Aprendizados de um Empreendedor – 2 anos depois
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Aprendizados de um Empreendedor – 2 anos depois

Muito já foi escrito sobre o ato de empreender. Eu, particularmente, sempre acreditei que cada jornada empreendedora é única. Cada empreendedor enfrenta desafios diferentes e conta com suas experiências, sonhos e história de vida, para deixar a sua marca no mundo.

Há exatos dois anos, em 2 de maio de 2019, eu tomava uma decisão difícil e há muito ensaiada: deixar tudo “para trás” e fundar a minha própria empresa. Nascia, então, a Omni Capital – hoje, Omni Partners.

Aos 38 anos, casado e com duas filhas pequenas, um mundo de oportunidades se abria à minha frente. O frio na barriga, as desconfianças e os medos decorrentes da decisão eram proporcionalmente grandes. E se desse errado? E se o sonho se transformasse, na verdade, em pesadelo?

O tempo passou e hoje, ao olhar em retrospecto, vejo que felizmente os altos têm sido mais presentes que os baixos. Mesmo em meio a uma pandemia, que nos afeta negativamente de tantas formas, os aprendizados têm feito a jornada valer a pena.

Para celebrar esses dois anos, gostaria de compartilhar, através deste texto, os principais aprendizados que tenho tido como empreendedor. Vamos a eles.

1. Nada te prepara para empreender – mas você pode aprender

Este aprendizado é o primeiro, mas talvez tenha sido um dos mais difíceis de ser incorporado, por ser até certo ponto paradoxal.

Venho de uma carreira bem-sucedida, de mais de 15 anos, como líder e gestor. Passagens de destaque por startups, grandes empresas e venture capital. Formação acadêmica sólida, no Brasil e no exterior. Tive a oportunidade de lecionar em escolas de negócios com relevância nacional e internacional.

E, na jornada empreendedora, diversos foram os momentos nos quais me senti um verdadeiro principiante, com dúvidas e sem saber qual caminho seguir. Quais critérios utilizar para as primeiras contratações? Como explicar nossa solução para os clientes? Como transformar a minha visão em um sonho coletivo e compartilhado?

A verdade é que, especialmente no início, você ainda não sabe muito bem aquilo que você não sabe. E, apesar de contraintuitivo, você precisa entender que está “tudo bem”. O olhar atento, para dentro e para fora da empresa, e a capacidade de aprender são armas importantes para lidar com esses “pontos cegos” e ser bem-sucedido na jornada.

Quanto maior a experiência dos empreendedores, mais rápido tende a ser esse aprendizado.

2. Escolha boas companhias para a jornada – e confie nelas

Se já é difícil empreender, fazê-lo sozinho é praticamente impossível. Tive a sorte – e o prazer – de contar com pessoas excelentes ao meu lado, ao longo dos últimos dois anos.

Já li vários artigos que apontam o “solo founder” (fundador solitário) como um dos fatores para explicar o insucesso de startups e empresas iniciantes. Da minha experiência prática, preciso dizer que concordo integralmente com essa visão.

O ato de empreender traz consigo uma séria de desafios e, assim como no cockpit de um avião, vale a máxima de que “duas cabeças pensam melhor do que uma”. Os altos e baixos são menos intensos e o peso psicológico das decisões é mais suportável, quando há companhia.

Mais do que companheiros de caminhada, os sócios e primeiros colaboradores, são parte essencial do que a empresa irá construir. Como primeiros a acreditar no sonho, podem não só influenciar, mas contribuir ativamente para o impacto que a sua empresa deseja ter no mundo.

Para que isso aconteça, nutrir relações de confiança, desde o início, parece ser chave. A hierarquia, tão importante em ambientes mais estruturados, não me pareceu ajudar muito em um ambiente ainda em construção. Não raramente, as melhores ideias vêm de quem está mais próximo do problema e, para adotá-las rapidamente, o estabelecimento de confiança mútua dentro do time é fundamental.

Até por isso, as primeiras contratações precisam ser muito bem pensadas pelo empreendedor, pois ajudarão não só a dar forma para a empresa, mas também para sua cultura.

3. Tenha paciência - dê tempo ao tempo

Para explicar melhor esse ponto, cabe dizer que na Omni trabalhamos com soluções de CFO as a Service, focados em startups e scaleups. Portanto, lidamos com outros empreendedores diariamente. Alguns deles, ainda em estágio inicial (early stage).

Como eu disse mais cedo, especialmente no início da jornada, você ainda não sabe muito bem aquilo que você não sabe. O problema é que, pela minha experiência, se há um “bicho” ansioso nesse mundo, esse “bicho” é o empreendedor.

Após dois anos, posso dizer que em vários momentos é fundamental ter serenidade. A ansiedade é um motor fundamental e nos faz avançar, mas não pode dominar e nem ser confundida com afobação. Em diversas situações, vale a máxima “vamos devagar, porque temos pressa”.

Em nossa breve história, foram diversos os momentos nos quais optamos por uma velocidade “controlada”, para conseguirmos avançar preservando a nossa essência. Se qualidade na entrega e construir uma boa reputação eram premissas, sabíamos que não dava para pularmos etapas.

É preciso ser ágil, com inteligência. Lembre-se que a esmagadora maioria das empresas levará de 7 a 10 anos para alcançar sua maturidade. Trata-se de uma maratona – e não de uma corrida de 100 metros.

4. Seja fiel a seus valores – especialmente, nos momentos difíceis

Descobrir que seus clientes te avaliaram bem e que seu NPS (indicador de satisfação) está acima de 90 – como descobrimos em uma pesquisa recente – dá uma sensação indescritível. Ameniza os dissabores e renova o ânimo. Afinal de contas, um resultado como esse demonstra que a proposta de valor da empresa não só faz sentido, mas também está sendo percebida pelos clientes.

Entretanto, os bons momentos contam apenas parte da história. Neles, tudo funciona, todos estão felizes e o sonho de impactar o mundo parece cada vez mais próximo e real.

Uma outra (e importante) parte da história de quem empreende é feita dos momentos difíceis. Aqueles nos quais o contrato não está funcionando e precisará ser rescindido; ou o cliente não alcançou exatamente aquilo que esperava durante as interações com você. Ou pior, o dinheiro está acabando e nada do que você fala ou aponta como solução parece fazer sentido.

Será exatamente nesses momentos que seus valores serão mais importantes. Na Omni, temos um valor central, que é cultivar a “honestidade intelectual”, independente da situação ou do cenário que estivermos enfrentando. Lidamos com pessoas inteligentes e entendemos que somos igualmente inteligentes. Quando surge um problema a ser tratado, a melhor estratégia é ser transparente e buscar uma discussão franca e direta, com foco em encontrar uma solução.

Agindo desta forma, temos conseguido manter ótimas relações não só com nossos clientes e ex-clientes, mas também internamente, entre os membros do time.


Nas próximas semanas, vamos dar mais um passo importante na história da Omni. Um passo decisivo, para continuarmos avançando nos próximos anos. Para adiantar, um pequeno spoiler: teremos um novo nome, uma nova marca e um novo site.

A essência do que temos construído nos últimos 2 anos não muda, mas surge uma nova forma de nos comunicarmos com o nosso público – mais próxima, mais íntima.

De empreendedor para empreendedor.


Carlos Eduardo Lima

Ajudo melhorar a experiência dos clientes fornecendo dados estratégicos para decisões mais assertivas e aumento as avaliações positivas das empresas no Google

6 m

👏

Reinaldo Heleno R. Magalhaes

CEO / Cofundador One Big Media Group

3 a

Sucesso Pedro, bom artigo, bons pontos.

Juliane Guimarães

Assessora de Diretoria | Secretária Executiva

3 a

Parabéns Pedro! Desejo muito sucessos pra você!

Ricardo Cotta

Entrepreneur and Consultant na Regra

3 a

Parabens Pedro. Esse é só o início de um grande sucesso. Vc vai longe, competencia nao falta.

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