A base da agilidade interpessoal - Somos criaturas profundamente sociais

A base da agilidade interpessoal - Somos criaturas profundamente sociais

Somos criaturas profundamente sociais, mais do que sabemos. Pesquisas inovadoras em neurociência social, revelam que nossa necessidade de nos conectarmos com outras pessoas é ainda mais fundamental, mais básica, do que nossa necessidade de comida ou abrigo. Desde que nascemos precisamos de conexão emocional e social, nascemos imaturos, incapazes de nos cuidar sozinhos. Estamos aqui neste momento, porque alguém também se conectou conosco, nos ajudou e nos protegeu quando ainda não tínhamos aprendido a fazer por nós mesmos.

Uma pesquisa conduzida pelo neurocientista Matthew Lieberman mostra que nossos cérebros reagem à dor e ao prazer social, quando, por exemplo, perdermos alguém que amamos, somos rejeitados ou quando somos valorizados e reconhecidos, da mesma forma que o fazem à dor e ao prazer físico, acionando as mesmas áreas cerebrais

Nosso senso mais privado de quem somos está intimamente ligado às pessoas e grupos que consideramos importantes em nossas vidas. Essa ligação normalmente nos leva a restringir nossos impulsos egoístas por um bem maior, resultado de nossa profunda conexão social. Lieberman sinaliza em seus estudos que o senso de justiça é uma das pistas que temos para saber se estamos socialmente conectados.  A conexão também é a rede que nos permite realizar coisas. Podemos ter ideias extraordinárias, mas se não conseguirmos nos conectar com os outros, não será possível transformar em ação.

Como seres humanos, temos uma capacidade única de habilidades socioemocionais, que nos diferencia dos outros seres vivos e que a tecnologia não consegue imitar, como: empatia, colaboração, confiança, gratidão... A empatia e o fato de podermos imaginar as respostas futuras das pessoas decorrente de nossas ações nos permite acessarmos uma força potencial incomparável de cooperação e colaboração. Pesquisas demonstram que quando aprendemos ensinando, colaborando com outra pessoa, aprendemos muito mais do que quando aprendemos por meio da memorização, ou seja, estamos socialmente motivados para ensinar, acessamos filtros afetivos e o aprendizado ocorre de forma muito mais ágil.

A conexão social é um dos melhores preditores de felicidade e bem-estar. Habilidades socioemocionais são "multiplicadores" que nos ajudam a alavancar as habilidades analíticas. Quando estamos verdadeiramente conectados com os outros em uma equipe, cada um de nós trabalhará para complementar os pontos fortes e fracos dos outros, fortalecendo-nos como time.

E em nosso dia a dia o quanto temos usado nossas competências interpessoais? O quanto temos feito uso da escuta empática? O quanto temos respeitado e valorizado a diversidade em nossas relações e equipes a que pertencemos? Quantas vezes em lugar de contrapor exercitamos perguntar para ampliar nosso ponto de vista ou nossa vista de um ponto? Quantos recursos socioemocionais ainda temos para descobrir e potencializar?

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