Bitcoin, blockchain e fintechs estão na vanguarda da liberdade.
Introdução
A tecnologia trouxe inúmeros benefícios e malefícios para a raça humana, isto depende da perspectiva que observamos estas mudanças em nossa sociedade, em termos de trabalho, relacionamento ou governo. A geração e distribuição de dados é algo existente na vida de 100% dos usuários de smartphones, tablets e computadores, e por serem o “novo petróleo” estes dados tornam-se ativos valiosos para empresas e governos.
A tecnologia trouxe a possibilidade de criar, compartilhar e obter dados em um velocidade nunca antes vista na humanidade, mas em muitos casos a troco de perda de privacidade e até submissão ao controle de outros indivíduos. Isto funciona com as empresas centralizadas, e também funciona com os estados centralizados, que gerem, controlam e distribuem seus dados da forma que lhes é mais lucrativa ou conveniente.
Entretanto, uma tecnologia em especial surgiu para contrapor esta centralização, a criptografia através do blockchain, que foi criada para abrigar e publicar a rede do Bitcoin e que vem mudando o rumo como os dados são armazenados e distribuídos. Esta tecnologia publicada em meados de 2009 pode ser aplicada em diversas áreas que utilizam dados, ou seja, qualquer tipo de serviço computacional financeiro, logístico, informático, social, ou até mesmo artístico.
Ao longo dos próximos artigos você vai entender como esta tecnologia tem atuado em diferentes áreas da sociedade e como a sua criação, assim como a criação da internet alterou e vai continuar alterando o mundo como conhecemos.
Antes de abordarmos diretamente a tecnologia blockchain e seus diferentes braços de atuação devemos perceber primeiro como é o setor principal que está inserida, o setor de tecnologia financeira, que é a base do seu desenvolvimento e é onde o seu criador Satoshi Nakamoto direcionou inicialmente seus esforços.
Neste artigo vamos entender inicialmente o que são as Fintechs, e como elas já vinham lutando por mais liberdade e descentralização antes da criação do blockchain e do bitcoin.
Pronto? Então vamos lá!
O que são fintechs?
São empresas que surgiram com um viés de fornecer serviços financeiros de forma mais digitalizada, diferentemente do antigo modelo bancário que era oferecido. A palavra é uma abreviação e junção do termo financial technology (tecnologia financeira, em português). O principal foco das fintechs é romper com os modelos tradicionais de serviços financeiros, assim por meio da tecnologia e inovação oferecer mais velocidade, transparência e comodidade ao cliente, além de um preço menor muitas vezes.
Apesar dos grandes nomes tradicionais do mundo financeiro possuírem tecnologias igualmente poderosas, as Fintechs mudaram a relação de como percebemos os produtos financeiros, agora o foco está no cliente, o poder de decisão, controle e compreensão de como gerir o próprio patrimônio está agora cada vez mais nas mãos do indivíduo.
Assim estas empresas permitem o acesso dos seus produtos e serviços totalmente de forma remota, ir ao balcão do banco e conversar com o gerente durante uma hora para discutir que produtos de investimentos podem ser mais rentáveis ou tentar negociar um financiamento são coisas do passado (apesar de ainda ser possível). Provavelmente a falta de transparência, burocracia e lentidão dos sistemas financeiros tradicionais (antigos bancos) fez com que o surgimento das fintechs fosse algo inevitável, principalmente numa geração que já nasce com o poder de escolha de produtos e informações variadas na palma da mão, por meio de smartphones.
Fintech é muito mais do que você pensa.
Mas vale ressaltar que o termo Fintech não é estático, ou seja, está em constante mudança assim como a tecnologia e o mundo financeiro, que é afinal sobre o que se tratam as fintechs. Hoje grandes bancos estão cada vez mais como foco na digitalização das suas operações e grandes empresas de tecnologia estão oferecendo possibilidade de pagamento peer-to-peer através de suas redes sociais. A PwC organizou em quatro categorias as empresas aos quais é possível se adequar ao campo de atuação e definição de fintechs.
Os players do mercado ficam agrupados em As, Bs, Cs e Ds:
- A: Na primeira categoria estão as empresas já bem estabilizadas e de grande porte como Bank Of America, Chase, Wells Fargo e Allstate.
- B: Aqui ficam as grandes empresas de tecnologia que são ativas nos serviços financeiros, mas não se dedicam exclusivamente, como Apple, Google, Facebook e Twitter.
- C: São as empresas que fornecem infraestrutura ou tecnologia de suporte aos serviços de transações financeiras. Estão incluídas empresas como MasterCard, Fiveserv e Firstdata.
- D: Estão aqui as disruptivas, empresas de rápido crescimento, startups focadas em tecnologias ou processos inovativos. Incluem companhias como Stripe (pagamentos mobile), Betterment (investimento automatizado), Prosper (empréstimo de pessoa para pessoa) e Lemonade (seguros).
Podemos perceber então diversos tipos de empresas que atuam dentro do setor de fintechs, este que por sinal já é bem extenso e dividido por subsetores que abordarei a seguir.
Serviços/produtos oferecidos e tipos de fintechs:
As Fintechs oferecem os mais diversos tipos de serviços, desde os focados diretamente ao cliente final (B2C) ou para outras empresas (B2B). Podemos dizer que para cada serviço ou produto existe um novo tipo de setor dentro das Fintechs, estes que oferecem desde cartões de crédito, investimentos alternativos, financiamentos coletivos até seguros e criptoativos. A verdade é, mesmo quem não sabe o que é uma fintech já deve ter utilizado algum desses serviços.
Estas são as principais categorias dentro deste setor: fintechs de blockchain, de gestão financeira, de investimentos, de pagamentos e de crédito. Assim conseguimos agrupar praticamente todos os serviços, como contas digitais, máquinas de cartão de crédito, corretoras de valores, sites de crowdfunding pessoal e empresarial, apps de gestão de gastos pessoais, Exchange de criptomoedas, entre outras.
O papel do Blockchain.
Em termos de liberdade, a tecnologia do blockchain é a quem tem tido maior participação e importância no meio das fintechs. Isto se dá por conta de seu “livro distribuído” que utiliza a descentralização como mecanismo de segurança, através dos nodes, que compartilham as informações da rede e validam a veracidade das mesmas, isto faz com que nenhuma autoridade central ou organismo centralizado possa controlar 100% da rede, é o que acontece com o Bitcoin e com outros projetos que utilizam blockchain. Neste caso, as decisões tomadas dentro da rede não são feitas por uma única pessoa, é preciso existir consenso entre os utilizadores para que sejam feitas alterações.
Esta descentralização tira das mãos de um único indivíduo ou grupo de indivíduos o poder de decisão e controle sobre o ecossistema e transfere para a comunidade que utiliza esta rede. Caso você nunca tenha ouvido falar como funciona a blockchain neste momento pode está um pouco confuso, mas não se preocupe, explicaremos todos os detalhes do funcionamento desta tecnologia de forma mais aprofundada em breve e você conseguirá compreender como estas transações de informações ocorrem, além de aprender o que são alguns destes termos que foram citados.
Mas o que isso tudo tem a ver com liberdade?
A nossa liberdade provavelmente é aquilo que temos de mais precioso, seja uma liberdade física ou espiritual, de pensamento, de opinião e não menos importante, financeira. Como foi dito antes o foco da relação empresa-cliente vem mudando com o tempo, tínhamos modelos de produção que se preocupavam apenas na quantidade produzida, depois o foco passou para as vendas e o vendedor tomou o centro da importância no mercado, agora o foco está no cliente e na geração de valor criada. Talvez no futuro não exista mais esta distinção entre clientes e fornecedores, todos estarão no mesmo patamar de consumidores e distribuidores dentro da rede blockchain.
Para as empresas ainda centralizadas, não basta apenas oferecer um serviço ou produto, o diferencial é o relacionamento com o que cliente e o quanto se percebe o valor que a empresa está proporcionando ao mundo, dessa forma nós enquanto consumidores temos mais independência no momento de escolhermos como utilizaremos nosso dinheiro, a finalidade e os meios que daremos a este.
Ao invés dos produtos financeiros complexos e dificilmente acessíveis à população, hoje temos sites que automatizam todo o processo burocrático e nos fornecem toda a informação necessária para compreendermos o que estamos fazendo na palma da nossa mão, em seus apps e websites além de que conseguimos acessar serviços descentralizados sem a necessidade de existir um mecanismo central.
Neste relatório do banco Goldman Sachs feito em 2015 mostrou que 33% dos millenials (nascidos entre 1980 e 2000) acreditavam que não precisariam de uma conta em banco nos 5 anos seguintes, e você acha que eles estavam certos? Com toda esta variedade de serviços seria facilmente possível viver sem um conta no banco e continuar consumindo e praticando os mesmos hábitos. Esta variedade torna o indivíduo mais livre para escolher entre as empresas que oferecem o serviço mais personalizado e adequado à sua necessidade e perfil.
A competição cria este ambiente de oportunidades e opções para o indivíduo. Quanto mais opções, e quanto mais poder tivermos de mudar de opinião ao longo de nossa trajetória de vida mais liberdade teremos com o nosso dinheiro e com as nossas finanças. Como já dizia Friedrich Hayek: “Fracionar ou descentralizar o poder corresponde, forçosamente, a reduzir a soma absoluta de poder, e o sistema de concorrência é o único capaz de reduzir ao mínimo, pela descentralização, o poder exercido pelo homem sobre o homem.”
Promover o uso destas novas tecnologias é no fundo zelar pela nossa própria liberdade financeira. Com mais empresas inovadoras buscando oferecer melhores serviços por preços menores, mais os consumidores destes serviços serão beneficiados. A tecnologia é hoje, aquilo que move o mundo. Se adequar a isto nos torna mais livres para gerir o nosso próprio patrimônio, fazer as melhores escolhas e ter uma vida mais livre, financeiramente e nos outros aspectos.
“Seria muito mais certo dizer que o dinheiro é um dos maiores instrumentos de liberdade já inventados pelo homem.” Friedrich Hayek
O blockchain utiliza a descentralização e nasceu através da ideia de descentralização das informações, por isso é importante aprender o que significa a liberdade para o utilizadores e validadores da rede. Bitcoin é muito mais que números em uma tela, e não se trata apenas de valor monetário, mas a tecnologia Blockchain tem papel fundamental para a evolução da sociedade e a forma que utilizamos nossos dados, sejam financeiros ou não.
A Fintser veio para tornar mais acessível e de fácil compreensão temas como este, para fazer mais pessoas aderirem a tecnologia e utilizarem-na da melhor forma em suas finanças pessoais e empresariais, assim por meio da descentralização e do conhecimento atingir maior segurança e liberdade. Se quiser saber um pouco mais como fazemos para promover as ideias de liberdade e aprendizado cripto, visite a nossa página Sobre.
Se você gostou deste artigo compartilhe-o para que estas informações cheguem ao máximo número de pessoas possível. Obrigado e nos vemos no próximo artigo! 😊
*** Este artigo foi inicialmente publicado em Fintser - Bitcoin, Blockchain e Fintechs estão na vanguarda da LIberdade. ***