Assessoria de imprensa e as novas mídias: como estão nossas estratégias? – PARTE 1 – o início

Assessoria de imprensa e as novas mídias: como estão nossas estratégias? – PARTE 1 – o início

Sou um apaixonado pelo mundo da comunicação e acredito que compartilho desse sentimento com muitos amigos jornalistas desse Brasil. Atuo há quase uma década no ramo de comunicação corporativa, assessoria de imprensa e endomarketing, áreas que me dediquei e decidi que vão me acompanhar por toda a minha carreira.

Pode parecer pouco dizer que estou há quase 10 anos trabalhando com isso, porém, na velocidade que as mudanças acontecem, meu sentimento é permanecer por mais tempo nessa árdua batalha. Quando iniciei no meu primeiro estágio, ainda tínhamos clipping manual e relatórios impressos. O meio digital e suas ferramentas começavam a ganhar mais força entre assessorias e redações.

E o modo de trabalhar a comunicação corporativa mudaram muito com o espaço conquistado pelas mídias digitais. Desde a explosão das redes sociais como Facebook, Instagram, YouTube e essa aqui, LinkedIn, onde todos são produtores de conteúdo e podem expressar suas opiniões e posições à vontade, a forma de atingir o público com informações precisou ser repensada, assim como nossas estratégias.

Mas tenho observado algo que, por ser um apaixonado por essa área, tem me deixado um pouco preocupado: a falta de estratégia de agências de comunicação para trabalhar as pautas dos seus clientes e conquistar seus objetivos. Antigamente era comum dispararmos um release para uma base de mailing com milhares de jornalistas, tudo para facilitar a chegada da informação nas mãos de quem escreve.

Lembrando que essa pulverização não substitui o relacionamento direto, o contato, a pauta estratégica. Mas sabemos que era uma prática que, em época que usávamos apenas e-mail, era a mais rápida para garantir pelo menos um clipping em algum veículo que pegasse a pauta.

Hoje não está muito diferente. Participo de diversos grupos de WhatsApp e Facebook que reúnem jornalistas e assessores que buscam e vendem fontes para alimentarmos a mídia (aqui eu digo as tradicionais e também os canais em redes sociais). E lá, a pulverização de releases ou sugestões de notas seguem o mesmo ritmo dos e-mails de antigamente: vai pra todo mundo, quem pegar, é clipping garantido. E essa é uma falha grave, pois demonstra que o assessor não compreendeu ou estudou uma estratégia básica para poder vender a pauta. É um tal de conquistar espaço a qualquer preço que depois não agrega nenhum valor ao trabalho do profissional.

Digo isso porque nesses grupos se repetem as figuras de assessoria e aí recebemos a mesma sugestão de nota em 12 grupos diferentes. E quando digo diferentes, vou exemplificar: temos grupo de tecnologia, gastronomia, ciência, geral, rádio e outros variados. E então surge uma pauta sobre o lançamento de um produto cosmético. O assessor envia para TODOS OS GRUPOS, sem critério de editoria, interesse público e do público, análise dos veículos ali presentes e se o tema é relevante para eles. Pode até ser que um ou outro jornalista pegue e passe para algum colega de redação, mas onde está a assertividade, a estratégia, a comunicação que vai chegar diretamente no público-alvo do seu cliente?

E essa falta de estratégia, desesperadora por números de clippings, tem agravado outro fator: a criatividade dos assessores em buscar novas formas de divulgação. São tantas as novas maneiras de enviar sua informação, além da mídia tradicional, e poucos estão sabendo utilizar dessas ferramentas para, além de conquistar espaço, construir notícias relevantes e que ajudarão a criar uma imagem do cliente perante o público. Ainda temos muitas assessorias presas no "arroz com feijão", onde sair nas mídias tradicionalmente famosas é o que realmente se torna relevante ao cliente. Mas até as mídias tradicionais estão inovando suas formas de chegar ao público, e com novas linguagens e tipos de pautas, e não estão sendo munidas corretamente por nós assessores.

E como atingir essas novas mídias? Qual a linguagem do público? Como os jornalistas trabalham as pautas? Quais são esses novos canais que devemos atingir?

Vamos conversar? No meu próximo artigo quero compartilhar as ideias e opiniões dos meus colegas de comunicação.

Marta Lanzoni

Jornalista - Assessora de Impensa

5 a

Gosto e sempre gostei de suas observações. Vejo o número de grupos de WhatsApp disparar e receber os mesmos releases em oito dou dez grupos diferentes, sem nenhum foco é realmente muito chato. O cliente cobra ver sua matéria publicada, mas um conteúdo relevante, na editoria certa é um bom começo. 

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