ASPECTOS JURIDICOS & SOCIETARIOS
ASPECTOS JURIDICOS & SOCIETARIOS – Parte do PFCC Programa de Formação e Certificação de Conselheiros da Board Academy Br. @boardcademy.
Antes de começarmos a falar dos aspectos jurídicos e societários, precisamos falar de algo mais profundo e casi filosófico, a que formula a seguinte pergunta:
Qual é a função social das empresas?
Mesmo que pareça obvio, não podemos esquecer que as empresas surgem da sociedade na qual se desenvolvem e desde a qual se projetam quando crescem e expandem.
Já a partir desse momento começam a ter uma função social. Empregando pessoas das vizinhanças, interagindo com fornecedores locais, sobretudo os de serviços, provavelmente a própria sociedade em volta dela serão os primeiros clientes e consumidores.
Quando falamos “ das empresas” estamos utilizando um conceito muito amplo que inclui empresas de diferentes tamanhos, numero de funcionários, diferentes tipos de acordo com os produtos ou serviços e mercados onde atuam, diferentes ´idades´ e sobretudo com diferentes graus de maturidade.
E o grau de maturidade e sua estrutura e cultura de Governança Corporativa, tem relação direta com a idade das empresas.
Assim como o grau de desenvolvimento da GC, outros aspectos também mostram uma relação direta com o grau de maturidade da empresa. Sendo eles:
§ Governança Corporativa
§ Liderança
§ Pessoas
§ Estrategia
§ Gestão de Informação
§ Transformação Digital
§ Sustentabilidade
§ Gestão Comercial & Marketing
§ Gestão da Cadeia de Valor
§ Gestão Financeira
“Quanto mais a empresa puder demonstrar seu propósito em entregar valor aos seus clientes, seus colaboradores e suas comunidades, melhor será sua capacidade de competir e entregar lucros duradouros, de longo prazo, para os acionistas” Larry Fink, Chairman e CEO da Black Rock
A palavra chave sem sombra de duvidas é PROPOSITO, assim com maiúsculas pois ele norteia a jornada de, vai dar o “tom”, vai modelar a cultura de uma empresa.
Capitalismo Consciente e uma forma de definir a evolução pela qual as empresas vem atravessando.
Como elas vem se transformando desde a época em que eram vistas só como geradoras de lucro para seus donos e/ou acionistas passando a ser geradoras de valor para todos os Stakeholders não somente os acionistas e principalmente a Sociedade.
O conceito ASG cada vez mais vai se incorporando no “mind set” dos empresários e das lideranças das organizações, deixando de ser um “nice to have” para ser uma forma de pensar e viver a empresa. De seguir o Proposito, de gerar um legado para as futuras gerações.
Cuidar da sociedade e cuidar do planeta deixou de ser uma causa só de ativistas, transformou-se numa forma de olhar para o Futuro de forma Sustentável.
“A construção de um futuro mais sustentável exige mudanças no nosso jeito de produzir, consumir e viver” Fabrini Muniz Galo.
Essa forma de pensar e viver a empresa, mencionada anteriormente, permeia toda a organização e passa a ser um motivo pelo qual muitos colaboradores permanecem ou deixam a empresa. Pois com certeza as empresas que tem uma cultura sustentável crescem mais e geram mais oportunidades de desenvolvimento profissional.
Os Conselhos precisam atuar como agentes de mudança no Presente para que o Futuro seja viável.
Os Conselhos tem um papel fundamental na hora de guiar o crescimento sustentável, promovendo uma Governança robusta e de verdadeiro impacto, apoiada nos pilares de ESG e Cultura,Diversidade e Alinhamento, Transformação e Flexibilidade.
Tudo isto tem que ser regido por um marco legal, de acordo com as leis que regem as sociedades.
Assim temos diferentes formatos previstos na legislação para a sociedades (no caso das empresas de um único socio):
- MEI (microempresário individual)
- Empresario individual
- Sociedade Limitada unipessoal
Nesses casos o risco reside em que não separa o patrimônio pessoal da responsabilidade da empresa.
Os socios podem limitar suas responsabilidades, de acordo com o valor das susa quotas, podem formar uma sociedade anonima, que pode atrair capitais divididos em ações, gerando maior flexibilidade para a entrada e saída de socios.
CONTRATO SOCIAL – ESTATUTO + CNPJ : Contrato social é o documento que certifica a fundação de uma empresa. Juntamente com o CNPJ, serve para comprovar a existência do negócio e também fazer a definição básica de informações que regularão a “vida” da sociedade. É a “certidão de nascimento da empresa”
Mercado de Capitais: Aloca a poupança nacional na capitalização das empresas, impulsionando atividade econômica e a geração de empregos.
Aspectos Societarios:
o Integridade
o Equidade
o Responsabilização (Accountability)
o Transparencia
o Sustentabilidade
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Agentes de Governança : são as pessoas e órgãos responsáveis por dirigir, direcionar, fiscalizar e supervisionar a Companhia.
Nem todas as companhias são obrigadas a ter conselho de administração. Apenas as companhias de capital aberto, de capital autorizado ou de economia mista devem, por força de lei, formar o conselho.
Quais são as atitudes, condutas e posturas que se esperam do Conselheiro:
o Que tenha um Envolvimento Construtivo
o Integridade
o Competencia
Envolvimento Construtivo tem a ver com o tempo dedicado a função, compromisso com a corporação e foco nos resultados
Integridade, historia de vida, postura ética, retidão como padrão de referencia, tudo isso o conselheiro traz com ele e isso ele vai entregar para a empresa através de sua atuação.
A Competencia inspira e transmite confiança. A vivencia, a experiencia de ter passado por negócios e situações que serão de grande ajuda para guiar a empresa.
DEVERES DO GESTOR PERANTE A SOCIEDADE:
ü Diligência
ü Cuidado
ü Lealdade
ü Melhor interesse da empresa
ü Tomada de decisões
ü Voto informado, refletido e desinteressado.
MISSÂO DO CONSELHO
§ Buscar equilíbrio de interesse das partes
§ Valorizar a organização
§ Proteger a organização
§ Otimizar retorno do investimento
ESPONSABILIDADE DO CONSELHO CONSULTIVO
§ Membros de CF e membros de órgãos técnicos e consultivos criados pelo Estatuto, tais como membros de Comitês ou conselheiros consultivos, devem observar as normas relativas aos deveres e responsabilidades dos administradores
§ Exime-se de responsabilidade o administrador que consignar/comunicar sua divergência em ata ou doc. apartado ou, não sendo possível, tenha dado ciência por escrito ao órgão de administração, CF ou Assembleia. E/OU comprovar que agiu de boa-fé e no interesse da empresa
Todo e qualquer administrador deve agir sempre no melhor interesse da empresa, sem conflito de interesse e sem abuso de seu direito.
Empregar o cuidado e diligência que homem probo e ativo emprega em seus negócios
OBRIGAÇÔES DO CONSELHEIRO
§ SE QUALIFICAR
§ SE INFORMAR
§ VIGIAR E MONITORAR
§ INVESTIGAR
§ INTERVIR
§ SER ASSÍDUO
“Os membros do conselho fiscal, dos comitês, do conselho consultivo e de qualquer outro órgão técnico e consultivo (criado ou não pelo estatuto) não são considerados administradores apenas por integrarem esses órgãos – têm, por lei, os mesmos deveres e responsabilidades dos administradores. (Conforme os artigos 160 e 165 da Lei das S.A)”
“As atribuições dos Administradores podem ser genericamente divididas em três tipos: decisórias (objetivo deliberar alguma matéria da competência dos administradores), fiscalizatórias (dever de supervisionar a atuação da diretoria e/ou subordinados) e convocatórias (responsabilidade de convocar assembleias de acionistas).”
O marco regulatório que rege as Empresas e os Conselhos Administrativos, cria uma segurança jurídica indispensável numa sociedade organizada num estado de direito. Porém a função social da empresa e o papel dos Conselhos tem que ir além, tem que promover a Etica, a Integridade e Responsabilidade Corporativa perante a Sociedade da qual fazem parte.
Porém tem atos que mesmo considerados legais, eles podem estar beirando uma linha entre a ética e a não ética.
O papel dos governos e do estado tem mais ou menos peso dependendo de cada pais, mas as empresas vem, cada vez mais, preenchendo espaços que o estado não atende.
Gerente Jurídico | Advogado Empresarial | Relações Governamentais | Negociações | Gerente de Assuntos Legais e Corporativos | Organização de Departamento Jurídico | FCPA | Anticorrupção | Professor | CEO
1 aJosé Ramon, ótima reflexão para que possamos compreender a importância da Ética em todos os setores, a Integridade e Responsabilidade Corporativa como exemplo a ser seguido por todos.