Benchmarking para que?
Era uma cena comum na empresa: o Carlos estava sempre empolgado, planilhas abertas, sites de tendências e relatórios de benchmarks na tela. Ele era conhecido por ser o “cara dos benchmarks”. Sempre atento ao que a concorrência fazia, passava horas analisando dados, desenhando gráficos, comparando práticas e anotando as “melhores ideias” do mercado. As apresentações dele eram sempre cheias de referências e muito bem colocadas, no entanto, quando a reunião terminava, o discurso parecia se dissipar no ar. Nada mudava.
Carlos acreditava que, ao mapear o que todo mundo fazia, ele estava contribuindo para a empresa se manter competitiva. Mas, no fundo, os processos continuavam os mesmos. A operação seguia intacta, sem uma misera mudança de tudo aquilo que ele estudava, e as práticas se repetiam como um velho disco arranhado. Era quase como se o ritual dos benchmarks fosse mais um exercício estético do que uma ferramenta de transformação real. E os meses passavam, os relatórios se empilhavam, mas a empresa continuava patinando.
O tempo seguia passando, e uma contratação foi feita, a Camila, uma nova colega com uma postura diferente. Ela veio com a proposta de aplicar a matriz de concorrência, uma prática que mapeava os movimentos da concorrência, mas de uma forma prática e estratégica, focada em ações concretas para mudar o jogo. Quando Carlos e Camila se encontraram pela primeira vez, houve um estranhamento inicial — Carlos não entendia por que alguém precisaria de mais uma matriz quando ele já tinha tanto material para análise.
Camila, no entanto, não demorou para se movimentar. Ela propôs uma reunião com a equipe para explicar como a matriz de concorrência funcionava e como ela podia ser usada para definir ações específicas, rápidas e com impacto direto. Ao contrário das apresentações cheias de referências genéricas que Carlos costumava fazer, Camila trazia dados e logo mostrava onde a empresa estava sendo superada e, mais importante, o que fazer para virar o jogo. Onde os processos precisavam ser alterados, sem necessidade de aquisições ou até desligamentos.
No início, Carlos ficou cético. “Isso é só mais um nome bonito para o que já faço”, pensou. Mas, com o tempo, ele começou a perceber que os resultados estavam vindo. Com a matriz, Camila não só identificava as práticas dos concorrentes, mas também elaborava planos claros, ajustando processos, motivando equipes e, sobretudo, tirando do papel aquelas ideias que Carlos tanto gostava de colecionar. A operação finalmente começou a mudar, e os benchmarks deixaram de ser só informações engavetadas.
Recomendados pelo LinkedIn
Carlos, ao ver o impacto prático do trabalho de Camila, começou a se aproximar mais dela. A princípio, apenas observando, e depois se permitindo aprender. Afinal, era um novo jeito de olhar para o que ele já fazia, mas com um toque de ação que ele ainda não tinha incorporado. E assim, o “cara dos benchmarks” começou a perceber que saber o que o mercado faz é importante, mas saber o que fazer com essa informação é o que, de fato, faz a diferença.
No final, os dois passaram a trabalhar juntos, combinando as análises de Carlos com a visão estratégica e prática da Camila. A empresa se beneficiou — mas, mais importante, Carlos aprendeu que:
para se destacar, não basta saber o que os outros fazem. É preciso ter coragem para agir e transformar essas informações em mudança real. E, assim, um novo capítulo começou.
E você, pessoa do outro lado da tela, sabe instrumentar seus benchmarkings ou só faz visitas para postar nas redes e dizer que fez algo? Vamos mudar um pouco?
Governança | Gestão de Infraestrutura | Gestão de Datacenter | Cloud | Gestão de Serviços TI | SRE | Segurança | Transformação Digital | Gestão de Projetos |
2 mEssa método é muito poderoso, quando sabemos o que queremos, porém, não sabemos como começar ou mesmo se é exequível. A realização de benchmarking permite confirmar requisitos mapeados, bem como trazer redução de custo ou saving em linha orçamentária de projetos. Gosto muito deste método e tenho prática de utilizá-lo.