AUTOESTIMA
Trabalhando com crianças e adolescentes, independente do diagnóstico, acredito ser importante trabalhar sempre com duas questões de desenvolvimento: auto-conceito/auto-estima e autonomia.
No que diz respeito a auto-conceito (o que uma pessoa pensa sobre si mesma) e auto-estima (como uma pessoa se sente em relação a si mesma), é impressionante ver baixa auto-estima e falta de auto-confiança já em crianças muito jovens que, quando apresentadas aos menores dos desafios, partem do princípio que não vão conseguir!
Crianças que não pensam coisas boas a seu respeito, não gostam muito de si e não acreditam em si mesmas, são propensas a desistir, antes mesmo de tentar, porque não se sentem capazes de conseguir – para elas, “o fracasso é certo”! O que é triste é que a insegurança por vezes é tão grande, que essas crianças ou adolescentes tornam-se bastante resistentes a qualquer tipo de encorajamento; em alguns momentos, podem ser até opositivas ou hostis, podendo ser mal- interpretadas como “preguiçosas”, “desinteressadas” ou “mal-educadas”.
É possível trabalhar em terapia e ajudar esses jovens pacientes a recuperar ou desenvolver um auto-conceito positivo e ter boa auto-estima. No entanto, pais podem contribuir para que seus filhos tenham auto-confiança e sólida auto-estima, através da forma como os criam:
1) Orientando com encorajamento;
2) Evitando super-proteção, deixando as crianças fazerem aquilo que são capazes de fazer por si mesmas. A mensagem subliminar que é passada é “eu acredito em você! Eu sei que você consegue!”
3) Conversando sobre sentimentos, os seus próprios e os dos filhos; falando sobre medos e inseguranças que nós todos temos, e como fazemos para lidar com isso;
4) Admitindo e conversando sobre seus erros. É tão importante que filhos vivenciem a humanidade de seus pais, ao invés de ter uma versão idealizada deles. Isso mostra que errar é possível, na verdade faz parte da vida e que “não é o fim do mundo” quando acontecem, tudo bem, a vida continua, é possível superar;
5) Verbalizando o quanto os filhos são amados, é claro, mas também apreciados como seres humanos, respeitando e valorizando suas ideias, iniciativas e escolhas;
6) Participando efetivamente da vida dos filhos, com sincero interesse e entusiasmo.
Marcela Moura 26/01/20