Brancas Nuvens para o Dia Mundial do Meio Ambiente
Estabelecido em 1972, durante a Conferência de Estocolmo, o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta segunda-feira, dia 5 de junho, tem como objetivo maior chamar a atenção de todas as esferas da população para os problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais.
Decisões como a do Presidente norte-americano Donald Trump, às vésperas da semana do meio ambiente, nos deixam a má impressão de passarmos a data em brancas nuvens.
Países signatários do acordo estabelecido em Paris, durante a COP21, mostraram, no entanto, seu descontentamento e mandaram ver nas mídias sociais posts enfurecidos ao retrocesso de Trump, reiterando seu comprometimento para com o acordo do clima, bem como seus investimentos em tecnologias e novas formas de gestão ambiental, com ou sem o governo norte-americano.
Aqui no Brasil, nuvens carregadas também circundam nossos céus e, embora o Ministério das Relações Exteriores e Meio Ambiente também tenha divulgado nota enfurecida e comprometida com o esforço global de combate às mudanças climáticas e o cumprimento dos 17 ODS, e o Presidente Michel Temer tenha assinado um decreto tornando o acordo de Paris parte integrante da legislação brasileira, as políticas públicas ambientais estão na mira dos setores mais conservadores que hoje dão as cartas no Planalto Central.
A aprovação das MPs 756 e 758 reduzem a proteção florestal e ameaçam os povos indígenas, com consequente agravo da violência no campo, comprometem não apenas as metas climáticas, como principalmente o patrimônio natural e as atividades ligadas ao agronegócio (e depois nao adianta falar que AGRO é POP!), responsável por cerca de 25% do PIB do país.
No centro da discussão estão três categorias de unidades de conservação existentes no Brasil – a Floresta Nacional (Flona), que tem as regras mais rígidas de proteção ambiental; o Parque Nacional (Parna), também com regras firmes; e a Área de Proteção Ambiental (APA), que em geral permite a venda de terras, o desmatamento do tipo "corte-raso" e a realização de atividades econômicas como mineração e agropecuária. Muitas áreas se tornaram APAs, ampliando o risco de devastação.
A Flona seria reduzida de 1.301.120 hectares para 557.580 hectares. O Parna seria ampliado de 537.757 hectares para 976.525 hectares. A APA seria criada com 542.309 hectares.