Antes de tomar crédito, tome conhecimento
Muitas pessoas enxergam no crédito a solução para os problemas da sua empresa. Mas será que isso é uma verdade? Uma coisa é certa: existe uma série de perguntas que precisam ser respondidas antes do empresário pegar dinheiro. E, posso afirmar que a tomada de crédito, em algumas situações, ao invés de trazer benefícios, pode acelerar o fim de um negócio.
O crédito está associado a conceitos como: confiança, compra a prazo, dinheiro emprestado, e principalmente, dívida.
MODALIDADES
Investimento Fixo
Nessa modalidade, a tomada de crédito é feita visando a objetivos como compra de máquinas, equipamentos e obras civis. Lembrando que, só podem ser considerados investimentos aqueles gastos que têm como objetivo principal gerar mais vendas, aumentar a produção e a prestação de serviço.
Capital de Giro
Nesse caso, o crédito vai para a compra de mercadorias, matéria-prima e despesas administrativas.
Investimento Fixo – Capital de Giro Associado
Aqui temos a junção das duas modalidades, nas quais a tomada de crédito contemplará a compra de máquinas e matéria-prima, bem como investimentos em treinamentos.
Antecipação de Receitas
Quando o crédito é utilizado para desconto de cheque, duplicatas e cartão de crédito.
Toda vez que você pensar em pegar um crédito, precisa ter respondido quatro perguntas fundamentais, são elas:
Qual a finalidade desse crédito? – O que você quer fazer com ele?
Qual o valor? - Defina exatamente qual o valor para que não seja nem a mais do que você precisa, nem a menos.
Quais as condições para pagamento? – Saiba quais são os prazos, juros, carências.
É o momento adequado para minha empresa contrair essa dívida? – Porque crédito é dívida!
EXEMPLIFICANDO
Vamos agora fazer um exercício e podemos imaginar uma matriz com resultado e caixa. Por um lado, temos resultado positivo e negativo, e por outro lado temos o caixa positivo e negativo. No cenário brasileiro, no qual enfrentamos crise econômica, social e política, a maioria das empresas se enquadra em duas possíveis situações:
1. Resultado Negativo/Caixa Positivo
2. Caixa negativo/Resultado Positivo
Porém, existe mais uma situação possível, que é Resultado Negativo/Caixa Negativo. Nessa última, pare e pense se realmente a tomada de crédito é a melhor opção. Quando a empresa não gera bons resultados, injetar dinheiro nela é como colocar lenha na fogueira. Você coloca dinheiro, consegue sobreviver por mais uns meses e depois está novamente colocando mais dinheiro, só que com a introdução de uma dívida. Então, nesse caso, a melhor coisa a se fazer é entender melhor o seu negócio e tomar ações para a sua melhoria.
Geralmente quando uma empresa opta pela tomada de crédito, é porque não tem dinheiro em caixa. Portanto, se o seu negócio tem bons resultados, mas o caixa está negativo, a tomada de crédito pode ser uma boa opção, pois evita de pagar juros do cheque especial, pagar boletos em atraso e todos os outros problemas ocasionados pela falta de caixa.
AGENTES FINANCEIROS
Para aqueles que optam pela tomada de crédito, existem os bancos oficiais, que operam linhas com recursos FAT – Fundo do Amparo ao Trabalhador – e possuem opções mais atrativas para os pequenos negócios. Tem também os bancos privados, que oferecem soluções financeiras para todos os portes de empresas.
Existem também os bancos de desenvolvimento, como o Banco da Amazônia, que tem como objetivo principal oferecer recursos a médio e longo prazo, através do financiamento de projetos que visam à promoção do desenvolvimento econômico e social da região.
Temos também as cooperativas de crédito, como a UNICRED, que são associações autônomas constituídas por pessoas com a intenção de proporcionar serviços bancários aos seus cooperados, com o diferencial de taxas e condições bastante atrativas.
Existem as agências de fomento, como o BNDS, que buscam fomentar a economia através do financiamento para diversas áreas, como no caso do CNPq que possuem linhas voltadas para a pesquisas e tecnologia.
Observam-se também, nesse cenário, as financeiras, que são empresas ligadas a grupos econômicos ou bancos, especializadas em financiamentos para bens de consumo. E por último, factoring, que são prestadoras de serviços para pequenas e médias empresas, realizando operações como a troca de cheques e desconto de duplicatas.
OPERAÇÃO FINANCEIRA
Não pense que as operações financeiras são fáceis. De um lado temos os empresários, que se deparam com juros altos e excesso de exigências. Do outro temos os bancos, que lidam com a falta de informações cadastrais, inadimplências e insuficiência de garantias. O que podemos fazer para facilitar a tomada de crédito é oferecer garantias reais como hipoteca, alienação, penhor e garantias pessoais, como aval e fiança.
E, tentando equilibrar esse jogo, nós temos os fundos garantidores como o Fundo de Amparo ao Micro e Pequena Empresa ou o Fundo Garantidor de Ações. As linhas mais conhecidas para micro e pequenas empresas são Proger, Finame, BNDES e BNDES Automático. Mas, para isso você tem que estar sempre em contato com os bancos.
Por último, gostaria de fazer um alerta: sabe-se que de tempos em tempos a empresa pode passar por dificuldades e ela poderá precisar de capital de giro, principalmente quando está ampliando seu negócio, mudando suas operações ou mesmo no final do ano, para pagamento de décimo terceiro. Mas, se normalmente você precisa de capital de giro para cobrir as suas operações, isso é um sinal de que alguma coisa não está indo bem no seu negócio. Pare e pense!
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