Brasil desperdiça R$ 100 bi em logística

Brasil desperdiça R$ 100 bi em logística

A greve dos caminhoneiros fez a sociedade lembrar que o Brasil ignora as ferrovias. Como aproveitar este momento?

É claro que o Brasil precisa de mais ferrovias, mas isso não pode ser uma resposta intempestiva a um evento. Usar a greve para propor uma resposta imediatista sobre ferrovias é voltar aos erros do passado. Vou dar alguns exemplos: em 2007, quando tivemos o acidente da TAM em Congonhas e os aeroportos brasileiros pareciam que não iam mais dar conta do recado, saímos querendo fazer um trem de alta velocidade entre o Rio e São Paulo, além de construir e ampliar os aeroportos. Outro movimento intempestivo foi quando o governo, por conta da crise do subprime de 2008, criou o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), que financiava 100% de caminhões e trens com taxas fixas em torno 2%. O trem de alta velocidade não partiu, os aeroportos não conseguem decolar e a farra do PSI, que quase quebrou o BNDES, não fez com que as ferrovias avançassem.

Quanto custa ao Brasil não ter ferrovia?

É caro. Custa US$ 100 bilhões por ano. A logística custa 15% do PIB do Brasil, contra 8% nos Estados Unidos A média mundial é 10%. Ou seja, o Brasil desperdiça algo como 5% do PIB com a ineficiência logística, em grande parte por privilegiar modos de transporte menos eficientes. Com este valor desperdiçado, poderíamos construir a cada ano 37 mil quilômetros de ferrovias de carga, ou 7 mil quilômetros de trens intercidades que andariam a 200 km/h.

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