Burnout: uma das sequelas da pandemia
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Burnout: uma das sequelas da pandemia

Em março de 2019, o Congresso Nacional reconhecia o estado de calamidade pública devido a maior crise sanitária enfrentada pelo país: o primeiro caso de infecção por Covid-19 no Brasil, introduziu repentinamente uma mudança na forma de trabalho de diversos profissionais, desde prestação de serviços ao uso do teletrabalho. Desse modo, a pandemia causou uma sobrecarga de estímulos físicos e emocionais, sendo um dos temas mais discutidos, a migração para o trabalho remoto e os impactos na rotina do trabalhador.

Diversas pesquisas científicas têm sido desenvolvidas acerca das reclamações trabalhistas que tem se multiplicado na Justiça do Trabalho. A maioria dos processos estão voltados a analisar o desenvolvimento de sintomas atribuídos a Síndrome Burnout também conhecida como síndrome do desgaste profissional.

A OMS a classifica como associada ao estresse crônico no local de trabalho. O poder judiciário, a caracteriza como uma doença ocupacional ligada a variados fatores laborais e ao meio ambiente do trabalho que leva a uma desvalorização da qualidade de vida, da saúde e do lazer.

De acordo com a pesquisa da PEDMED, os médicos são os mais afetados com 79%, seguido dos enfermeiros com 74% e há 64% entre técnicos de enfermagem. Outro estudo é o da Fiocruz que descreve 47,3% dos trabalhadores em serviços essenciais durante a pandemia possuem sintomas de ansiedade e depressão, e que estes estão apresentando abuso de bebidas alcoólicas.

Apesar do Burnout ser uma sequela da pandemia para o mercado de trabalho brasileiro, a caracterização de doença ocupacional é sempre alvo de discussões controversas pois requer uma condução de perícia médica, prova testemunhal e documental, entre outros aspectos. Por isso, na ausência de uma norma específica sobre o tema, e um tratamento adequado na jurisprudência, é imprescindível que seja feita uma divulgação adequada de informações sobre o desenvolvimento e tratamento dessa doença.

Algumas perguntas frequentes sobre o tema são:

1.   Tenho medo de informar meu estado ao RH e sofrer alguma punição. O que devo fazer?

O principal é procurar atendimento médico ou psicoterápico, caso perceba os sintomas recorrentes: ausências no trabalho; agressividade; isolamento; mudanças bruscas de humor; irritabilidade; dificuldade de concentração; lapsos de memória; ansiedade; depressão; pessimismo e baixa autoestima. Após informar a situação, o profissional poderá conduzir o caso de forma que não haverá problemas.

2.   Portadores de burnout têm direito a licença médica?

Sim. A legislação atual, informa que os portadores de burnout têm esse direito e, em casos graves, podem recorrer à aposentadoria por invalidez.

3.  Qual atendimento médico devo procurar?

O tratamento requer terapia cognitiva comportamental ou outro tipo de atendimento psicológico, por isso deve-se procurar um psicoterapeuta ou psiquiatra. E se necessário haverá medicamentos introduzidos no tratamento.

4.   Há tratamento no SUS?

O SUS fornece o tratamento integral e gratuito para problemas relacionados a transtornos mentais. É necessário procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde ocorre o primeiro atendimento ao paciente, e o caso segue para os centros especializados para cada tipo de atendimento.

5.   Quando desconfiar que uma pessoa está passando por problemas de esgotamento profissional?

Geralmente a primeira manifestação é o estresse excessivo. É necessário reparar se há exagero no uso de estimulantes, como café, refrigerante, energéticos e cigarros para permanecer focado. O uso de álcool também pode aumentar, e interferir nas mudanças de comportamentos.

Caso esteja desconfiando, avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental, procure a opinião de seus familiares, amigos e colegas de trabalho, pois quem tem burnout, as vezes não consegue identificar sozinho. Não hesite em procurar ajuda profissional. A saúde mental é tão importante quanto a física.

Excelente artigo! Parabéns! Eu já passei por Transtorno de Ansiedade e os sintomas são parecidos. Portanto, é importante a consulta com o Psiquiatra para o diagnóstico e tratamento adequados.

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