Assim seja!
São tempos complicados, diriam alguns. O homem está se distanciando da religião e isso tem tornado o mundo mais materialista. Parece difícil de acreditar, principalmente quando se verifica que o número de igrejas cresce mais do que casa especializada em comida japonesa. De acordo com a imprensa, o número de igrejas no Brasil cresceu, de 10 mil em 2006 e 18,5 mil, em 2013, devendo estar beirando os 30 mil este ano. Sem considerar as questões de ordem financeira (algo em torno de uma arrecadação em torno de 28 bilhões), pois que não é de minha competência, como dizer que a humanidade está distante de Deus??? Não, acho que, como diriam muitos, o buraco é mais embaixo: Não nos faltam religiões, o que nos falta é religiosidade! Sim, o verdadeiro sentimento que a fé desperta e que nos faz ser cristão, budista, espírita, evangélico, espiritualista e todo o mais. E o problema não está nas denominações religiosas, pois que toda é válida desde que não abdique Deus e oriente seus fiéis a praticarem o bem e a amarem seu próximo. O "x" do problema é o nosso caráter mesmo. O artigo que está faltando nas prateleiras do mundo é o caráter.
Jesus sabia que isso aconteceria e já advertia os de sua época, quando contou uma história sobre alguns religiosos que confiavam tanto em si próprios, que se acreditavam melhores que as outras pessoas. Os sacerdotes daqueles tempos se vestiam de ouro e púrpura porque se achavam acima de todos, corroborando a afirmativa de que a religião, quando baseada nos interesses do homem, pode transmitir duas mentiras: a primeira é que só os seus crentes são bons e a segunda é que os seus crentes são melhores que os outros. (Não falo em crentes no sentido popular, que denomina assim os evangélicos, mas crentes no sentido das pessoas que crêem em Deus). A realidade é que tanto crentes como descrentes ainda necessitam (e muito) da graça e da misericórdia de Deus, já que a gente não faz ainda por merecer o novo reino.
Na história contada por Jesus, um fariseu confiava em si e nas suas realizações, julgando-se ética e moralmente superior a todos os demais. Dizia que era assim porque jejuava duas vezes na semana e pagava em dia os seus dízimos à sinagoga. Por isso, dizia que tinha espiritualidade acima da média. Tolo, era apenas um como nós: um pecador, porque santo só Deus o é. Então, Jesus enfiou na história um indigno publicano para nos ensinar o que dizer numa sincera oração: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pois que sou pecador!” Todos os dias, nós precisamos do perdão e da misericórdia divina e, enquanto acreditamos ser superiores e desprezarmos aos que nos cercam, o jeito é apelar para que Deus tenha piedade de nós. Amém!