Balança comercial com números recordes; entenda o cenário

Balança comercial com números recordes; entenda o cenário

Olá, tudo bem?

Chegamos ao fim de mais uma semana movimentada na economia, com destaque para os resultados recorde da balança comercial em maio e os números do payroll nos EUA. Destacamos isso e muito mais sobre o comércio exterior, o mercado de câmbio e o cenário global. 

O que você verá aqui:

  • Balança comercial brasileira recorde
  • Incentivo para o comércio de carros populares
  • Payroll americano
  • Palavra do especialista
  • Destaques do comércio exterior
  • Oportunidades globais


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Balança comercial com números recordes e PIB em alta

Com apoio do desempenho favorável do agro, em especial da soja, e o aumento das exportações de petróleo e minério de ferro, a balança comercial apresentou em maio o maior superavit mensal desde o início da série histórica em 1989.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações do país superaram as importações em US$ 11,378 bilhões durante o mês. O montante é mais que o dobro do superavit registrado em maio do ano anterior, que atingiu a marca de US$ 4,958 bilhões. 

Outro número relevante é o do PIB, que cresceu 1,9% no 1º trimestre do ano de acordo com dados do IBGE. O desempenho foi impulsionado pelo aumento significativo de 21,6% no agro. Esse é o melhor resultado observado nos últimos 26 anos no setor, desde o quarto trimestre de 1996.

Para o gerente de estratégia comercial do Braza Bank, Marcelo Cursino, além de maio contar com um resultado expressivo, é ainda mais interessante ver o plano anual. “O crescimento foi de quase 40% em relação ao ano passado, o que é um resultado enorme”, destaca.

Nos cinco primeiros meses do ano, o superavit é de US$ 35,285 bilhões, o que representa o maior saldo positivo registrado para esse período em toda a série histórica.

Cursino também destaca os relacionamentos com os países da Ásia, em especial a China. “O Brasil precisa cada vez mais tirar o fator político do seu comércio exterior e olhar o comércio em si, e essa aproximação com a Ásia é importante e foi uma das responsáveis por impulsionar os números”, salienta.

Ele também reforça a importância dos acordos comerciais: “Ao ampliar sua base de negociação, seja de compradores ou vendedores, o Brasil reduz sua concentração em torno de alguns players e passa a ter maior capilaridade na sua matriz comercial, garantindo acordos mais vantajosos, os quais podem resultar em mudanças que impactam em diversos setores”. 


Redução de impostos em carros populares

Com objetivo de estimular o consumo no mercado automotivo, o Governo Federal anunciou um pacote de medidas para reduzir preços de carros populares. A proposta visa conceder descontos em impostos, como o IPI e o PIS/Cofins, que variarão de 1,5% a 10,96% no preço final do veículo.

A medida, além da redução de preços, pode trazer impactos positivos na economia. “Quando você dá a isenção, você aumenta a demanda, gera empregos, etc. Para o setor produtivo, isso é bom, já que a aumenta a demanda e pode ser positivo para o balanço das empresas”, explica Marcelo Cursino. 

Nesta semana, o projeto contou com a validação da Presidência da República. Para ser implementado, por meio de uma medida provisória (MP), é necessário obter a aprovação tanto da Receita Federal quanto da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. 

A ideia é que o pacote seja temporário. Entretanto, apesar do potencial positivo no curto prazo, Cursino alerta para os reflexos disso analisando no âmbito macroeconômico. 

“Embora eu concorde com a redução de impostos, ela deve ser abrangente a todos os públicos. Mesmo com o incentivo aos negócios, isso vai na contramão do que eles apresentam de plano fiscal”, argumenta.

Ele explica que a medida pode incentivar o consumo além da curva esperada e impactar até na questão inflacionária. “O que eu acho é que deveria haver planos como um todo, e não nichados. Isso pode gerar uma bolha”, justifica. 

  

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Payroll vem acima da expectativa do mercado

Momento aguardado para esta sexta, o relatório de folha de pagamento (payroll) divulgado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o país gerou 339 mil novos empregos em maio. 

Esse resultado superou as expectativas do mercado, que previa a criação de 200 mil postos de trabalho. Os dados indicam que o mercado de trabalho nos Estados Unidos continua robusto, o que levanta dúvidas sobre os planos do Federal Reserve (FED) de encerrar o ciclo de aumento das taxas de juros.

Em nosso portal, nós explicamos mais sobre o payroll e como os dados do relatório influenciam a economia americana e mundial. É só clicar aqui para conferir.


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Por que dados de emprego são tão relevantes? 

Essa semana fui questionado com essa indagação. Muitas estrelas do mercado torceriam o nariz com uma pergunta aparentemente simples, mas penso que conhecimento é a única coisa que cresce quando dividimos. E para responder tal pergunta sempre penso na audiência e no nível de profundidade técnica para adequar a respostas. Indo mais além, sempre sou a favor do simples. 

Em economia podemos dissertar um certo tempo sobre os postulados do A.W. Phillips, que há mais de meio século analisou o tema e concluiu com a chamada Curva de Phillips que desemprego e inflação andam em sentidos opostos. Ou seja, é o famoso um sobe outro cai. 

Resumindo ainda mais: emprego gera renda, renda gera consumo, consumo gera inflação, e vice-versa. Mas essa verdade não é estática, pode, em algum dado momento, achar um ponto de equilíbrio conhecido como NAIRU (Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment, ou Taxa de Desemprego Não Aceleradora da Inflação). 

É o momento de equilíbrio, onde os pratos da balança param de oscilar. É também o ponto temido onde a regra perde correlação e mesmo com aumento de desemprego a inflação não cede, é a estagflação. 

Ousando resumir anos de ciência econômica num parágrafo (que me perdoem os catedráticos), esse é o básico para se entender o mecanismo, sem firulas nem economês muito complicado, a inteligência está na simplicidade, mas vale lembrar que mesmo simplificando o assunto, cuidemos com as discussões políticas de temas técnicos. "Ah o COPOM deveria cortar juros", lembre-se que por trás disso tem Phillips, NAIRU, política fiscal, monetária, cambial, além de todas as percepções que esses movimentos causam no mercado e nas expectativas, ciências exatas encontram ciências não exatas nessa hora.


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  • Brasil e Finlândia debatem relações bilaterais em visita da vice-ministra do Comércio (Comex do Brasil)
  • Produção industrial registrou queda em abril (Monitor Mercantil)
  • Safras recordes puxam vendas de fertilizante a nível pré-guerra (Exame)


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  • Programa da ApexBrasil levará 15 startups para missão de internacionalização na Espanha (Portal Radar)
  • Blockchain: tecnologia agregará valor à participação das PMEs no comércio exterior (Comex do Brasil)
  • 74 bolsas de estudo nos EUA (Estadão)

Assim encerramos nosso material. Nos vemos na segundo com a abertura do mercado. 

Braza Bank.

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