar, sem medo, sem vergonha, temperadas com a vulnerabilidade nossa de cada dia.
O novo saber tem sabor de sofisticação, com uma cara de novidade tão boa que o desejo de repetir o ato de experimentar a reconfiguração das possibilidades é inevitável.
Toda genialidade é feita da incrível coragem de combinar tudo que temos à nossa disposição, sem exceção, inclusive ideias contrárias.
Na natureza nada se perde, nada se cria, mas tudo se transforma; então, no universo da inovação criativa deve ser a mesma coisa.
Não precisamos estar "bem" para sermos criativos. Reciclamos traumas para transformá-los em combustível emocional.
Só precisamos ter coragem para fazer a escolha certa, ou seja, acreditar que até nossas maiores dores podem ser úteis se compartilhadas do jeito certo, com as pessoas certas, com o propósito certo e na hora certa.
Não precisamos de mais pessoas inteligentes. Precisamos de mais pessoas sábias, que têm a coragem de investir em sua sensibilidade: a nossa "arma" mais poderosa, onde brotam as melhores ideias do universo.
A geração Zzzzzzzzz
A nova geração não quer cargos de liderança! Sim, essa tem sido a manchete mais comum nos últimos tempos. Parece que a moçada está vagando pela vida, lacônica, desatenta, hiperconectada online, mas com poucos laços com a realidade.
Mas, vamos pensar: como se formam líderes?
Quando criança, a gente olhava para os adultos e desejava o que via e sentia, claro que meio inconscientemente. No entanto, desde a chegada da Internet, estamos todos, quase sem exceção, curvados sobre telas de dispositivos eletrônicos, sem olhar nos olhos uns dos outros.
Fomos convencidos de que todas as respostas ou, talvez, que o mundo só tem sentido se passar por cabos de fibra ótica ou se for transmitido por wifi.
Afeto e empatia, duas coisinhas que só nós sapiens sapiens “sapiemos” fazer, são poderes mágicos que só funcionam se estivermos verdadeiramente presentes, como o Flávio comenta em seu artigo. “Em suma, estar presente, cuidar da mente e do corpo e viver as experiências de maneira plena são ingredientes indispensáveis para a inovação e a resolução eficaz de problemas”, defende.
O Líder Atraente e a Nova Zona de Conforto
Como já falei em outros textos, o Líder precisa ser atraente se deseja gerar inovação em suas equipes.
E aqui, atração tem a ver com a sua capacidade de manter as pessoas unidas, tendo um propósito maior funcionando como a força gravitacional que conecta as pessoas, orbitando ao redor de algo que todos consideram digno de investir seu tempo e paixão.
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Mais que isso, é preciso abandonar a lógica de Zona de Conforto, ou seja, aquele lugar onde nos sentimos “protegidos” do resto do mundo. Isso é egoísta e não faz o menor bem para a saúde mental de uma pessoa que realmente deseja viajar pela vida de forma saudável.
A ideia de conforto não precisa ser extinta, mas precisa mudar de sentido.
A Zona de Conforto 2.0 (conceito que cunhei com a ajuda da minha amiga Daniela Cais ) nos mantêm em um local onde nos sentimos bem, mas não com medo. De lá, é possível ver o resto do mundo e nos preparar para novas aventuras.
O conforto está na certeza de que temos o que é necessário para lidar com os desafios que o caos do mundo oferece no presente imediato, mas com a certeza de que o mundo gira, as coisas mudam e que aquele espaço de segurança precisará ser reconfigurado.
Todos os dias, precisamos encarar o desafio de aumentar a Zona de Conforto, mas a nova. Pois em sua versão atualizada, ela não permite sossego e a eterna sonequinha no “esplêndido berço”.
Todo dia é tempo de guerra contra as emoções que insistem em imprimir sobre nós a força da gravidade e nos colocar para baixo.
Quanto maior a nova Zona, maior o arsenal emocional e mais refinadas serão as nossas habilidades para lidar com outras pessoas, aprendendo com Belchior que no “ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”.
Abrace o desafio de liderar a si, pois se isso não estiver funcionando bem, nenhum projeto que escolher liderar vai gerar sucesso.
Cultive afeto e empatia na sua realidade pessoal; conheça suas limitações, organize seus processos de vulnerabilidade.
As novas gerações precisam de modelos reais.
Seres humanos que entendem suas limitações, mas que têm a coragem para enfrentar os desafios necessários contra as duras batalhas que todos enfrentamos para desenhar novos futuros.
Eu acredito que o Combustível para o Futuro será a nossa capacidade de lidar com cada uma de nossas dores, de forma colaborativa, e transformá-las em oportunidades para fertilizar novas ideias.
E você, como pretende viajar para o futuro?
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A sua forma de criar ideias é um bem precioso.
Sabe aquelas sacadas incríveis que, às vezes, você nem sabe de ondem vêm?
Então, elas são o resultado do seu jeito de combinar habilidades criativas.
Mas, você sabe usar esses talentos em grupo para gerar inovação?
Quer aprender?
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Designer de Relacionamentos Profissionais. TEDx Speaker. Palestrante. Mentora Facilito sua comunicação e seus relacionamentos.
7 mWilliam é admirável sua capacidade de transformar ideias e fazer dos insights boas motivações. Parabéns! Excelente texto.