Até 32 milhões de pessoas podem ser forçadas a sair de suas casas até 2050 devido à crise hídrica, aponta estudo
A crise hídrica, intensificada pelas mudanças climáticas, pode forçar até 32 milhões de pessoas a abandonar suas casas até 2050 em busca de segurança, alimentos e, principalmente, água potável. O estudo, desenvolvido pela consultoria BCG (ex-Boston Consulting Group) em parceria com o Centro para Inovação Social e Clima da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, revela que o impacto da emergência climática, que já provoca secas, inundações e tempestades em diversas partes do mundo, está gerando deslocamentos forçados de pessoas e ameaça a estabilidade de diversas regiões.
De acordo com o levantamento, o aumento das temperaturas globais têm causado modificações nos padrões climáticos e agravado os desastres naturais, comprometendo a disponibilidade de água e alimentos. Em 2022, 99% dos deslocamentos forçados foram impulsionados pela falta de água e seus efeitos colaterais, como a perda de safra e a degradação das terras agrícolas.
Segundo o BCG, as regiões da América Latina e Sudeste Asiático estão mais suscetíveis a secas severas, enquanto a África, Austrália e Oriente Médio enfrentam riscos crescentes de inundações. Na Europa Central, os dois extremos são igualmente prováveis.
“Isso tudo, por sua vez, pode levar à instabilidade econômica e política, interrompendo ainda mais a capacidade de uma sociedade de mitigar e se adaptar aos efeitos do aquecimento global”, afirma Santino Lacanna, líder da prática de Social Impact para América Latina no BCG.
Como o feminismo pode orientar a ação contra as mudanças climáticas
Existem evidências crescentes de que mulheres, meninas e pessoas de gênero diverso estão arcando com o peso das mudanças climáticas, segundo pesquisadoras da ONU Mulheres em artigo na Scientific American. "E se abordássemos o clima de uma perspectiva feminista?", perguntam Laura Turquet, vice-chefe de pesquisa e dados, Silke Staab, especialista sênior em pesquisa e Brianna Howell, analista de pesquisa, todas da ONU Mulheres.
Segundo elas, o feminismo oferece uma análise de como as desigualdades estruturam nosso mundo e, portanto, impulsionam a crise climática, entre outras preocupações globais.
"Precisamos nos afastar de economias baseadas em extração e poluição para aquelas baseadas na regeneração e no cuidado uns com os outros e com o meio ambiente. Esses novos sistemas priorizariam o bem-estar das pessoas e do planeta, em detrimento dos lucros e do poder da elite, para permitir um futuro mais sustentável, resiliente, inclusivo e equitativo", diz o artigo. Essa visão feminista se baseia no pensamento de uma diversidade de contextos culturais e no crescente interesse em "economias de bem-estar".
Japão eleva meta de redução de gases do efeito estufa
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O Japão está finalizando planos para reduzir suas metas de redução de gases causadores do efeito estufa. Hoje estimado em reduzir 46% das emissões de 2013 até 2030, o novo plano deverá aumentar os cortes para 63% até 2035 (também em relação a 2013).
Em novembro, os ministérios japoneses revelaram um plano preliminar que visa uma redução de 60% nas emissões de GEE até o ano fiscal de 2035 e 73% até 2040. Os números se baseiam em uma trajetória linear entre a meta atual do Japão de uma redução de 46% até 2030 e a chegada ao patamar de emissões líquidas zero até 2050.
O movimento japonês segue outro semelhante feito pelos Estados Unidos, que recentemente elevaram sua meta de corte de emissões para algo entre 61% e 66% até 2035, comparadas aos níveis de 2005.
Para oficializar a nova meta, o Japão planeja submetê-la à Organização das Nações Unidas (ONU) em fevereiro de 2025, como uma nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), após uma consulta pública interna sobre o tema.
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