“Ansiedade é excesso de futuro…”
Do site www.vittude.com, encontrei esta definição simples:
Ansiedade é um termo geral para vários distúrbios que causam nervosismo, medo, apreensão e preocupação.
Gosto, no entanto, da definição ainda mais simples de excesso de futuro… Estar ansioso é “pré-ocupar-se” com aquilo que não conseguimos resolver agora. E o melhor remédio é estar presente para o agora. E como estar presente para o agora? Difícil, né? Olha só.
Esses dias surgiu uma preocupação com um e-mail daqueles do trabalho – que eu li fora do horário de trabalho (maior erro). Disse a mim mesmo que não me preocuparia com ele naquele momento e que só daria atenção na hora adequada. Doce ilusão… Eu fui dormir com o problema na cabeça e acordei pensando nele. Estava tão apreensivo que mal disfrutei o café da manhã.
Resolvi que sairia para caminhar e espairecer, olhar o céu e o mundo acordando. Para minha surpresa, minha filha acordou e decidiu que iria comigo. E a ansiedade mudou para: “então, vai logo que eu quero sair”, apressando a pequena, de 6 anos. Ela se arrumou o mais rápido que pôde e saímos.
“Como vou me concentrar no agora?” foi minha frase de foco. Fui puxando papo e conversando com ela, procuramos desenhos nas nuvens, falamos da árvore que caiu… Viramos a esquina e, uns passos adiante, ela disse:
- Pai, olha que flor linda!
- É mesmo – respondi.
Alguns passos mais à frente, eu percebi que estava, de novo a pensar naquele e-mail: como responderia, quais os impactos… “Espera!”, pensei. “Que flor foi que a minha filha me mostrou? Que cor tinha? Estava ainda presa ao galho ou já no chão?”. Sim, a ansiedade novamente me tirara de meu presente. E que presente: a oportunidade de poder caminhar e ter comigo minha filha.
Paro tudo. Olho para trás… Não foram apenas alguns passos. Andamos quase um quarteirão! Como conectar-me no presente de novo?
- Filha, me desculpa. Qual foi mesmo a flor que me mostrou? Eu acho que não prestei atenção…
- Tudo bem, pai. Vem cá.
E voltamos até a flor. Uma pequena flor de um amarelo vivo intenso, ainda presa a seus galhos. Outras muitas ainda presas… tantas outras ao chão… sim, estava conectado novamente.
Não preciso dizer que no mesmo dia e na mesma caminhada, por vezes, ainda me distraí e voltei a pensar no tema. Mas, estava mais consciente de que eu estava me prendendo ao futuro, numa situação que não resolveria naquela hora e que mais importante era aproveitar o momento com minha filha. Viver, no presente, aquele presente.
É fácil livrar-se da ansiedade? Não. Não é. É importante, no entanto, reconhecer-se ansioso, buscar entender os gatilhos e descobrir sua forma de se reconectar ao presente. O mantra que procuro usar quando me noto ansioso: “Cesar, a sua ansiedade não resolve os problemas”. Assim, esforço-me conscientemente para deixar os problemas para serem resolvidos quando tiverem que ser resolvidos, quando eles forem, de fato, parte do meu tempo presente.
Gerente Sênior (Data Governance)
4 aMuito bom . Exatamente o exercício que tenho que fazer todos os dias . Focar e viver o presente . Mas é um exercício árduo e um aprendizado difícil que tenho que me disciplinar a fazer . Obrigado pela reflexão ....