Cactos de Pera Espinhosa - Sagacidade e Beleza

Cactos de Pera Espinhosa - Sagacidade e Beleza

Cactos de Pera Espinhosa - Sagacidade e Beleza
por Daniel Augusto Motta

"As natural selection works solely by and for the good of each being, all corporeal and mental endowments will tend to progress towards perfection."
Charles Darwin

Lentes humanas são incapazes de compreender os sutis aspectos simples da natureza em sua mais vigorosa complexidade.

Já há alguns anos tenho o hábito familiar de explorarmos regiões exóticas nas férias de verão. Sempre levamos nossos filhos conosco, mesmo para locais não especialmente desenhados para crianças. Nossa intenção tem sido aumentar seu nível de consciência cultural, social e ambiental, e naturalmente nos divertirmos nesse precioso tempo que me reservo longe da rotina intensa de trabalho.

Nessas férias de 2015, estivemos percorrendo alguns lugares especiais na América do Sul e, em especial, visitamos o arquipélago de Galápagos. Posso dizer que, da forma mais especial que já experimentei essa sensação espiritual, senti a presença de Deus ao meu redor, muito mais ampla e sublime do que no Vaticano, Assis e Notre Dame, dentre outras edificações consagradas por homens.

Entrar em contato com um ecossistema em perfeito equilíbrio e, na medida do possível, ainda protegido da ação predatória humana, será algo inesquecível, tanto quanto nadar livremente com meu filho de 4 anos no oceano rodeado por tubarões, leões marinhos e raias.

Também colecionamos novos conhecimentos incríveis sobre a dinâmica da natureza em seu processo contínuo de evolução. Os exóticos cactos de pera espinhosa despertaram particularmente minha atenção.

Diante de predadores insaciáveis como as tartarugas gigantes e as iguanas, ambas com invejáveis longevidade e apetite, os cactos de pera espinhosa adaptaram-se nessa região e evoluíram para que o próprio cactos se transforme em um tronco grosso e espinhento, para finalmente ser muito liso. O cactos se transforma em uma árvore muito alta! Assim, tartarugas e iguanas devem se contentar em se alimentar dos poucos cactos secos que caem, mas não mais conseguem destruir toda a planta.

Um exemplo belo e sagaz que nos lembra sobre a relevância em nos adaptarmos às condições externas como condição de sobrevivência, onde nem sempre os mais fortes e inteligentes se sobressaem, mas sim aqueles que mais rapidamente se adaptam na luta cotidiana mais básica pela reprodução e sobrevivência.

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Daniel Augusto Motta é Doutor em Economia pela USP, Mestre em Economia pela FGV-EAESP e Bacharel em Economia pela USP. É Sócio e Presidente Executivo da BMI Brazilian Management Institute. É Membro-Fundador da Sociedade Brasileira de Finanças. É Membro do World’s Most Ethical Companies Advisory Panel. É Professor de Economia, Estratégia e Liderança na Thunderbird School of Global Management e Fundação Dom Cabral. Foi Professor de Pós-Graduação pelo Insper, FGV, ESPM e PUC-SP. É autor de diversos artigos publicados pelos jornais Valor Econômico e Folha de São Paulo, e também tem dois artigos publicados pela Harvard Business Review Brasil.

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