BURNOUT E TRABALHO: QUAL A RELAÇÃO?

Como já comentado, a minha trajetória de estudos envolve a formação em nível de mestrado e doutorado na área de psicologia. Mais especificamente, na minha formação do mestrado, tive a oportunidade de estudar a Síndrome de Burnout (SB) e suas consequências pessoais e individuais. Desde lá, o assunto é tema de pesquisas, palestras e intervenções focadas em qualidade de vida que desenvolvo.

Uma questão importante sobre a SB é que ela se diferencia do estresse. Apesar da SB ser resultado de períodos longos e ininterruptos de estresse no trabalho, se falarmos exclusivamente de estresse nos reportamos a fatos que possuem começo, meio e fim. Por exemplo: Final de ano, fechamento de projetos. Apesar de serem conturbados, sabemos que irá passar e voltaremos a "respirar" em breve.

Já no burnout, a "respirada" não ocorre. O trabalhador está em constante sinal de alerta e, mesmo com períodos de descanso, sente como se não tivesse parado. O cansaço e o estresse são contínuos e a sensação de fadiga e esgotamento de recursos é presente de forma constante. Alias, essa é a origem da palavra burnout: denota algo que "queimou até o fim" e não possui mais recursos para dar conta das atividades ou possibilidades profissionais.

Outra questão muito importante de ser lembrada é que a SB é um estado de dano psicológico e físico com suas origens no trabalho. As vezes modificando a rotina de trabalho, hábitos e ambiente há a possibilidade de redução do desconforto. Assim, é fácil perceber que o melhor caminho para combater a SB é a prevenção, individual e organizacional, para que a tão falada qualidade de vida esteja presente. Então, a grande sacada é estar atento ao descanso, períodos de estresse reduzidos e manter o foco na qualidade de vida acima das demandas de trabalho, sempre!

Dra. Ana Braun

Psicóloga Clínica e Organizacional

anaclaudiabraun@hotmail.com