Arte é saber quando parar

Arte é saber quando parar

Quando perguntado sobre os impactos da inteligência artificial no mundo do entretenimento, o ator estadunidense Ben Affleck foi categórico:

"IA nunca vai substituir o que fazemos, porque arte é saber quando parar."

Por mais simples que essa frase possa parecer, ela me provocou um fascínio reflexivo. Saber quando parar, de fato, é uma das habilidades mais desafiadoras, e podemos expandir esse conceito para diferentes aspectos de nossas vidas. Eis alguns exemplos:

Saber quando encerrar uma discussão antes que ela se torne emocionalmente exaustiva. Reconhecer o momento de parar de trabalhar ou estudar para dar ao corpo e à mente o descanso necessário. Ou ainda, equilibrar críticas e elogios ao oferecer feedback em uma reunião individual.

Eu poderia listar inúmeros outros exemplos, mas sei que você já compreendeu a essência da ideia — diferentemente da IA, que, quando provocada a fazer o mesmo exercício, gerou uma quantidade excessiva de exemplos, desafiando a minha capacidade de compreensão.

Saber quando parar é, acima de tudo, compreender os próprios limites e respeitar os dos outros. É ter a humildade de aceitar que não somos super-herois como o Batman e, talvez, nem tão talentosos quanto Ben Affleck, que conquistou seu primeiro Oscar aos 25 anos como roteirista e, anos depois, consolidou sua carreira como ator e diretor. 

Definir arte é uma questão profundamente pessoal, intransferível, o que torna inútil tentar criar um manual ou guia de conduta baseado em listas de sugestões. Esse tipo de prática, aliás, é comum entre os coaches de má-fé (e convenhamos, isso sim já está na hora de parar, concorda?).

O prompt foi: faça uma arte para ilustrar esse texto. Claramente, a IA não sabe quando parar.

O que me envolveu ao ouvir essa frase não foi apenas o conceito de saber quando parar, ou até mesmo o ato de desistir (tema que, inclusive, abordei em outro texto da minha newsletter). Foi a conexão entre essa ideia e a arte.

Acredito que faz parte do amadurecimento — e do privilégio descrito na hierarquia de necessidades de Maslow — nos conectarmos mais profundamente com a arte à medida que ganhamos experiência na longa estrada da vida. Aprendi a não ter vergonha de cantarolar Engenheiros do Hawaii e a não sentir mais a necessidade de convencer ninguém de que videogames são pura arte.

Embora a definição de arte continue sendo algo subjetivo e muitas vezes controverso, o que ela desperta em você é uma experiência única e pessoal. Se observar uma banana presa com fita adesiva em uma exposição te faz refletir sobre a sociedade em que vivemos, uma pintura moderna evoca nostalgia, ou uma música te provoca paixão, então a arte está cumprindo seu propósito.

Sem cometer o sacrilégio de classificar essa série de textos publicados em uma rede que raramente me evoca catarses ou arrebatamentos estéticos como algo próximo de arte, sei que existe um equilíbrio perfeito entre...

...Ok, seguirei meu próprio conselho e, de forma lúcida, vou parar por aqui.

Até o próximo texto!

Bruno D'Angelo

Storytelling Strategist | Creative Producer | Narrative Designer | Storyteching Evangelist | Communication Panelist | Comic Book Teacher | Father and Incorrigible Optimist

1 m

Parar?

Guilherme Rosa

Gerente de Projetos | Copywriter | QnA Comunicação | Marketing criativo, Propaganda

1 m

Ótimo texto!

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