Brasil perde posição no Ranking de Competitividade Mundial
Foi divulgado no mês passado, o Índice de Competitividade Mundial 2017 - World Competitiveness Yearbook (WCY), realizado pelo International Institute for Management Development (IMD), com sede na Suíça, em parceria aqui no Brasil com a Fundação Dom Cabral (FDC). No relatório de 2017, o Brasil ocupa a 61ª posição, entre os 63 países mapeados pelo IMD.
Pelo levantamento, o Brasil perdeu 23 posições em sete anos. Em relação ao ano passado, o país perdeu quatro posições, e hoje aparece como um dos países menos competitivos do mudo, ao lado de Ucrânia (60ª), Mongólia (62ª) e Venezuela (63ª), países que ocupam as últimas posições.
No relatório atual, o Brasil obteve 55.829 pontos no índice agregado de competitividade, representando um avanço de 4.153 pontos em relação a 2016. Porém, esse aumento não foi suficiente para gerar avanços no ranking geral. A melhor posição ocupada pelo Brasil no ranking do IMD foi em 2010, quando esteve na 38ª posição. A queda apresentada pelo país em 2017 corresponde a uma perda de aproximadamente 10% em competitividade, em relação ao ano de 2010. Ver o gráfico com o desempenho de competitividade do Brasil.
O país foi analisado por meio de quatro fatores de competitividade (Desempenho Econômico, Eficiência de Governo, Eficiência Empresarial e Infraestrutura), onde cada um é composto por cinco subfatores. O fator Desempenho Econômico é o que vem apresentando os piores resultados desde 2011, comprometendo a posição atual do Brasil. Todos os cinco subfatores que o compõe apresentaram perdas. O subfator “emprego” gerou perdas significativas para a competitividade brasileira - 27º lugar em 2016 para a 50º em 2017. O aumento do desemprego explica bastante a queda de 23 posições desse subfator.
Em relação ao fator Eficiência do Governo, este também vem apresentando resultados ruins desde 2009, chegando ao último lugar em 2016. Entre os cinco subfatores, todos registraram queda no relatório de 2017, com destaque para os subfatores política fiscal e estrutura institucional. O Brasil ocupa a 62ª posição, a Venezuela 63ª.
Em se tratando do Fator Eficiência Empresarial, o país apresentou melhoras, em especial no quesito “atitudes e valores”. Por outro lado, o subfator “mercado de trabalho” foi muito ruim. O número de desempregados em 2016 pesou muito, assim como as relações do mercado de trabalho (marco regulatório muito atrasado), disponibilidade de mão de obra qualificada, entre outros. Esses últimos, são consequências direta da qualidade do ensino no país, que precisa melhorar. O Brasil, ocupa a 49ª posição, em 2016 estava na 51ª.
No fator Infraestrutura, o Brasil sofreu queda de cinco posições (51ª) no ranking de 2017, ante 46ª posição em 2016. Essa tendência vem ocorrendo desde 2011, mesmo com a Copa em 2014, melhorando a posição somente em 2016 com as Olimpíadas, com os investimentos em infraestrutura básica. O país perdeu competitividade também em infraestrutura científica e de educação.
Observa-se que nos últimos 10 anos o país vem perdendo competitividade em praticamente todos os fatores de competitividade pesquisados pelo IMD. Os países que estão à frente no ranking de competitividade e àqueles que estão avançando ao longo dos anos, no ranking do IMD, mantém seu desempenho e melhorias em áreas como regulações favoráveis às empresas e aos negócios, na infraestrutura física e intangível, na promoção de instituições inclusivas e na abertura da economia em geral.
A pesquisa do IMD mostrou que o país precisa mudar muito para melhorar sua eficiência de governo (legislação dos negócios, política fiscal, finanças públicas, estrutura social), a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos, sua infraestrutura (básica, tecnológica, científica, educação, saúde e meio-ambiente), a eficiência empresarial (produtividade, mercado de trabalho, práticas gerenciais etc) e o desempenho da sua própria economia (comércio internacional, empregos, investimento internacional, preços). Todos esses desafios levarão décadas, mas só serão superados se começar a enfrentá-los agora.