BICHOS IMAGINÁRIOS
Até hoje tento descobrir quem são esses caras! Já vi amigo imaginário, mas dois bichos imaginários… foi a primeira vez! O Enrique, quando tinha uns três anos, inventou esses nomes: Tombo e Guiu-guiu. Falava que o leão pegava os tais e mordia. Que eles fugiram e foram pra nuvem com os pássaros. Pedíamos para ele desenhar, mostrávamos imagens, mas nada de saber quem eram. Um dia, lá na Argentina, fomos conhecer o zoo de Buenos Aires. Eu não gosto de zoo. Queria levá-lo para fazer um discurso em defesa à liberdade dos animais. Pai que quer ensinar tudo da vida em três anos, sabe? Mas ele estava todo feliz porque veria os dois bichos. Gabi e eu fizemos um levantamento alfabético de todos os animais que conhecíamos para ver se algum poderia, por trocas de letras, aproximar-se desses dois. Estávamos animados para conhecê-los.
Passeamos horas pelo zoo. Nada dos dois. É esse, filho? É aquele de rabo grande? Nada do Tombo e do Guiu-guiu aparecerem. Saímos de lá frustrados! Ele também.
O tempo passou e os bichos sumiram do imaginário dele. Viraram mitologias. Como devem ser! Que mania temos de acreditar naquilo que não se vê!!!
#sopadepai
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Marcelo Cunha Bueno é educador há mais de 20 anos, inspirado pelo chão da Escola, especialista em desenvolvimento infantil.