BRASIL - ESPORTES - OLIMPÍADAS (2024)

Em agosto de 2021 publiquei comentários sobre a participação das Olimpíadas quando ocorreu o melhor resultado do país no evento. 

Chegamos, agora, às Olimpíadas da França e o que se viu foi um retrocesso muito claro. 

Apesar da participação em um número enorme de categorias o desempenho em sua maioria foi aquém do esperado, sem falar na ausência de participação no futebol masculino, no basquete. 

Regredimos na vela, vôlei masculino (mas isto era esperado) e na ginástica olímpica masculina. Naufragamos na natação, atletismo e vôlei de areia masculino. A canoagem continua a contar apenas como Isaquias. O tênis foi muito triste. 

O futebol feminino quase chegou lá, mas seu desempenho é frágil quando comparado aos demais países, sem falar no culto à Marta.

O skate manteve o nível, o boxe, surf e o judô igualmente. O  vôlei feminino teve boa campanha, sendo que o vôlei de quadra foi até o seu limite. 

A grata surpresa foi a ginástica olímpica feminina que já estava em evolução e agora aparece como força esportiva. 

Fato é que da 12ª posição no Japão fomos para a 20ª, ainda melhor que o resultado de 2012, quando estivemos em 22º lugar. 

Também é fato que isso apenas mostra que os resultados refletem que o investimento nos esportes não é feito para desenvolver novos atletas em diversas modalidades como parte do desenvolvimento educacional amplo, trabalhando-se as bases, que estão nas escolas e universidades que, porém, pouco se interessam por isso (na verdade pouco se interessam por formação educacional de qualquer tipo, com algumas honrosas exceções). 

Chama atenção, ainda, o fato da grande participação do governo no patrocínio do esporte, seja via patrocinadores como o Banco do Brasil os Correios e o contingente de atletas-militares que estão em grande parte das modalidades, o que não gera engajamento maior da sociedade.

Escrevi, lá em 2021, que não seria de estranhar que em breve duplas norueguesas ou suíças triunfassem no vôlei de areia. Pois é, deu dupla sueca, país típico de praias com areia! 

Apontei igualmente sobre o fato de que atletas ainda precisem de “vaquinhas” para poderem se manter ativos, o que continua a valer. 

Para piorar, na sequência tivemos as Paralimpíadas onde o Brasil demonstrou ser grande potência em diversas modalidades, colocando-se como a 5ª. força, embora há muitos anos esteja entre os 10 principais competidores. 

Nada explica essa diferença entre os atletas olímpicos e paralímpicos. Por que há uma receita que funciona ao longo do tempo e outra que não? 

Enfim, como escrevi: “parabéns aos atletas [adiciono – olímpicos e paralímpicos -],  mas que as medalhas não mascarem a realidade de um esporte que continua sem estrutura, sem investimento, sem projeto de longo prazo o que, aliás, bem serve para explicar o Brasil

 

José André Beretta Filho

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