Aonde vamos?

Aonde vamos?

A Cidade é um organismo vivo; por quê? Porque é ela o somatório dos "abrigos", residências, verdadeiras máquinas de viver, que no conjunto, abastecimento,o entra e sai, forma o burburinho caótico urbano.
O Caos era no começo e o será no fim, vem daí que a tendência entrópica pode aumentar a desordem do caos, mas também por outro lado, pela multiplicidade de encontros e desencontros na turbulência de colisões factuais, a natureza acha uma acomodação: a variedade infinita dessas tentativas de acerto leva a situações mais próximas dum salto evolutivo. No caminho se faz o caminho.
A minha digressão introdutória serve para mostrar que nessa multiplicidade de interesses individuais e familiares, cujas necessidades precisam ser supridas e segurança garantida, protegida dos bandos de drogados e malfeitores, produto duma degradação maliciosamente induzida pela maliciosa tolerância e frouxidão que assolou o país, obrigando os que nela vivem habitarem "abrigos" e mais, circunscreverem-se em "cidades muralhas". Tudo à conta do estado omisso, atento só em conservar o poder nas do mesmo partido (bando) e exaurir o erário a seu benefício.
Planejar seu futuro é uma temeridade, ele arrola incertezas e imponderáveis impraticáveis para fechar qualquer equação, porque a canalhice e desonestidade não são quantificáveis; vai daí que só nos cabe planejar o que resta seguro: o presente.
A necessidade faz o sapo pular; o tumultuado trânsito leva as pessoas procurarem moradia próxima ao lugar de trabalho, centros de abastecimento, diversão e aprendizado. É um movimento que tem de partir das massas, ao estado falta inteligência, interesse, gestão. Essa tendência se acentua em função dos fatores de pressão continuada na crescente saturação do transito e violência urbana criada (paradoxalmente) pela densidade demográfica que ao invés de nos juntar, separa. Quanto maior a cidade, mais isolados nos sentimos nela, mais risco corremos; vem daí a crescente procura pelos Condomínios Fechados que simulam as pequenas cidades onde todos se sentiam iguais. Não vejo modelo de futuro. A tendência pela desconstrução de valores: respeito, educação, conflito hierárquico familiar, escolar; indução midiática de maus costumes, banalização do crime; se não houver meia volta, é o fim da civilização ocidental. Nem Lot, nem as filhas de Lot; a cidade morrerá.

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